O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito para investigar “eventual conduta discriminatórias às pessoas com deficiências” cometida pelos humoristas Abner Henrique e Dihh Lopes em um show realizado em agosto de 2019. O caso contra os dois ganhou força na semana passada após protestos de atletas paralímpicos e denúncia formal do Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) depois de postagens de vídeos do show em redes sociais.
Os atletas consideraram discriminatórias as “piadas” da dupla envolvendo os temas autismo, Paralimpíadas, síndrome de down e câncer. Em sua representação junto ao MP-SP, o CPB enquadrou a conduta no crime chamado de capacitismo, quando um indivíduo age de forma preconceituosa e discriminatória contra a pessoa com deficiência, constante da Lei Brasileira da Inclusão (lei 13.146/2015).
Em nota de esclarecimento, os humoristas alegaram que o conteúdo humorístico do show se enquadra no subgênero humor-negro. Os comediantes viram os protestos dos atletas paralímpicos como um ataque à liberdade de expressão da arte.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, compartilhou em suas redes sociais foto do documento que comprova a abertura do processo.