Bahia faz denúncia por fraude de laboratório em exames para Covid-19

Foto: Divulgação/E.C. Bahia

O Bahia denunciou o Laboratório de Análises Clínicas Nossa Senhora de Fátima por fraude na realização dos testes de Covid-19. Segundo o clube, o Laboratório, definido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e responsável por testes complementares, realizou os procedimentos através do Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi dada inicialmente pelo “Bahia Notícias”.

De acordo com o Bahia, foram realizadas quatro rodadas do exame e, portanto, 26 testes. Contudo, após receber laudos do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen), constava que os procedimentos tinham sido feitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santo Antônio, situada no bairro de Roma, na capital baiana. A partir daí, o Bahia entrou em contato com o Estado para buscar esclarecimentos.

– Contratamos a mesma empresa que foi definida pela CBF para que não tivéssemos que fazer por dois laboratórios diferentes. O que aconteceu foi que os exames que solicitamos foram feitos como se fossem pelo SUS. O Bahia, o Lacen e a UPA foram vítimas, mas destacar a agilidade do Lacen para descobrir. Foi um golpe muito primário, muito fácil de ser descoberto. O laboratório tinha uma parceria com a UPA, também fazia exames para eles e fizeram os exames do Bahia como se fossem pelo SUS – disse o presidente do Bahia.

A empresa responsável por administrar a UPA Santo Antônio disse que terceiriza os serviços do laboratório Nossa Senhora de Fátima, mas, em nota, ressaltou que, “em nenhum momento, qualquer membro do Esporte Clube Bahia (ECB) compareceu” à unidade.

O Bahia diz que cancelou o contrato com a empresa. Segundo apuração do “Ge”, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) apura o caso.

Nota divulgada pela UPA Santo Antônio:

O Instituto 2 de Julho (I2J), organização social que administra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santo Antônio, no bairro de Roma, vem a público esclarecer os fatos abordados na imprensa baiana, nesta quinta-feira (30).

Antes de mais nada, é imperioso registrar que nunca houve autorização nem foi de conhecimento do I2J a realização dos testes em questão na unidade. Cabe ressaltar, ainda, que, em nenhum momento, qualquer membro do Esporte Clube Bahia (ECB) compareceu à Upa Santo Antônio.

Nossa organização social terceiriza os serviços do laboratório Nossa Senhora de Fátima, empresa que também foi contratada para prestar serviços comerciais privados ao clube de futebol. Lamentavelmente, ela fez uso ilícito de senha compartilhada do Instituto 2 de Julho, enviando a análise dos diagnósticos para o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) como se fossem coletas realizadas na UPA Santo Antônio.

Tão logo o Lacen nos comunicou o gravíssimo fato, adotamos as providências para que o laboratório identificasse os funcionários responsáveis pela conduta desonesta e, imediatamente, reportarmos os fatos às autoridades competentes. Além disso, pelo uso de má-fé, ações estão sendo tomadas para rescisão contratual com a empresa.

Nos colocamos à disposição para informações adicionais e salientamos que, devido ao nosso compromisso com a ética e transparência no serviço público, iremos reparar possíveis danos ao Lacen. O I2J preza, e sempre prezará, pela manutenção da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, ratificamos que todos os exames laboratoriais para diagnóstico da Covid-19 realizados nas dependências da Upa Santo Antônio foram ofertados a usuários do SUS no município do Salvador.

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