Luis Eduardo Schmidt, ou somente Edu, começou sua carreira no XV de Jaú. Pelo bom futebol apresentado conseguiu espaço no São Paulo, onde fez história. Comparado com Raí, o ex-atacante conquistou o título paulista de 1998 e 2000, marcando gols importantes para as conquistas. Em entrevista ao Esporte News Mundo, o ex-atacante relembrou seus primeiros passos como jogador.
“Por eu ser da cidade, meu início no XV de Jaú foi mais fácil. Quando eu tinha 14 anos surgiu a oportunidade de fazer o teste no XV, meus pais me apoiaram muito. Eu consegui passar nessa avaliação e dei uma sequência muito boa, em uma base que é muito importante para futebol brasileiro. Comecei a trabalhar com mais força, mais ímpeto e para isso tive bastante ajuda dos profissionais do XV de Jaú” relembrou Edu.
De família humilde, o jogador viu sua vida começar a mudar quando foi notado pelo então treinador do XV de Jaú e conselheiro do São Paulo, José Poy.
“Ele me viu jogando, gostou do meu futebol e desde então me abraçou, sempre me deu muitos conselhos e fez com que eu me tornasse um jogador melhor. Com toda sua experiência ele foi uma pessoa que me ajudou bastante. Ele me indicou para o São Paulo e isso se tornou realidade. Fui para o Tricolor com 16 anos”, contou.
Chegada ao Morumbi
Por um ano emprestado, Edu chegou para integrar a base do time do Morumbi, e segundo o atleta tudo aconteceu muito rápido. Com a equipe sub-17 tornou-se artilheiro e foi considerado o melhor jogador de um dos primeiros campeonatos que disputou.
Em uma época que o São Paulo tinha em sua equipe profissional jogadores como Raí, França e Denílson, inspiração era o que não faltava para Edu.
“Nesse momento de transição de base para o profissional, o fato de você ter jogadores com uma grande experiência dentro do futebol e com grandes conquistas, faz com que se torne muito mais fácil essa adaptação”, definiu.
Edu ainda relembrou uma história envolvendo Raí. “Ele (Raí), sempre foi uma referência para mim. Sempre fui São Paulino e as conquistas dos mundiais de 92 e 93 eu acompanhei. Me lembro que em 1992, o Raí fez um grande jogo contra o Barcelona. Depois de alguns anos tive o prazer de poder jogar ao lado do meu grande ídolo e aprender com ele dentro e fora de campo”.
Transferência para a Espanha
Com boas atuações Edu foi transferido para o futebol Europeu, onde defendeu a camisa do Celta de Vigo e o Real Betis. “Foi uma época que o São Paulo negociou bastante jogadores e eu era um deles. Cheguei com 21 anos no Celta de Vigo, com uma ilusão muito grande. Contei com a ajuda de outros brasileiros que estavam no clube, como o Doriva, Giovanella e Catanha e por isso minha adaptação foi muito mais fácil,” relembrou.
Na temporada 2004/05 o ex-atacante foi transferido para outro clube espanhol, o Real Betis, e junto com outros três brasileiros marcou a história do clube:
“Antes de eu definir minha situação eu liguei para o Denílson, ele já estava no Betis a um bom tempo. Quando eu fui transferido, lá estava o Marcos Assunção e logo chegou o Ricardo Oliveira. Então naquele ano formamos um quarteto muito legal. Culminou também em uma temporada histórica, que foi quando o Betis conquistou a Copa do Rei e também a classificação para a Champions League”.
Retorno ao Brasil
Em 2009 era chegada a hora de voltar ao Brasil. O desejo de voltar a defender a camisa Tricolor existia e após uma conversa com Rogério Ceni, o goleiro se interessou bastante na volta de Edu. “Começaram algumas conversas, principalmente com o Milton Cruz, entretanto nunca houve uma proposta formal. Quando eu assinei com o Internacional o São Paulo me ligou, mas já era tarde”, lembrou.
Atualmente o ex-atacante é dono de uma empresa que representa jogadores e portanto acompanha o trabalho de Fernando Diniz.
“Ele está realizando um ótimo trabalho. Torço muito para que de certo e o São Paulo possa conquistar títulos importantes em um futuro próximo”, avaliou.
Seleção Brasileira
Era 1999 quando Edu foi convocado para defender a camisa canarinho pela primeira vez. Ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Fábio Aurélio e outros grandes nomes, o jogador disputou as olimpíadas de Sidney em 2000 pela seleção sub-20:
“Eu me preparei muito bem em todos os sentidos para as olimpíadas, tanto parte física, técnica e psicológica, era algo muito importante para nós e para o Brasil. Nos três primeiros jogos eu fiz dois gols e dei assistência para o gol do Fábio Aurélio. Mas no jogo contra Camarões eu não pude jogar, estava suspenso e justamente aí fomos eliminados”.
Apesar de ter vivido grandes momentos o atleta não foi mais convocado para defender a amarelinha, ele acredita que a não sequencia de Vanderlei Luxemburgo na Seleção pós olimpíada justifica isso. “Luxemburgo confiava muito em meu futebol, acredito que possa ter contribuído. Mas mesmo depois de algum tempo, tendo uma sequência muito boa no Celta de Vigo e no Real Betis, eu não tive mais o prazer de defender as cores do Brasil. Fiquei triste, mas são coisas que acontecem”, finalizou o jogador.