O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) absolveu o Fluminense pela acusação de racismo de um torcedor contra Gabriel Barbosa, enquanto puniu o Flamengo por canções homofóbicas vindas de sua torcida. Ambos os casos aconteceram no FlaFlu do dia 6 de fevereiro, pela 4ª rodada do Campeonato Carioca, que acabou 1 a 0 para o Tricolor.
As duas decisões foram unânimes. Os cinco juízes que votaram concordaram em absolver o Fluminense e punir o Flamengo – que foi multado em R$ 20 mil. Os dois clubes foram enquadrados no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala de “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
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Os dois clubes contrataram suas próprias perícias para analisar as imagens. A perícia do Fluminense foi feita por Valéria Leal, do ‘Forense Pro’, e chegou à conclusão que os gritos são inconclusivos. Já o laudo solicitado pelo Flamengo confirmou os gritos racistas.
Em entrevista ao ‘GloboEsporte’, o vice-Presidente de Interesses Legais do Flu, Heraldo Iunes, destacou que o objetivo da perícia era identificar o autor do grito, e não tirar a credibilidade da denúncia: “O objetivo do Fluminense sempre foi encontrar o autor da ofensa apontada através das redes sociais. Nosso objetivo não era negar nada, mas cumprir com nosso papel de forma justa, sem açodamento, que pode ser muito ruim. O fato de o resultado do laudo mostrar ser impossível identificar, naquela gravação, o xingamento que se imaginava, não significa que não vamos seguir na luta de combate ao racismo. Não houve desta vez, mas não pode haver nunca. O Fluminense seguirá sua luta para que atos preconceituosos, alguns deles criminosos, não aconteçam no futebol”.
O episódio aconteceu no último clássico entre Flamengo e Fluminense, disputado no Engenhão. No intervalo, durante a descida de Gabigol para o vestiário, um vídeo da torcida tricolor flagrou uma pessoa gritando “macaco” em direção ao jogador. Na mesma partida, um vídeo gravado dentro da torcida flamenguista registrou uma canção homofóbica sendo cantada por vários torcedores.
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