Na última terça-feira (24), John Textor, dono do Botafogo, conversou sobre diversos assuntos e tirou várias dúvidas dos torcedores em entrevista ao ‘Fogaonet’. Entre os temas debatidos, o investidor falou sobre alguns objetivos atuais do Glorioso, mas também projetos a longo prazo, como a conquista de títulos importantes.
Briga por títulos
Textor revelou a expectativa de grandes conquistas em dois anos. Até lá, espera colocar o Botafogo entre os três principais clubes do Brasil e se classificar para a Libertadores. Porém, o bilionário não descartou a possibilidade de levantar uma taça ainda este ano.
– Quando falo títulos, não falo do maior de todos. Mas eu acredito que podemos brigar pela Sul-Americana esse ano. Teve um único benefício de perder o último jogo do ano (para o Athletico-PR, ficando assim sem a vaga na Libertadores). Devemos esperar brigar pelo título da Sul-Americana. Sobre a Copa do Brasil, podemos ganhar de qualquer clube, mas num campeonato de 38 jogos é mais difícil pelo estado em que nos encontramos agora.
Centro de Treinamento
Outro tema muito cobrado pela torcida, o novo Centro de Treinamento da equipe deve ser construído em um terreno oferecido pela Prefeitura. Além disso, o Espaço Lonier também receberá melhorias. Para avançar, Textor aguarda um sinal verde do prefeito Eduardo Paes, que ainda não assinou um acordo oficial para ceder o terreno.
– O prefeito do Rio apertou minha mão e garantiu que me cederia um pedaço de terra para fazer o CT. Mas até hoje não recebi um papel assinado.
Lei da SAF
Em relação aos problemas com fluxo de caixa, John Textor citou uma série de dificuldades com órgãos judiciais, criticando o entendimento equivocado de algumas partes sobre a lei da SAF. Para evitar problemas, o investidor precisou lidar com uma série de dívidas das gestões anteriores.
– Se o governo aprova uma lei, mas os juízes não seguem a lei ou não concordam com ela, é muito difícil nos desvincular do passado. Estamos trabalhando muito bem com o clube social para encontrar as soluções, porque a Lei da SAF não está nos protegendo como deveria. Uma pessoa da Ferj, quando assumimos a SAF, cobrou da gente uma dívida histórica de R$ 5 milhões e ameaçou que não poderíamos inscrever jogadores. Tivemos uma companhia de energia que foi ao Lonier e disse que o velho Botafogo devia-lhes dinheiro e tentou cortar a nossa luz, tivemos que pagar imediatamente para não ter a luz cortada. Ganhamos R$ 3,5 milhões do prêmio da Copa do Brasil e a CBF pegou o dinheiro porque o clube social tinha uma dívida histórica com eles. Fizemos ofícios à CBF e nunca tivemos uma resposta.
Investimento e reforços
John Textor falou sobre a necessidade de aumentar as receitas do clube, planejando zerar os prejuízos em três anos. Ele afirmou que pretende formar um time competitivo para isso, capaz de manter a torcida empolgada e, assim, aumentar a venda de produtos.
– Espero que em três anos tenhamos receitas suficientes para nos colocar em nível superior de clube. Fazer crescimento assumindo clube com poucas receitas e torná-lo com grandes receitas é o projeto. E leva tempo. É óbvio que para termos mais receitas temos que criar esse sentimento de excitação no torcedor. Teve quando entrei no ano passado e nem havia camisa para vendermos. Obviamente tenho que formar um time competitivo o suficiente para criar esse tipo de sentimento e termos mais receitas.
Em relação aos reforços, o bilionário quer esperar o fechamento da janela europeia, no dia 31 de janeiro, para intensificar a busca por novas contratações no primeiro semestre. Dessa forma, as negociações devem ocorrer mais facilmente. Ademais, Textor descartou o lateral-direito Gio González e o atacante Pellistri, alvos do Botafogo.
– Os fãs começam a ficar preocupados quando veem Vasco, Cruzeiro e Grêmio contratando muitos jogadores, mas estes acabaram de subir, estão passando pelo processo que passamos no ano passado. Meu sentimento é que temos muito tempo para trabalhar essa janela, principalmente porque a da Europa fecha dia 31 de janeiro e a nossa continua aberta, jogadores da Europa poderão ser negociados com o Brasil, não mais com a Europa. Não só jogadores europeus, como jogadores do Brasil e da América do Sul, que os agentes tentam transacionar para a Europa. Nesse momento todos estão pedindo mais caro pelos atletas. Uma vez que a janela se feche na Europa, é onde conseguimos as melhores oportunidades.
Busca por CEO
John Textor também confirmou que está procurando um novo CEO para o Botafogo, detalhando o processo e as características que espera para a função. O processo de escolha está sendo liderado pelo diretor da SAF, Thairo Arruda, que acumula o cargo atualmente e participou da live.
– O perfil que estou buscando é um CEO que tenha presença internacional, consiga levar a ser um time internacional. Quando olhamos o mercado brasileiro, poucos CEOs tem perspectivas diferentes, trabalharam em reestruturação de clube social, o que também é importante, mas queria alguém com presença internacional mais latente.