“O vascaíno não tem um dia de paz”. A frase que já se tornou comum entre torcedores do Cruz-Maltino em momentos difíceis, foi bastante apropriada as últimas 48 horas vividas pelo clube. Depois de um sábado de eleições marcadas por polêmicas, ânimos exaltados, guerra judicial e um resultado contestado, o time foi derrotado pelo Palmeiras, por 1 a 0, em São Januário e chegou a nove jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro.
Não fosse a classificação na Copa Sul-Americana diante do Caracas, o drama poderia ser ainda maior para o recém-chegado treinador Ricardo Sá Pinto. No jogo do último domingo, a equipe mostrou certa organização defensiva, mas acabou cometendo um pênalti desnecessário e infantil que custou o resultado. No ataque, a apatia tomou conta e foram poucas as oportunidades criadas em um volume de jogo muito aquém do esperado, além da já conhecida falta de pontaria.
Um dia antes, o vascaíno teve a sensação de “filme repetido” com mais um processo eleitoral conturbado, que não transmite qualquer segurança aos sócios votantes. O pleito previsto para o dia 14 de novembro de forma online, foi transferido de última hora para o modo presencial graças a uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio, proferida na véspera. Por volta das 20h, no entanto, foi suspenso por nova decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Mesmo diante de tudo isso dirigentes presentes em São Januário decidiram seguir com a votação e com a apuração, depois de discussões e ânimos exaltados entre os apoiadores dos candidatos. Leven Siano venceu sem a certeza se poderá tomar posse em janeiro. A já conhecida prática do desligamento da energia elétrica fechou a noite bizarra e deixou muitos vascaínos à deriva, sem entender o que se passava.
O discurso entre jogadores e comissão técnica é que a questão política não tem qualquer influencia sobre o desempenho esportivo. Estar alheio a tanta confusão nos bastidores, no entanto, parece improvável. Com o resultado de domingo, o Vasco voltou a zona de rebaixamento e deixou milhares de torcedores apreensivos Brasil afora, além do questionamento geral de quando serão despertados do pesadelo.
