Vôlei

Após gritar ‘Fora, Bolsonaro!’ em comemoração e sofrer repúdio da CBV, Carol Solberg se manifesta: ‘Não posso ficar alheia’

Carol Solberg (Reprodução/Instagram)
(Créditos: Reprodução/Instagram @carol_solberg)

Dois dias após a nota de repúdio da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), contrária à atitude de Carol Solberg, que gritou “Fora, Bolsonaro” em entrevista ao SporTV, depois de conquistar a medalha de bronze da primeira etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, a atleta decidiu se manifestar na noite desta terça-feira (22). A jogadora utilizou uma rede social para, mais uma vez, se posicionar contra o presidente do Brasil.

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Gostaria de poder responder a cada um de vocês, mas é impossível dar conta de tantas mensagens. Só quero agradecer demais e dizer que me senti abraçada por todo esse amor. O meu grito é pelo Pantanal que arde em chamas em sua maior queimada já registrada e continua a arder sem nenhum plano emergencial do governo. Pela Amazônia que registra recordes de focos de incêndios. Pela política covarde contra os povos indígenas. Por acreditar que tantas mortes poderiam ter sido evitadas durante a atual pandemia se não houvesse descaso de autoridades e falta de respeito à ciência. Por ver um governo com desprezo total pela educação e cultura. Por ver cada dia mais os negros sendo assassinados e sem as mesmas oportunidades. Por termos um presidente que tem coragem de dizer que “o racismo é algo raro no Brasil”. São muito absurdos e mentiras que nos acostumamos a ouvir, dia após dia. Não posso entrar em quadra como se isso tudo me fosse alheio. Falei porque acredito na voz de cada um de nós. Vivemos em uma democracia e temos o direito de nos manifestar e de gritar nossa indignação com esse governo. Não sou de nenhum partido, não sou ativista, sou uma atleta. É o que gosto de ser. Eu amo meu esporte, represento meu país em campeonatos mundiais desde meus 16 anos e espero que o ambiente esportivo seja sempre um lugar democrático, onde os atletas tenham liberdade de expressão e que saibam da importância da sua voz. Saber que todas as pessoas que eu admiro e que são importantes pra mim estão do meu lado, me faz ter certeza de que estou do lado certo da história. Tamo junto!

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– O meu grito é pelo Pantanal que arde em chamas. Pela Amazônia que registra recordes de focos de incêndios (…) Por ver um governo com desprezo total pela educação e cultura (…) Não posso entrar em quadra como se tudo isso me fosse alheio. Falei porque acredito na voz de cada um de nós – disse um trecho do comunicado de Carol Solberg.

Entenda o caso

Medalhista de bronze da primeira etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, Carol Solberg aproveitou o momento de comemoração no domingo para se manifestar contra Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Durante entrevista ao SporTV, a jogadora gritou “Fora, Bolsonaro!”.

No fim da noite do mesmo dia, a CBV emitiu uma nota no site oficial, dizendo “expressar de forma veemente o seu repúdio sobre a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político”.

A entidade ainda destacou que a atitude de Carol Solberg “em nada condiz com a atitude ética que os atletas devem sempre zelar” e que tomaria as atitudes necessárias para que atos como esse não aconteçam mais.

Leia a nota na íntegra

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), vem, através desta, expressar de forma veemente o seu repúdio sobre a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político.

O ato praticado neste domingo (20.09) pela atleta Carol Solberg durante a entrevista ocorrida ao fim da disputa de 3º e 4º lugar da primeira etapa do Circuito Brasileiro Open de Volei de Praia – Temporada 2020/2021, em nada condiz com a atitude ética que os atletas devem sempre zelar.

Aproveitamos ainda para demonstrar toda nossa tristeza e insatisfação, tendo em vista que essa primeira etapa do CBVP OPEN 2020/2021, considerada um marco no retorno das competições dos esportes olímpicos, por tamanha importância, não poderia ser manchada por um ato totalmente impensado praticado pela referida atleta.

Por fim, a CBV gostaria de destacar que tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados.

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