Mais uma noite de Copa Libertadores da América na vida dos gremistas e mais uma classificação para as oitavas de final. Tem sido assim, pelo menos nos últimos cinco anos. Entretanto, o Grêmio que venceu a Universidad Católica por 2 a 0, é diferente do que era acostumado a ver. Um time mais controlador de espaço, mais direto e com menos posse de bola, aliada a mudança de esquema tático, são as diferenças em 2020.
Esta foi a solução encontrada por Renato Portaluppi para manter a esperança gremista de conquistar grandes títulos nesta temporada. Mais uma vez priorizando as copas, o tricolor não se via em um bom momento, jogando um futebol pobre e sem ideias. Parecia que a fonte tinha esgotado. Parecia. Mas, o treinador que tantas alegrias já deu no Grêmio, trouxe uma inovação: abrir mão do tradicional 4-2-3-1 e mudar seu estilo de propor o jogo.
— Mais uma vez, não começamos muito bem. Estávamos com muitos jogadores diferentes, e falta o entrosamento. Também enfrentamos uma equipe bem treinada, que tem um conjunto muito bom. No intervalo, mudamos taticamente e a estratégia deu certo, trazendo o time para trás, no 4-1-4-1 — disse.
Por quê o Grêmio precisa desta mudança?
Esta pergunta é muito pertinente. Se formos olhar as estatísticas, o Grêmio teve meros 32% de posse de bola, 280 passes trocados e uma média de acerto dos mesmos considerados baixos (72%). Os números refletem a mudança de estilo de jogo gremista. Menos propositivo, tentando explorar os erros. Desse modo, o tricolor tende a ser uma equipe que vai se valer mais de contra-ataques, explorando a qualidade de seus jogadores na visão de jogo e, principalmente, na velocidade.
O Grêmio não estava praticando um bom futebol em 2020. Aquele time de passes rápidos, circulação e posse da bola, tabelas e aproximação estava distante, principalmente comparado aos anos anteriores. Mas, um fator agravou ainda mais a situação: falta de compactação defensiva. Era costumeiro ver um hiato enorme nas linhas entre os volantes e os zagueiros. Tal espaço era muito bem aproveitado pelos adversários.
Na mudança de esquema tático, o 4-1-4-1 proporciona um maior equilíbrio defensivo, já que este espaço entrelinha será guarnecido. Além do mais, o Grêmio tem volantes construtores para fazer o papel dos interiores, tais como Maicon, Matheus Henrique e Darlan Mendes, podendo fazer uma transição ofensiva de qualidade e perigosa. É esperar para ver quais são os próximos planos de Renato Portaluppi para esta importante mudança e evolução de jogo no elenco gremista.
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