O início de temporada abaixo das expectativas do Cruzeiro tem refletido, além do campo, no seu programa de sócio-torcedor. O número de associados esteve em queda neste ano e neste sábado (18) ficou abaixo dos 60 mil ativos, perdendo mais de 7 mil desde o primeiro dia de janeiro.
A desistência por parte dos torcedores fica ainda mais latente se comparada a última partida da Raposa pela Série B, na vitória contra o CSA, no dia 8 de novembro de 2022. Na ocasião, o número atingiu 71.068 associados no programa Sócio 5 Estrelas, um dos maiores índices desde que o futebol celeste foi adquirido pelo sócio majoritário, Ronaldo Fenômeno.
Entre os principais motivos apontados pela torcida para não permanecer no programa estão o fim das categorias cativas, benefícios pouco atrativos dos planos como o desconto desproporcional do ingresso e momento ruim do time. Outro fator bastante destacado é a mudança do estádio onde o clube atua como mandante, do Mineirão para o Independência, que causou bastante insatisfação para os cruzeirenses.
Ainda sobre a questão do estádio, Ronaldo Fenômeno afirmou recentemente que o time não deverá atuar no Mineirão neste ano, com duras críticas à administração do Gigante da Pampulha, fixando o Independência como a ‘casa’ do clube em 2023, após acordo com o América-MG. Atualmente, a capacidade da Arena é cerca de 23mil pessoas, quase 2/3 à menos que o atual número de sócios ativos no programa do sócio-torcedor.
Vale relembrar que, em sua chegada, Ronaldo iniciou uma campanha para que o programa Sócio 5 Estrelas chegasse ao número de 100 mil associados. A ideia, de acordo com Fenômeno, era chegar à meta quando o acesso à Série A fosse alcançado. Confira:
– Voltando, temos que estar com 100 mil torcedores no cadastro de sócios. Aí, esquece! Voltaremos a ser gigantes novamente. Temos muito trabalho pela frente, mas temos que pensar grande -, disse o dono da SAF celeste, em sua live na Twitch, em outubro de 2022.
Em participação no ‘Canal Samuel Venâncio’, o atual CEO do Cruzeiro, Gabriel Lima, abordou sobre o programa defendendo as atuais categorias do Sócio 5 Estrelas, e disse que as categorias cativas que estavam em comercialização anteriormente geram ‘prejuízo’. O dirigente ainda abordou que não há planejamento para possíveis mudanças nos planos atuais para 2023.
– Os planos cativos de antes, quando analisamos plano a plano, fizemos a conta de cada um, e vários deles eram planos que davam prejuízo. (…) Eram planos que quando se analisava, são deficitários. Se dava tanto benefício, que quando se faz a conta, o negócio não para de pé. Os planos atuais tem uma margem de contribuição adequada ao Cruzeiro, e as melhorias que queremos fazer são para entregar mais ao sócio-torcedor, mas não necessariamente, este ano, temos planejamento de lançar novos planos ou modificar completamente as categorias.
Diante desse cenário, o Cruzeiro tem mais uma grande preocupação logo com o Campeonato Brasileiro à porta. Após três anos, o clube, que precisa ainda mais do seu torcedor em sua principal competição da temporada, se vê mais distante dele.
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