O técnico Jesualdo Ferreira, do Santos, se mostrou bastante desesperançoso em relação a um possível retorno do futebol no Brasil. Em sua coluna semanal no jornal “O Jogo”, de Portugal, o treinador afirmou que não vê uma luz no fim do túnel, justamente pelo fato de que Santos é uma das cidades com maiores índices de Covid-19 no estado.
Além disso, Jesualdo ainda se disse ansioso pela retomada dos trabalhos, mas ressaltou que é preciso encontrar um equilíbrio em meio a tudo isso.
“Em Portugal o campeonato voltou, no Brasil ainda não vemos a luz no fim do túnel. Santos é uma das cidades do estado de São Paulo mais afetadas por essa terrível pandemia, enchendo-nos de incertezas e angústias em relação ao futuro próximo. Há uma série de protocolos em discussão com vista à retomada. Há discordâncias, como é próprio da condição humana, e há uma certeza: de que estamos ansiosos por voltar ao trabalho, por voltar a ver sorrir os nossos torcedores. É um tempo muito difícil que vivemos, difícil de suportar, mas será na forma como gerimos o tempo e como o executamos que encontraremos o equilíbrio da situação”, escreveu o comandante santista.
Por fim, Jesualdo também apostou em um equilíbrio maior entre as equipes quando a bola voltar a rolar. Para explicar seu raciocínio, o treinador citou o Campeonato Alemão e também mencionou o Campeonato Português, duas das competições que já foram retomadas na Europa.
“Sempre disse que a Bundesliga iria servir de balão de ensaio para os outros campeonatos. E aquilo que aconteceu na retomada do Campeonato Português enquadra-se nessa ideia. Os quatro primeiros classificados não venceram. Dois deles até perderam. É a tal diluição do fosse de que falei atrás. Avisei para isto: as equipes não vão ter o mesmo comportamento, porque estão a lidar com uma situação que é inédita para todos. Nenhum treinador ou jogador pode dizer: ‘Eu já passei por isso'”, completou Jesualdo.
O futebol no Brasil ainda segue sem data definida para retornar. Enquanto o governo do Rio de Janeiro autorizou a volta do esporte, mesmo que sem público, São Paulo ainda estuda medidas com cautela para apresentar uma proposta de retomada das atividades nos clubes.