As regatas dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 começaram neste sábado (28) em Valparaíso, Chile, nas praias de Algarrobo Norte e El Quisco.
Praticamente toda a Equipe Brasileira de Vela composta por 17 atletas foi para água. As classes Nacra, Lightning e Snipe estreiam neste domingo (29).
As disputas foram com ventos de médio para forte, com muita onda e sensação térmica baixa no litoral chileno.
Destaque do dia para as bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze, que defendem o título da 49erFX obtido em Lima 2019. As atletas, que buscam vaga direta em Paris 2024, venceram duas regatas e ficaram uma em terceiro.
Com 5 pontos, as atletas têm um de vantagem sobre as norte-americanas Stephanie Roble e Margaret Shea, com três segundos lugares. Apenas cinco 49erFX estão na água e são 16 regatas incluindo a medal race.
”A gente saiu um pouco na frente e estamos contentes de cumprir a missão do primeiro dia.Tem muita coisa para rolar. Estamos dedicadas a manter o foco”, contou Martine Grael.
A treinadora Martha Rocha explicou que o campeonato tem uma flotilha menor o que muda a característica do jogo.
”É um evento que se tira pontos devagar, pois são poucos barcos. É assim até o final. Mas fizemos um bom começo. Agora é continuar trabalhando. Foi um vento bom, mediano. Bastante onda como esperado. Foram boas regatas. Enfim, recém o começo”, explicou Martha Rocha, treinadora de Martine e Kahena.
Marco Grael e Gabriel Simões atuais campeões do Sul-Americano de 49er da semana passada estão em sexto. A liderança ficou para a dupla uruguaia Hernan Ricardo Odini e Fernando Becerra.
Quem dominou o dia com ‘quase’ 100% de aproveitamento foi Bruno Lobo, que defende o ouro na Fórmula Kite. O velejador venceu as três regatas do dia, mas acabou reclamando da raia, com muita sujeira. Na última, uma desconcentração o tirou da vitória.
”Foi um dia bom, com vento forte, e quase deu pra vencer todas. Tem muita coisa pela frente, recuperar e manter o foco. Quero ver o que errei e acertei para voltar mais forte”, explicou Bruno Lobo, que ganha um dia de folga no sábado.
Na Formula Kite entre as mulheres, Maria do Socorro Reis é a terceira colocada no geral. A argentina Maria Tuienzo está em primeiro.
Na IQFoil, classe de prancha à vela dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil colocou seus dois velejadores na água de Algarrobo. A categoria tem quatro dias de classificatória e um dia de final. Na estreia foram quatro regatas disputadas e Mateus Isaac fechou em segundo lugar e Bruna Martinelli em quinto.
”A partir de amanhã engrena na quinta marcha depois do dia de estreia sempre mais tenso. O objetivo é ajustar a prancha e ter o melhor resultado possível na final no caso do Mateus. Já para a Bruna foi um dia regular”, explicou Bruno Prada, medalhista olímpico e treinador.
Mateus Isaac fez 6 pontos contra 3 de Ethan Westera (Aruba). A disputa tem ao todo 10 competidores. Bruna Martinelli é a quinta com 13 pontos e a líder é a mexicana Mariana Peon com 3.
Outro nome com bom resultado na estreia foi Bruno Fontes na ILCA 7. O catarinense venceu uma regata e fechou a outra em quinto e está em segundo lugar, atrás apenas de Pedro Gamboa (Puerto Rico).
”Foi um dia bom iniciando as regatas sem grandes erros. Deu para recuperar vencendo a segundo. As condições estavam do jeito que eu gosto, com vento médio e onda. Segui os conselhos do meu mentor Bruno Prada, um pessoa que eu gosto e medalhista olímpico”, disse Bruno Fontes.
No ILCA 6, Gabriella Kidd é a sexta no geral com a norte-americana Erika Rose na ponta.
Acompanhe o tracking das regatas – Livestream e Resultados
A vela do Brasil defenderá a liderança histórica do quadro geral de medalhas da olimpíada das Américas. Ao longo destes 72 anos, foram 85 medalhas, sendo 39 ouros, 27 pratas e 19 bronzes.
Nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, o país levou cinco medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze para a equipe brasileira de vela.
Equipe Brasileira de Vela
49erFX: Martine Grael e Kahena Kunze
49er: Marco Grael e Gabriel Simões
Snipe: Juliana Duque e Rafa Martins
Nacra 17: Samuel Albrecht e Gabriela Sá
Lightning: Thomas Sumner, Ana Barbachan e Larissa Juk
ILCA 7: Bruno Fontes
ILCA 6: Gabriella Kidd
Fórmula Kite: Bruno Lobo e Maria do Socorro Reis
IQFoil: Mateus Isaac e Bruna Martinelli
Comissão técnica
Head Coach – Torben Grael
Chefe de Equipe – Claudio Biekarck
Rules Advisor – Ricardo Blu Lobato
Líder Equipe Multidisciplinar – Tânia Sampaio
Técnicos: Bruno Prada, Martha Rocha e Ricardo Paranhos
Apoio à vela Jovem
A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela – CBVela junto ao Ministério do Esporte pelo Convênio 920223/2022.
O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ).
O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.
Sobre a CBVela
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), além de ter o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) como parceiro no fomento à Vela nacional.
A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.
A CBVela foi a primeira confederação esportiva brasileira a integrar a Rede Brasil do Pacto Global da ONU e a incorporar a agenda global da sustentabilidade – a Agenda 2030, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – ao seu planejamento estratégico.