Após atuação fraca do sistema defensivo, o Bahia foi dominado pelo Fortaleza e perdeu a partida pelo placar de 3 x 0 em sua casa, em jogo válido pela terceira rodada da Copa do Nordeste. A defesa baiana estava tão frágil que os 3 gols do Leão saíram na primeira etapa.
Em coletiva após o jogo, Renato Paiva analisou a partida e afirma que o que foi treinado durante a semana não foi colocado em prática na partida, como por exemplo a chegada ao ataque dos volantes Acevedo e Diego Rosa.
– Eu até entrei com dois jogadores com características defensivas. O Diego Rosa e o Acevedo. O que queríamos era que eles fossem mais ao ataque. O Diego saiu porque não entrou no processo de ataque. Ele só ocupou espaços lá atrás. A linha estava avançada no primeiro gol, mas a gente tinha que estar ali. O que temos que fazer é colocar em prática o que treinamos, e hoje não fizemos. Nós jogamos controlando o espaço do adversário, a profundidade, e hoje fizemos uma linha de fora de jogo. Nós não temos esse “volantão”. Não acho que foi por ausência desse jogador. Repito, o Fortaleza foi melhor que nós coletivamente e individualmente – explicou.
O treinador ainda explicou que o Bahia está em um processo de evolução com jogadores que estão juntos a pouco tempo e isso dificulta na hora de enfrentar uma equipe forte como o Fortaleza que está com o mesmo treinador a três anos.
– Não vou tirar jogador só porque a torcida está vaiando. Eu vou seguir o caminho do meu trabalho. É fácil explicar. O Fortaleza foi melhor coletivamente e individualmente que o Bahia. É mérito do Fortaleza. Estão de parabéns. Na maior parte do tempo por mérito deles, em alguns momentos por demérito nosso. São três anos de trabalho com o mesmo treinador e quase que com a mesma equipe. Fizeram o gol no primeiro lance e isso aumenta a tranquilidade – detalhou Renato Paiva.
– Já disse que somos uma equipe jovem, com jogadores novos, que não se conhecem. Vai demorar mais tempo. Não existe milagre. Hoje tivemos um adversário difícil, o melhor que enfrentamos até hoje. A gente tentou remar contra a maré. É um processo normal. O resultado nos deixa tristes porque queríamos ganhar. Mas não entrou em teorias de euforia, nem teorias do caos. Faz parte. Hoje tivemos um número de erros maior que o normal, mas ainda conseguimos gerar quatro ou cinco oportunidades de gol. Portanto, parabéns para o Fortaleza. Nós vamos continuar o nosso caminho. Com correções, mas com convicções – complementou o treinador.
Outro fato comentado na coletiva foram as vaias que a torcida do Bahia distribuiu para o lateral direito Cicinho, que há alguns jogos está sendo criticado pelas suas atuações. Para o treinador, Cicinho não foi o pior em campo e afirma que as vaias não ajudam o atleta dentro de campo.
– Não acho. O Cicinho cometeu erros, como cometeram outros jogadores. A torcida colocou o foco em Cicinho, marcou ele e escolheu para vaiar. Se a torcida acha que a vaia é o melhor caminho, tudo bem. Eles têm esse direito. Nunca vi ninguém melhorar com vaias, mas tudo bem. Cicinho vem ganhando ritmo e confiança, era capitão no ex-clube. Não é um jogador qualquer. Tem seu passado e sua história. Vou corrigir o que precisa, ser duro quando precisar, mas ser equilibrado acima de tudo. Ninguém agradou a todos, não vou ser o primeiro, nem o Cicinho. Repito que cometemos erros hoje na organização da linha defensiva. De fato eles não estão fazendo alguns movimentos que treinamos. Vou observar o que se passa e corrigir. Mas não vou jogar com uma linha lá atrás quando estiver com a bola, não vou fazer isso. Se a gente faz o gol na primeira jogada com o Kayky, teríamos tranquilidade. Mas não foi isso que aconteceu. O que aconteceu foi o gol deles no primeiro ataque.
O Bahia volta a campo nesta sexta-feira, novamente pela Copa do Nordeste. Às 21h (de Brasília), o Tricolor buscará a primeira vitória na competição diante do Atlético de Alagoinhas, no Carneirão.