Futebol Internacional

Brasileiro peça chave de time português comenta sobre ascensão da equipe e revela time mais difícil de se enfrentar

Isidoro

Paulo Isidoro é filho do ex-atacante da Seleção Brasileira e ajudou o Florense a subir a primeira divisão do Campeonato Português em 2023

Foto: Jessica Santana

Filho de Paulo Isidoro, atacante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, Fabrício Isidoro é volante titular e capitão do Sporting Clube Farense, time de Portugal que subiu para primeira divisão nacional neste ano.

O brasileiro está no clube desde 2017 e conta sobre seus momentos na equipe, as facetas da vida na Europa, técnicos portugueses e a dificuldade em enfrentar os times grandes, como Benfica, Porto, Sporting e Braga.

Recém rebaixado para a segunda divisão, o Farense vivia uma fase conturbada quando Isidoro chegou ao time. Após voltar a disputar a segunda divisão depois de 20 anos, na temporada 2016/2017, o clube português não suportou a Liga 2 e foi rebaixado a terceira divisão. Neste ano, após grande investimento do clube, o volante ajudou o time a subir com o vice campeonato, após ano de instabilidades, auxiliando com dois gols e duas assistências.

Com bom início de temporada, o Farense disparou na liderança, abrindo onze ponte de vantagem, mas teve um período de instabilidade e buscou o acesso apenas ao fim do campeonato. Isidoro comentou sobre o momento difícil e de recuperação ” Esse foi um dos maiores desafios em Portugal. desde o começo todos sabiam que íamos brigar pra subir, o presidente montou um bom time e as pessoas de fora já cotavam nosso acesso, mas sempre mantemos o foco. Tínhamos um grupo forte, jogadores rodados, de primeira liga, do Brasil, da Inglaterra. Acreditávamos que iria dar e conquistamos o objetivo.

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Isidoro citou o diferente modelo de jogo em Portugal e explicou o porquê da grande fama dos técnicos portugueses. O volante disse que há uma diferença grande entre os campeonatos “Muitos jogadores tem sofrido com a adaptação. É um jogo muito físico e tático, de muita intensidade e marcação”. O brasileiro ainda disse que a grande ascensão dos técnicos portugueses se da pelo forte estudo “Os técnicos portugueses estudam muito mais, e os cursos são muito qualificados. Eles colocam um treinador pra cada setor do tempo e temos que fazer o que pedem. a tática é bem forte. bom exemplo é o palmeiras do Abel Ferreira, do Palmeiras. Eles estão se ambientando muito e crescendo bastante , indo pra Arábia, Europa, América e o mundo todo.

Atleta que jogou contra os principais times de Portugal, Isidoro comentou sobre a dificuldade do enfrentamento e elegeu o adversário e o jogador mais difícil ” O mais difícil de se enfrentar foi o Porto, eles marcam muito, têm muita intensidade, pressionam bastante. Isso é muito a cara do treinador Sérgio Conceição, que esta no banco, xinga, joga junto”.

Além do time, o Volante comentou sobre o atleta mais complicado de se marcar “Foi o João Mário, agora do Benfica, no ano em que o Sporting foi campeão, que não era a 20 anos. Nós jogamos na casa deles, e eu não conseguia roubar a bola dele. Ele a esconde a bola de uma maneira. Você pensa que vai chegar e ele já da um toque desconcertante. No momento em que você pensa em desarmar ele já domina. Quem observa na tv, pensa que ele é lento, e ele realmente não é rápido, mas é muito inteligente, tem visão de jogo e consegue perceber os momentos da partida.

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Qual o principal objetivo do Farense na primeira divisão?

“O objetivo do Farense na primeira liga é a manutenção. Não subíamos a elite a oito anos, aí subimos em 2020 mas descemos novamente. Agora, vamos entrar nos jogos para tentar a vitória sempre. Somos um clube grande e conhecido, mas vamos brigar pela manutenção e buscar ficar no meio da tabela”

Qual é sua função na equipe?

“Eu jogo como um segundo volante, um camisa oito. Sou um criador de jogadas, que inicia elas de trás, o famoso box to box. Eu que início criando, para também desarmar e buscar pisar na área depois”

Como é ter um craque da seleção brasileira como pai?

“Sou um privilegiado, tenho um professor em casa. As vezes ele assiste meus jogos. mas ele não consegue ver todos, fica muito nervoso. Ele sempre me fala o que eu devo ou não fazer. Tem mais corneteada que elogios, ele puxa muito a orelha. Mas porque ele sabe que eu posso fazer mais, sempre em jogadas que eu poderia ter feito melhor” 

Qual é sua função como capitão da equipe?

“Sou o capitão da equipe, estou a oito anos internamente. Nós tínhamos reuniões com a diretoria, para tratar destes assuntos. Teve um momento difícil em que estávamos sem vencer fora a muitos jogos. Nesse momento, meu papel era fazer com que todos acreditássemos. O mental é muito fundamental nessa hora. Se a cabeça não estiver boa, não funciona. Mas o grupo era muito unido, as pessoas ao meu redor sempre me ajudaram muito.”

Qual a diferença de pressão dos times brasileiros para os portugueses?

“A cidade em que eu estou gosta muito de futebol, são apaixonados, quase sempre lotam os estádios, é um dos que mais tem público em Portugal, mas a pressão é bem menor, nem se compara. O que ocorreu com o Santos, na semana, é difícil vermos isso aqui, é mais tranquilo. Porém, nos times grandes, eles pressionam mais, a torcida cobra um pouco, mas ainda nada comparado a torcida do Brasil.”

Você já teve uma situação inusitada na sua carreira?

“Não vou falar a cidade, mas nós fomos jogar fora de casa e saímos no mesmo dia do jogo. Mas na saída, o ônibus pifou e não ligava, aí descemos todo mundo, todos os jogadores para poder empurrar o ônibus para funcionar e pegar. Deu certo, mas chegamos em cima da hora da partida. E ainda conseguimos ganhar, empurrar o ônibus já foi nosso aquecimento (contou rindo). E ainda teve uma pessoa que tirou foto. Os jornais já estavam ligando no outro dia”

Como foi se adaptar com a língua?

“A língua é a mesma, mas é difícil de entender as vezes. No começo foi mais complicado, porque eles falam rápido, mas é tudo com o tempo. A gente vai se adaptando, tem palavras que a gente acaba entendendo também. algumas de tanto falar até repetimos sem querer, outras que usam muito, mas são bem diferentes”

Como foi a adaptação com a comida?

“Esse ano tivemos oito jogadores brasileiros, lá tem muitas pessoas que vêm do Brasil, então tem muita comida brasileira lá. Com isso é bem tranquilo. Em todas as refeições sempre tem arroz e feijão, e foi incluído por conta dos brasileiros. Eles se adaptam e incluem muito bem. Inclusive, e muitos portugueses até gostam, então nunca tive problema. Além disso, a comida de lá é muito gostosa também”

Como foi a adaptação com o clima?

“Eu estou no sul de Portugal, que é o lugar mais quente, onde faz mais calor. Onde eu estou é bem agradável. Até mesmo no inverno não é esfria tanto. As cidades do norte que são mais frias, quando vamos jogar lá até dificulta, o pé fica gelado, mas onde estou é tranquilo”

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