América-MG

Agora técnico e campeão na Espanha, Euller relembra carreira no América-MG e pênalti em ‘dois lances’: ‘Momento mais inusitado’

Agora técnico e campeão na Espanha, Euller relembra carreira no América-MG e pênalti em 'dois lances'

Um dos grandes ídolos do América, o atacante Euller ficou conhecido em todo país como “O filho do vento”, por suas incomparáveis jogadas de velocidade dentro das quatro linhas. Revelado no alviverde, o atleta é o quinto maior goleador da história da equipe com 79 gols.

+ Juninho rechaça favoritismo do América-MG contra o Cruzeiro e vê título estadual como ‘presente perfeito’ para a torcida
++ Cristiano Ronaldo no América-MG? Xará de CR7 se destaca na base do Coelho

Neste dia de celebração do aniversário de 109 anos do América-MG, o Esporte News Mundo conversou com exclusividade com o ex-atacante do Coelho. Atualmente, ele vive na Espanha e atua como técnico do Safor Club, da cidade de Gandia, na província de Valência.

Sua história no América começou em 1987, quando o alviverde fez um acordo com sua antiga equipe e trocou o atleta de apenas 16 anos por pares de chuteiras. Já no profissional, atuou ao lado de outros grandes nomes do futebol brasileiro, como Palhinha e Ronaldo Luiz. Em suas passagens pelo Coelho (1987-1993, 2007-2012), Euller conquistou três títulos vestindo a camisa do clube, os estaduais de 1993 e 2007 e o Campeonato Brasileiro da Série C em 2009.

ENM: Euller, como foi o processo de transição do Venda Nova para o América-MG?
Euller: – Bom, minha transição do Venda Nova para o América aconteceu em 1987. O treinador do América foi até o Venda Nova escolher cinco atletas para o clube e, em troca, eles iriam ajudar o Venda Nova na composição da concentração e dariam colchões, beliches, bolas, chuteiras, travesseiros, cobertores. Enfim, era uma troca para que o América pudesse ter cinco jogadores do Venda Nova e eu estava incluído entre esses cinco jogadores.

Quais foram as dificuldades, aprendizados e quem eram os seus ídolos na época?
– Tanto no Venda Nova quanto América, havia muitas dificuldades. Um mais outro menos, porém as dificuldades sempre resistiram e, para todos nós, foi um aprendizado muito grande, nos fortaleceu, nos maturou e nos ajudou a entender e valorizar tudo aquilo que passamos até o dia de nossas conquistas. Então, foi marcante. Eu sempre tive como ídolo dentro do futebol o Zico,  no esporte meu ídolo é o Ayrton Senna e na vida Deus.

Este ano, o América retorna para série A do Campeonato Brasileiro, gostaria que você relembrasse um ou dois dos momentos mais marcantes que você viveu no clube.
– Bom, o primeiro é da minha primeira passagem: o título de 1993 do Campeonato Mineiro, depois de 21 anos o América lutava por esse título e tive o privilégio de fazer parte daquele grupo, fomos os melhores dessa competição e conseguimos o título. Vou eleger também um da minha segunda passagem pelo América: já estava iniciando o meu processo de encerramento de carreira, e todo o trabalho desde o momento em que eu pisei no clube foi para poder ajudar o América a voltar para a elite do futebol brasileiro. Era um dos piores momentos do América em toda a sua história, sem dúvida nenhuma. Ali, junto com todos dentro do clube e com os atletas, nós conseguimos reerguer e ao final consegui vê-lo novamente de volta à elite do futebol brasileiro.

Qual o momento mais engraçado ou inusitado que viveu com o América, seja em treinos, viagens ou jogos?
– Um dos momentos mais inusitados que eu vivi dentro do América foi o pênalti que eu bati em dois lances com o Douglas, era um uma vontade minha de poder ser no Brasil o primeiro a fazer esse tipo de cobrança e combinei, treinamos e aconteceu. Foi muito bacana porque foi o momento em que o América também teve um destaque mundial no cenário do futebol.

Pênalti de Euller dois toques – América MG 2 x 1 Ideal

Atualmente, você é técnico do Safor Club da Espanha. Conta um pouco de como tem sido essa experiência como treinador.

– Bom, eu recebi o convite para a temporada 19/20 para disputar a Segunda Regional (a competição integra a sétima divisão do sistema de ligas da Espanha), conquistamos o título e garantimos o acesso. Tive o meu contrato renovado para a temporada 20/21, infelizmente, tivemos esse problema da pandemia, onde o campeonato teve que ser encerrado. Mas estaremos de volta para a temporada 21/22.
Nesse tempo, faço o meu curso de treinador da UEFA, já tenho a licença B, a licença A e agora já estou me preparando para licença PRO.  Se Deus quiser, até o final do ano já estarei com a licença PRO, né? Essa é minha rotina dentro da Espanha, seguindo de cuidar da família também, né? Vamos seguir forte, quero realizar meu sonho de ser técnico de futebol, de estar conquistando objetivos e quem sabe um dia voltar ao Brasil e estar bem preparado para as conquistas também no país.

Foto: Reprodução Instagram

O América comemora hoje 109 anos e você já celebrou diversos aniversários vestindo a camisa do Coelho. O Futebol mudou bastante, o que você acha dessas mudanças como treinador e ex-atleta?
– Sim, vivi muito tempo dentro do América, desde a minha primeira passagem até a segunda foram 11 anos. Então, 11 aniversários eu passei dentro do América e muitas coisas boas eu vivi dentro do clube. O América é uma família, é um clube formador que dá oportunidade aos jovens, né? O futebol, com certeza, vem evoluindo e o América vem da mesma forma, dando passos importantes para essa mudança.  Como treinador e ex-jogador, vejo essa necessidade dessa evolução, dessa mudança, porque hoje o futebol é totalmente diferente, a maneira de conduzir, a metodologia, um contexto diferente, atletas diferentes. Então, é necessário ter uma boa formação para conduzir esse processo que, com certeza, vai continuar evoluindo, vai continuar mudando e você tem que estar mudando junto com o que há no mercado hoje.
Então, o América vem crescendo, vem trabalhando para que possa estar atualizado. Então, isso é muito importante para o processo de evolução dos clubes.

O América é conhecido por seu DNA formador. O que você diria para essas jovens atletas que estão começando e para os que estão nesse processo de transição para o profissional?
Sim, o América é um clube formador. Tem isso em sua história, no seu DNA, sempre dando oportunidade para esses jovens e o que eles têm que ter em mente é acreditar. Acreditar porque o sonho de todo garoto é se tornar um atleta profissional, é fazer um contrato como jogador profissional e o América tem todas as possibilidades de fornecer isso a um atleta. Então, tem que trabalhar sério, respeitar dentro das quatro linhas, fora das quatro linhas, trabalhar duro, buscar esse seu sonho a todo momento, para fazer com que tudo isso possa acontecer, com todas as ferramentas que o clube tem para oferecer. E Fé em Deus, acreditar sempre e trabalho, trabalho, trabalho e muito trabalho.

Para finalizar, eu gostaria que você deixasse um recado para os torcedores do América.
–  O América é um clube família. Isso acontece tanto dentro de campo, fora de campo, nas arquibancadas e isso é muito legal de se ver. O América só existe por causa do seu torcedor. Então, continuem, continuem ajudando esse clube a se tornar cada vez maior. Um grande abraço. Parabéns, América. Deus abençoe.


Para saber tudo sobre América-MG, siga o Esporte News Mundo no TwitterInstagram Facebook.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo