O avanço da Covid-19 forçou a paralisação de campeonatos esportivos no
mundo inteiro. Na França não foi diferente, a Natione Masculine 1, liga onde atua o brasileiro Felipe Braga, teve seu cancelamento anunciado no final de março e interrompeu a ótima campanha feita pelo Etoile Angers até então, que terminou a temporada regular na primeira colocação.
Os destaques eram tanto coletivos quanto individuais. Felipe vinha conquistando tempo de quadra e melhorando cada vez mais seus números.
“Nos últimos jogos eu vinha tendo uma produção maior no time, me sentia cada vez melhor e mais entrosado. Estávamos ganhando jogos e em primeiro, e isso é o que mais importa pra mim.”
A situação da pandemia na França exigiu uma resposta rápida das
autoridades e da população em geral. Felipe conta que ficou sem acesso a
academias e ginásios de basquete para treinar por algum tempo.
“Na França o avanço da doença foi algo muito estranho. Eles tomaram medidas de confinamento muito cedo, a gente não poderia sair de casa em um raio maior de 1km, não tinha ninguém na rua.”
O desafio trouxe também oportunidades de crescimento pessoal para o
atleta. Felipe voltou para Belo Horizonte, sua cidade natal e onde reside sua
família. O atleta procura agora manter o ritmo de treinamentos e sua forma física com uma série de exercícios para fazer dentro de casa, com apenas o peso do corpo, elásticos e corda, que são passados por um personal trainer.
“A partir de agora meu objetivo é usar esse tempo que vou ter da melhor maneira para trabalhar minha parte física e técnica. Acredito que nunca tinha tido todo esse tempo pra trabalhar no meu individual, e isso pra mim vai ser muito positivo e vai me ajudar muito pra próxima temporada..”
O reencontro com a família e a volta a cidade também são vistas como
positivas para o atleta. Apesar de ainda não poder estar em contato com todos os amigos, a situação reaproximou Felipe de suas raízes e reabasteceu suas energias para atingir números ainda melhores em suas próximas temporadas.
“A sensação de voltar é sempre ótima. Tenho ficado com minha família e isso já tem sido muito bom, mas ainda fica uma sensação estranha de voltar pra cá e não poder ver os velhos amigos! Espero que em breve já vamos poder seguir a vida normal!
Foto: Aurélien Breau