O Cuiabá Esporte Clube é um dos mais novos clubes do futebol brasileiro que vem em ascensão. ‘Novato’ e já figura na Série A do Campeonato Brasileiro, fez história em poucos anos de fundação. Criado em 2001 pelo ex-jogador Luís Carlos Tóffoli, vulgo Gaúcho e que agora é presidido por Cristiano Dresch, o Dourado subiu para a elite do futebol brasileiro em 2021 e desde lá segue na competição, entre altos e baixos, mas com os pés no chão.
Das três temporadas na Série A, a melhor campanha que fez, no caso vem fazendo, é a de 2023. O primeiro turno do Brasileiro foi o melhor, em comparação aos outros, de 2021 e 2022. Nesses anos, o Cuiabá, ou estava dentro da zona de rebaixamento, ou bem perto do Z-4. Em 2021 foi melhor no fim e garantiu uma vaga na Sul-Americana do ano seguinte, mas passou muitas rodadas perigando com a zona da degola. Em 2022 se garantiu na Série A quase na última rodada. Neste ano as coisas mudaram um pouco.
O time Mato-grossense começou o Brasileiro de 2023 na seca, com seus artilheiros passando em branco, além dos resultados negativos. Começou perdendo para o Palmeiras, por 2×1, depois derrota para Grêmio, Fluminense e goleada sofrida perante o Atlético Mineiro por 4×0. Entre derrotas, empates e algumas vitórias, o Cuiabá teve uma arrancada quase no fim do primeiro turno que fez com que o clube saísse da zona da degola e figurasse na parte de cima da tabela de classificação. Graças ao ataque, que deslanchou e a boa marcação da defesa.
Tudo começou a ‘melhorar’ após a derrota para o Vasco da Gama. Na rodada seguinte (13ª), vieram os resultados positivos e expressivos. Goleou Santos e Flamengo, empatou com o Bahia em 1×1, e derrotou Fortaleza e Internacional. E não foi só os placares que chamou a atenção, foi também a atuação do elenco dentro de campo, principalmente nas vitórias contra o Rubro-Negro, Colorado e o Peixe. O jogo era coletivo e melhorava com a individualidade de cada jogador. Assim, o clube conseguiu figurar na oitava colocação na tabela, saindo de vez de qualquer perigo perto do Z-4.
Foi a melhor campanha de primeiro turno do Dourado, onde fez 28 pontos em 19ª rodadas, obteve oito vitórias, quatro empates e sete derrotas. Essa arrancada no final, se deu pela volta de António Oliveira para o comando do time, e da confiança que os atletas tem no treinador, que voltou após 6 meses longe. E também do sistema coletivo do Dourado, que tanto na frente como atrás, tem bons jogadores.
Mas o segundo turno do Cuiabá começou ruim, com derrotas que fizeram o clube cair para a 11º colocação. Conseguiu se reerguer na rodada passada, quando goleou o Fluminense por 3×0, voltando a vencer após seis jogos. Inclusive, o Dourado conquistou alguns feitos nessa edição do Brasileiro, principalmente vencendo alguns adversários pela primeira vez, como foi contra a dupla FLA-FLU.
O futuro do Dourado é promissor. Tem um bom elenco, um bom treinador que sabe como comandar a equipe e tirar o melhor que pode. A estrutura do clube vem melhorando a cada ano, além de sempre olhar para a sua base. O título inédito do Brasileiro de Aspirantes em 2022 mostrou isso e principalmente mostra agora, com Rikelme, da base para o profissional. O atleta é um dos titulares do técnico António Oliveira. O jovem é uma promessa do Dourado e destaque do time em 2023.
Além dele, Deyverson também. Artilheiro e referência no ataque. Clayson que na sua primeira passagem já deixou seu nome marcado, voltou e vem fazendo bons jogos. A defesa também conta com muitos destaques. Começando pelo capitão e goleiro Walter. Desde que pegou a titularidade, nunca mais saiu. É referência dentro do elenco e voz da sabedoria. A trinca defensiva com Marllon, Alan Empereur e Matheus Alexandre tem um entrosamento que trás resultados.
O Presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch deu uma entrevista algumas semanas atrás sobre a fase ruim que o clube vinha passando no Brasileiro, na época das seis derrotas, e falou muito bem sobre as diretrizes que comanda o Dourado. Foram palavras fortes. Ele sabe do que tem nas mãos e almeja coisas grandes, mas com o pé no chão.
– O Cuiabá é um clube bem diferente dos clubes que existem. A estrutura do Cuiabá sempre foi de clube-empresa. O Cuiabá nunca foi uma associação. É um clube que sempre foi gerido de dentro pra fora. Não foi gerido pelas opiniões de fora do clube. O Cuiabá é um clube que se não tiver uma cobrança forte aqui dentro, as coisas não andam. Aqui tem uma cobrança forte de dentro do clube e isso é uma coisa que acontece há muito tempo. Aqui, se não andar conforme as coisas que nós gostamos e precisamos, vai sair. Aqui, eu tenho uma frase que costumo usar: ‘quem não ajuda, atrapalha’. E quem não estiver ajudando aqui, vai sair. A gente precisa de pessoas comprometidas. Não vou dizer que ‘ah, nossa vida é fugir do rebaixamento’, mas a missão do Cuiabá é ficar na Série A. Acham que o Cuiabá é o Flamengo. As pessoas não conseguem entender que um clube de 22 anos, e de 13 anos com o nosso comando, tiramos o clube da Série D, do nada, para a Série A do Brasileiro. Hoje o Cuiabá está construindo um centro de treinamento que vai ser um dos três melhores do Brasil. Isso não aconteceu de graça. Estar na Série A é um feito, e as pessoas não valorizam aqui no Mato-Grosso. Permanecer na Série A é a nossa meta, é isso que nós precisamos. Então o jogador que está no Cuiabá tem que estar todo tempo concentrado – declarou Cristiano.
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O Cuiabá duela com o Vasco na quinta-feira (2), pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Vale conseguir a vitória e subir na tabela. O clube tem condições de conquistar uma vaga na Sul-Americana de 2024 e se seguir pontuando, pode até entrar no G-6, mas vai depender de como se portar dentro de campo. Se jogar como jogou contra o Fluminense, pode conseguir coisas grandes. Faltam 8 rodadas e 24 pontos em disputa. Coisas boas podem estar por vir.
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