O ano de 2021 ficará na memória do torcedor do Atlético-MG para eternidade. Provavelmente será a temporada inesquecível na história do clube. E nesta quarta-feira, o derradeiro capítulo do conto de fadas atleticano teve o seu desfecho. Com mais uma atuação dominante, o Galo venceu o Athletico por 2 a 1, (6 a 1 no agregado) na Arena da Baixada e garantiu o Bicampeonato da Copa do Brasil.
Como não poderia ser diferente, Hulk, o nome, o craque da temporada, deixou a sua marca e também garantiu a artilharia do ano no Brasil. Keno, o homem decisão, foi o responsável por abrir o placar na Arena da Baixada. Jaderson, jovem da base do Athletico, fez o de honra do Furacão. E que honra, principalmente da sua torcida, que mesmo com a pesada derrota, deu um verdadeiro show de apoio ao clube durante toda a partida.
Com o título da Copa do Brasil, o Atlético-MG completa a tríplice coroa em 2021 já que soma também as conquistas do Campeonato Brasileiro e do Mineiro. Uma temporada inesquecível do Galo que termina com mais um bicampeonato e encerrando de vez a piada do time sem dois títulos de uma mesma competição.
Já o Athletico deixa o seu torcedor animado, pois apesar da derrota, termina a temporada com o bicampeonato da Sul-Americana, vaga na Libertadores e a sensação de que pode ir muito mais longe em 2022 com planejamento e alguns ajustes no elenco.
O JOGO
A vantagem era gigante e o Atlético-MG mostrou desde o inicio que usaria isso em seu favor. Sem pressa e tentando diminuir o ritmo, o Galo tentava tirar de qualquer jeito o ímpeto do Athletico, que movido por sua torcida, tentava pressionar para reverter o que parecia impossível. E nos primeiros 15 minutos de jogo, o que mais se viu foi jogadas ríspidas, discussão e praticamente nada de futebol.
Muita tensão entre os jogadores, arbitragem e bronca da torcida. A cara do jogo mudou a partir dos 19′. Após cruzamento de Léo Cittadini na área, Pedro Rocha dominou de forma esquisita e praticamente entrou com bola e tudo para abrir o placar na Arena da Baixada e explodir o estádio em frenesi. Mas durou pouco a festa, pois após revisão do VAR, foi visto mão na bola do camisa 32 e o gol foi anulado.
Porém o gol foi a faísca que a partida precisava para engrenar. E aos 24′, a vantagem que já era enorme, ficou maior ainda para o Atlético-MG. Após erro grosseiro de Marcinho, Vargas dominou a bola, arrancou pelo meio e abriu na direita para Zaracho que enxergou Keno livre na segunda trave e só serviu para o atacante do Galo balançar a rede na Arena. Uma baixa ducha de água fria na torcida do Athletico.
O ambiente que já era de nervosismo no Athletico, piorou após a desvantagem aumentar. Renato Kayzer era o retrato desse desajustes dos paranaenses, ao demonstrar os nervos a flor da pele e exagerar em algumas entradas. Tranquilo em campo, o Galo passou a explorar com maestria os contra-ataques. Aos 29′, Hulk ficou cara a cara com Santos, mas errou na hora da cavadinha e perdeu a chance de aumentar o placar. E ainda teria mais uma chance, também desperdiçada por Keno já nos acréscimos.
O saldo do primeiro tempo era o Atlético-MG em contagem regressiva para o bi da Copa do Brasil enquanto o Athletico ainda tentava encontrar o ponto de equilíbrio e tentar jogar bola, o que não havia conseguido até ali três tempos jogados da decisão.
Sem muito o que fazer, o Athletico se lançou ao ataque na volta para o segundo tempo. E começou a dar muito trabalho para Everson. Nos primeiros 10 minutos, até gol anulado teve, depois de Vinicius Mingotti receber ótimo passe de Terans, girar na área e colocar no cantinho. Porém a posição do atacante era de impedimento.
Valente, o Furacão tentava lutar enquanto havia tempo para melhorar a situação. Confortável com a baita vantagem adquirida, o Atlético-MG queria apenas que o tempo passasse para confirmar o bicampeonato da Copa do Brasil. Mas mesmo assim, ainda levava perigo em contra-ataques, e Vargas teve chance de ampliar, mas errou feio na hora da finalização.
A partir dos 15′ minutos, o Atlético-MG passou a dominar a posse de bola e acabou com qualquer chance de reação do Athletico. Na base do toque de bola envolvente, o Galo foi chegando e tendo algumas chances. A melhor dela com Allan, que da entrada da área acertou um lindo chute que Santos voou para evitar o segundo dos mineiros. Sem forças para reagir, o Furacão até tentava correr atrás, mas a missão era impossível.
E o domínio surtiu efeito aos 31′. Em passe magistral, Savarino acha Hulk nas costas da zaga do Athletico. O atacante invade a área e na saída de Santos dá um toque por cobertura para sacramentar o ano mágico do Atlético-MG com o Bi do Brasileirão e da Copa do Brasil. A partir daí, foi apenas protocolo para que o Galo soltasse o grito da garganta. Enquanto a torcida do Furacão dava um show de apoio ao clube e reconhecia os bons resultados da equipe na temporada.
Mas ainda houve tempo para o Furacão diminuir o placar com Jaderson. E para Savarino ter um gol anulado, em meio a festa das duas torcidas na Arena da Baixada. A do Athletico mostrando apoio irrestrito ao seu time, enquanto a do Galo comemorava mais um título na temporada.
FICHA TÉCNICA
Athlético 1 x 2 Atlético-MG
Local: Arena da Baixada (PR)
Horário: 21h30
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Gols: Keno (CAM – 24′ 1ºT), Hulk (CAM – 31′ 2ºT), Jaderson (CAP – 41′ 2ºT)
Cartão Amarelo: Renato Kayzer, Abner, Léo Cittadini (CAP) e Eduardo Vargas, Jair (CAM)
Cartão Vermelho:
ATHLETICO: Santos, Marcinho (Khellven), Pedro Henrique, Zé Ivaldo e Abner; Erick, Léo Cittadini (Jader), Christian (Fernando Canesin), Terans, Pedro Rocha (Jaderson) e Renato Kayzer (Vinicius Mingotti). TÉC: Alberto Valentim
ATLÉTICO-MG: Everson, Mariano, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair (Tchê Tchê) e Zaracho (Calebe); Vargas (Nacho Fernandéz), Hulk (Eduardo Sasha) e Keno (Savarino). TÉC: Cuca