Alex deixou os gramados em 2014, mas sempre soube que a saída era temporária. Em entrevista ao portal Um Dois Esportes, o ídolo Coxa Branca apontou viver “o momento inicial para a nova função”, e comentou sobre a preparação durante os seis anos longe do campo.
Na carreira, Alex deixou 391 gols em 964 jogos, e seu último jogo como profissional foi na vitória do Coritiba contra o Bahia por 3×2, na última rodada do Brasileirão. Em seguida, o meio-campista tirou as licenças A e B na CBF Academy e concluiu um curso de gestão na Faculdade do Futebol. Também acompanhou as categorias de base do Coxa e conversou com auxiliares técnicos e ex-treinadores do clube.
MOMENTO PARA A NOVA FUNÇÃO
Na entrevista, o ex-jogador esclareceu que sempre teve em mente o plano de seguir carreira como gestor ou treinador. — Já imaginava isso quando jogava. Eu, por um acaso, sorte ou escolhas, fui capitão da maioria das equipes em que joguei. E a partir do momento em que você é capitão, há muita conversa com comissão técnica, com diretoria. E a partir do momento que encerrei, em 2014, fiz um organograma para que pudesse seguir(…). Eu queria tirar essa vestimenta de ex-jogador, curtir um pouco a família, me distanciar do universo do futebol e criar uma isenção para que eu pudesse imaginar uma nova situação na frente. Na época ainda não sabia se como gestor ou treinador. Então, dentro desse organograma eu consegui seguir e acredito que tenha chegado o momento final – ou inicial para a nova função.
ESTÁGIO NO COXA
O ídolo Coxa Branca relatou que fez um curso de gestão de futebol, mas sua paixão sempre foi o campo. — Fui para a Universidade do Futebol com o professor Medida fazer curso de gestão. Enxerguei que é interessante, é importante, mas que realmente não é a minha. Não me vejo falando de parte administrativa, envolvido com parte financeira, me via muito mais dentro do campo. Nesse período me inscrevi duas vezes no curso da CBF e acabei desistindo no momento final.
(…) Quando realmente decidi, fiquei na dúvida se ia direto para a Licença A ou faria a Licença B. Fiz a opção pela Licença B para entender essa questão da formação do jovem jogador no Brasil. (…) Aí fiz o estágio no Coritiba, mais fixo no sub-17, mas conversando com os técnicos de todas as categorias. Naquele momento o Mozart ainda era o auxiliar e conversávamos bastante. O treinador era o Umberto Louzer, que também me permitiu acompanhar.
Em seguida, o ex-jogador explicou que já concluiu os cursos, mas que segue com o aprendizado. — Neste ano fiz a Licença A e agora vou retornar para acompanhar o Rodrigo [Santana].
Sobre o estágio no Alviverde, o craque manifestou desejo de ver na prática o que aprendeu nos cursos. — Não sei se é a palavra é estágio. Tenho curiosidade em saber o que os treinadores pedem, no caso o Rodrigo Santana e o Pacheco, e saber como os jogadores recepcionam. Ideias de futebol eu tenho as minhas e cada um tem as suas. A dificuldade maior é aplicar. Mas tenho curiosidade, principalmente, de saber a recepção do jogador de hoje em dia.
(…) Não sei se é um estágio, é mais um acompanhamento para que eu tenha essa percepção. Se eu tiver oportunidade vou fazer em outros clubes, mas a pandemia prejudica um pouco nesse sentido.
TRABALHO COM A BASE
Logo depois de sua aposentadoria, o Coritiba ajudou Alex a entender melhor o processo de formação dos jogadores nas categorias de base. — Têm jogadores hoje no Coritiba, que estão beirando para entrar no time profissional que os acompanho desde 12, 13 anos, desde quando eram atletas de futsal. Isso eu fiz questão de fazer, de conversar, de ver a recepção deles, de ver sentimento. O Igor Jesus, que foi embora agora, acompanhava desde os 16 anos no Coritiba. Eu sabia o processo que ele estava alimentando na carreira. E têm outros assim. O Matheus Cunha é titularíssimo na Alemanha, sonhando com medalha olímpica, mas lembro dele jogando decisão de juvenil aqui em Curitiba. Eu estava ali quietinho acompanhando.
(…) O que eu quero é algo parecido com o que tinha no passado, onde os treinadores conversavam diretamente comigo, gastaram tempo e energia comigo. Isso é algo que prefiro repetir, óbvio que entendendo o processo de cada um, o processo familiar de cada um, os desejos individuais.
Enquanto esteve fora dos campos, Alex atuou como comentarista na ESPN. Ele espera concluir o treinamento em 2021 e entrar no mercado como treinador.
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