Futebol Internacional

Greg Clarke, presidente da FA, renuncia ao cargo após comentários sobre negros e homossexuais

Divulgação / FA

Greg Clarke, presidente da FA (Football Association), se afastou do cargo nesta terça-feira (10) após declarações inadequadas sobre negros e homossexuais.

Toda a série de polêmicas incluindo frases homofóbica e xenófoba, aconteceram durante reunião do Comitê de Digital, Cultura, Mídia e Esporte. Quando Greg Clarke foi questionado sobre as barreiras que jogadores homossexuais na Inglaterra assumirem sua orientação sem que acabem recebendo xingamentos nas redes sociais.

“Se eu tiver que lidar com o que acontece desde as jogadoras profissionais aos jogadores ‘coloridos’ e todo o abuso que sofrem nas redes sociais… (pausa) Eu queria dizer que as redes sociais são livres para tudo”, disse Greg.

Minutos depois na reunião, um membro do comitê (Kevin Brennan) questionou se Clarke queria pedir desculpas pelo uso da palavra “colorido”. Ele acabou pedindo desculpas e tentou se explicar.

“Eu trabalhei nos Estados Unidos por diversos anos onde a utilização do termo ‘pessoa de cor’ acaba sendo frequente por causa da legislação que propõe grande diversidade. Às vezes eu tropeço em minhas próprias palavras”.

Em outra situação na reunião, Clarke também foi criticado por se referir que jogadores asiáticos e africanos possuem “interesses diferentes na carreira” quando foi perguntado sobre as políticas de inclusão e diversidade da FA com o governo britânico.

“Essas comunidades não são uma massa. Se você olhar para o futebol de alto nível, a comunidade afro-caribenha está mais representada em relação à comunidade do sul da Ásia Se você for para o departamento de TI da FA, há muito mais sul-asiáticos do que afro-caribenhos. Eles têm interesses profissionais diferentes.”, disse Clark durante a reunião.

Na parte final da reunião, o assunto sobre jogadores homossexuais no futebol voltou a ser tratado. Ao tomar a palavra, Clarke foi inconclusivo em sua argumentação e deixou a entender (para muitos críticos) de que o termo “escolha de vida” possa ter sido relacionado com a escolha de ser homossexual, ou então, estava se referindo à opção de um jogador se assumir ou não.

“O verdadeiro problema é quando você corre para 60.000 pessoas e decide na segunda-feira que quer revelar sua sexualidade – e eu nunca pressionaria ninguém a revelar sua sexualidade – o que eu gostaria de fazer é saber que qualquer um que corre entra em campo e diga: ‘Sou gay. Tenho orgulho disso e estou feliz. É uma escolha de vida, e eu fiz porque minha vida é um lugar melhor ‘, acredito que eles teriam o apoio de seus companheiros no vestiário. Acredito que temos coisas no lugar para que qualquer pessoa que se comporte mal em termos de abuso homofóbico, misógino ou racista, nós os encontremos e os baniremos do futebol, nós temos o poder”

Pouco depois do fim da reunião, a Federação de Futebol da Inglaterra enviou uma nota oficial afirmando que Greg Clarke está se afastando do cargo com efeito imediato, devido às diversas críticas recebidas, principalmente, pelas duas primeiras colocações citadas acima.

“As minhas palavras inaceitáveis perante o Parlamento foram um péssimo serviço para o nosso jogo e para aqueles que o assistem, jogam, arbitram e administram. Isso cristalizou minha decisão de seguir em frente. Estou profundamente triste por ter ofendido as diversas comunidades no futebol que eu e outros trabalhamos tanto para incluir. Gostaria de agradecer aos meus amigos e colegas do futebol pela sabedoria e pelos conselhos que compartilharam ao longo dos anos. Eu renuncio à FA com efeito imediato.”

Greg Clarke foi presidente da FA entre 2016 até 2020.

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