Fortaleza

No último ano de contrato, Marcelo Boeck revela que continua no Fortaleza: ‘Esse ano e mais um’

Foto: Bruno Oliveira/Fortaleza EC

Em entrevista para a TV Unifor, o goleiro Marcelo Boeck conversou sobre o que mudou no clube da Série C até a vaga na Libertadores, da Libertadores e sobre ter falado que encerraria a carreira quando chegasse na maior competição da América. Campeão em 2006, Boeck falou sobre a sua experiência na Libertadores.

– Eu acho que quando a gente ganha, fica marcado. Eu lembro que teve um jogo contra a LDU de Quito, lá, e foi o único jogo que o Internacional perdeu, e eu joguei esse jogo, foi a minha estreia na Libertadores. Jogamos contra o Athletico e viajamos para Guayaquil, que é nível do mar, então ficamos treinando e no dia do jogo viajou para não sofrer com a altitude, que se eu não me engano, são 3.600m acima do mar. O goleiro que vinha jogando sofreu uma pancada contra o Athletico, e no dia do jogo, o Abel Braga falou que era comigo, a gente não tem noção da altitude, eu devia ter 20 ou 21 anos, a gente via pela televisão os jogos na Bolívia, e realmente, no primeiro lance do jogo, o cara chutou do meio de campo, a bola passou rápido e eu falei ‘meu Deus do céu’. Eu lembro que aquele jogo a gente poderia ter ganho fácil, mas naquele ano, todos os times que enfrentavam a LDU em Quito sofria três gols de diferença, a gente saiu ganhando por 1 a 0 e tomou a virada no final do jogo. Eu estava triste, minha estreia em Libertadores, a única derrota do Inter, e os jogadores mais experientes, como o Fernandão, falou ‘hoje tu vai ter uma experiência que daqui há anos, quando tu jogar de novo, tu vai lembrar dela e vai ser importante’, quem sabe seja esse ano. – falou.

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No Fortaleza desde 2017, Marcelo Boeck apontou o maior fator para o Fortaleza viver em outro patamar em comparação com a sua chegada ao clube.

– Acho que a saída da Série C. Nada disso teria acontecido se nós não tivéssemos saído da Série C, acho que ali existia um projeto do clube sair da Série C, para modernizar toda a estrutura do clube. Logicamente com a chegada do Rogério Ceni junto com o Marcelo Paz, houve uma evolução. A gente teve que dar passos mais rápidos do que normalmente seria, mas acho que depois que o Rogério saiu, a evolução continuou e isso se dá muito a nossa direção, aos treinadores que chegaram, e aí entra o Vojvoda, que é do mesmo patamar de exigências, de pedidos, de saber que só se tem resultado dentro de campo se fora de campo tem toda estrutura e todas as condições de exercer, porque aí não tem mais desculpas, porque na Série C, eu ouvia muito que a gente tinha desculpa para tudo, e quando a gente saiu da Série C, as pessoas me perguntam qual é a conquista que eu mais gosto, e eu sempre falo que é a Série C. Pro torcedor, pro clube, pra tudo aquilo que vivíamos, foi algo sobrenatural, toda carga que saiu do clube, da direção, dos funcionários. Essa mudança de patamar aconteceu, eu costumo dizer que, não existiria título da Série B se não tivesse a Série C, não existiria Rogério Ceni se não tivesse saído da Série C, não teria Vojvoda se não tivesse saído da Série C, não teria o Centro de Excelência se não tivesse saído da Série C, o Fortaleza ter condição de comprar jogadores pra qualificar o elenco e ter uma venda futura se não tivesse saído da Série C. Então essa saída da Série C foi muito maior do que hoje a gente tem noção, daqui a cinco, 10, 15, 20 anos, nós vamos lembrar de um Fortaleza já equilibrado na Série A, em grandes competições, jogando Libertadores com maior frequência, mas que tudo começou naquela saída da Série C. – apontou.

Em sua entrevista passada ao canal, Marcelo Boeck revelou que só encerraria a carreira quando chegasse na Libertadores. Hoje, aos 37 anos, o goleiro mudou a sua opinião, e falou sobre novos projetos para a sua carreira.

– Eu tinha um projeto, eu e minha esposa, de que com 38 anos encerrar. Só que a gente sabe que o futebol é dinâmico, e eu hoje, fisicamente falando, depois dos 30 é que a gente sabe o que pode fazer ou não. Em uma conversa nossa, antes de renovar com o Fortaleza é que, vamos renovar um ano e deixar em aberto, e realmente assim, esse ano seria o último, mas acho que não será. Logicamente não vou terminar minha carreira em declínio, falhando todo jogo, não quero isso pra mim. Mas enquanto tiver condições, uma chama dentro de mim de competitividade, de qualidade, de poder fisicamente, mentalmente, poder lutar por uma titularidade, pelos objetivos do Fortaleza, eu quero estar. Acho que seria contra o que eu sempre falei, o que eu sempre prego como princípios, acho que eu estaria dando um tiro no próprio pé. Se eu ver que no final do ano eu não tenho condições, eu vou ser o primeiro a falar obrigado, faria tudo de novo, mas deu. E em outra questão, treinador de goleiro não seria, não por não gostar ou não ter condições, mas hoje já comecei a fazer um curso de treinador, não sei se teria condições de ser treinador, tem que ter jogo de cintura que eu acho que não teria, mas comecei a fazer um curso de executivo, e hoje, se eu pudesse falar, acho que como diretor, fazendo um meio de campo entre diretoria, comissão, jogadores e funcionários, acho que seria esse tipo de diretor. Mas quero passar por todos esses setores para ter essa noção de não quero ou quero ser treinador, acho que poderia passar por essas áreas para poder me encaixar, já é uma conversa que tem tido, mas hoje estou aberto para jogar e acho que não será o último ano.

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