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Imortalizada em uma foto: conheça a história da comemoração ‘soco no ar’ de Pelé

Foto: Acervo CBF

No aniversário de 80 anos de Pelé, é sempre bom relembrar os momentos marcantes. Por isso, o dia 2 de agosto de 1959 foi uma data eternizada na história do futebol. Não só pelo gol mais bonito da carreira de Pelé, mas também pela comemoração com um “soco no ar” que o Rei, de forma espontânea, criou. Naquela oportunidade, todos que estavam presentes no Estádio Conde Rodolfo Crespi, localizado na Rua Javari, na zona leste de São Paulo, tiveram a oportunidade de presenciar a primeira vez em que Pelé comemorou daquela forma.

A partida contra o Juventus da Mooca, válida pelo Campeonato Paulista de 1959, terminou 4 a 0 para o Santos. Os três gols de Pelé, sendo o terceiro o mais bonito entre os seus mais de mil gols, não foram filmados. As testemunhas oculares variam entre torcedores – que abarrotaram o estádio para ver o Rei -, jogadores em campo e os poucos jornalistas esportivos. Uma foto, feita pelo fotojornalista Rafael Dias Herrera, mostra o exato momento em que Pelé cabeceia para o gol, sendo um dos únicos registros daquele momento.

Momento exato em que Pelé pula para cabecear a bola para o gol. Foto: Rafael Dias Herrera

O gol

Garoava em São Paulo naquele dia 2 de agosto. O estádio da Rua Javari tinha cerca de 10 mil torcedores que se apertaram para ver o Juventus jogar, em casa, contra Pelé. Mas a torcida não aliviou. Vaias ecoavam sempre que o Rei, com 19 anos, pegava na bola. Mesmo com dois gols na partida, o atacante santista queria mais. E foi assim que saiu o terceiro e mais antológico gol de sua carreira.

Em um contra-ataque, Pelé deu uma meia-lua (drible da vaca) em um jogador adversário, deu dois chapéus dentro da área e, sem deixar a bola cair, amorteceu com o joelho para encobrir o goleiro. Para a finalização, apenas pulou para cabecear a bola para o gol vazio. Então, foi nesse momento que houve a comemoração.

Pepe, um dos companheiros de ataque de Pelé, foi um dos privilegiados que viram o gol de perto. Em entrevista ao site “Tribuna Online”, o atacante falou sobre o lance.

– Pelé driblou, pelo menos, quatro jogadores. O último foi o goleiro. A bola ainda estava um pouco alta depois de ter dado um chapéu e ele foi lá e fez de cabeça. Foi uma pintura. Um gol incrível para um jogador normal e um gol normal para um jogador incrível como o Rei – relembrou.

A comemoração

Após fazer um dos lances mais geniais do futebol, Pelé, sem pensar muito, correu em direção à torcida e pulou dando um soco no ar. Cansado das vaias, o Rei disse, em entrevista à TV Santos, que foi uma forma de desabafar.

– Às vezes a gente fazia uma jogada que não dava certo e o pessoal vaiava os jogadores do Santos. E aí, quando eu fiz o gol, eu fui pra torcida e dei um soco no ar. Foi uma coisa espontânea. Saiu o gol, e eu fui lá: ‘Tá vendo?!’ – declarou Pelé.

E surtiu efeito. As vaias se converteram em aplausos. Aplausos, estes, que duraram minutos e se estenderam até os jogadores do Juventus. Ali estavam sendo testemunhas de um momento histórico.

Imortalizada

A icônica comemoração foi eternizada mundialmente na Copa do Mundo de 1970, no México. O Brasil estava empatando, na estreia, com a Tchecoslováquia, em 1 a 1. Foi então que Pelé fez o gol da virada e seu soco no ar como comemoração foi televisionado mundialmente.

Mas as câmeras conseguiram filmar apenas o Rei de costas. Quem teve a oportunidade, quase exclusiva, de fotografar este momento frontalmente, foi o fotógrafo Lemyr Martins. A marca registrada de Pelé rendeu tentativas de cópias, inspirações e invenções, mas o verdadeiro feito saiu da mente brilhante do Rei do Futebol.

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