Após a saída de Roberto Fernandes do Náutico, as séries A e B passam a não ter técnico nordestino. Dentre os quarenta clubes que disputam a primeira e a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, a maior parte dos técnicos são paulistas e paranaenses.
Entre os técnicos das Séries A e B tem dez paulistas, sete paranaenses, cinco cariocas, cinco mineiros, quatro gaúchos, um capixaba e um goiano. Há também sete treinadores estrangeiros. Assim como o nordeste, o norte do país não é representado por nenhum nome.
Além de Roberto Fernandes, que deixou o comando do Náutico, o pernambucano Dado Cavalcanti e baiano Marcelo Chamusca estiveram recentemente dirigindo times da elite do Brasileirão.
Para o comentarista Cabral Neto, do ge, existe uma dificuldade social e econômica que prejudica a carreira e avanço dos técnicos nordestinos.
”Existe um sentimento que o nordestino tem, que é de falta de espaço, de reconhecimento nacional. Não é um sentimento único, e sim de uma população inteira. E quando 60 milhões de habitantes se sentem assim, alguma coisa está errada, na forma como somos vistos, encarados e temos abertura para mostrar o talento que existe nessa região. Nenhum clube, abertamente, deixa de contratar um técnico por ser nordestino. Porém, as dificuldades que são impostas na vida, por esquema social, faz com que haja um número menor de pessoas trabalhando.” – disse comentarista do grupo Globo.
Confira a lista dos técnicos das séries A e B:
Técnicos paulistas: Vágner Mancini (América-MG), Maurício Barbiere (Bragantino), Dorival Júnior (Flamengo), Marquinhos Santos (Ceará), Daniel Paulista (CRB), Rafael Guanaes (Novorizontino), Bruno Pivetti (Tombense), Claudinei Oliveira (Sport), Elano (Náutico) e Carlos Pimentel (Ituano).
Técnicos paranaenses: Rogério Ceni (São Paulo), Cuca (Atlético-MG), Alan Aal (Vila Nova), Cláudio Tencati (Criciúma), Mozart (Guarani), Adílson Batista (Londrina) e Matheus Costa (Operário).
Técnicos cariocas: Eduardo Barroca (Avaí), Jair Ventura (Goiás), Jorginho (Atlético-GO), Marcelo Cabo (Chapecoense) e Emílio Faro (Vasco – Interino).
Técnicos mineiros: Fernando Diniz (Fluminense), Hélio dos Anjos (Ponte Preta), Alberto Valentim (CSA), Léo Condé (Sampaio Corrêa) e Enderson Moreira (Bahia).
Técnicos gaúchos: Mano Menezes (Internacional), Luiz Felipe Scolari (Athlético-PR), Lisca (Santos) e Roger Machado (Grêmio).
Técnico capixaba: Umberto Louzer (Juventude).
Técnico goiano: Luan Carlos (Brusque).
Os 7 técnicos estrangeiros são:
Abel Ferreira (português) – Palmeiras
Vítor Pereira (português) – Corinthians
Luís Castro (português) – Botafogo
Antônio Oliveira (português) – Cuiabá
Juan Pablo Vojvoda (argentino) – Fortaleza
Gustavo Morínigo (paraguaio) – Coritiba
Paulo Pezzolano (uruguaio) – Cruzeiro