Copa do Mundo - Qatar 2022

Danilo fala sobre favoritismo do Brasil na Copa do Mundo e preparação antes da estreia

Danilo fala sobre favoritismo do Brasil no Mundial e preparação antes da estreia
Lucas Figueiredo/CBF

A Copa do Mundo está prestes a começar. O Brasil enfrenta a Sérvia no próximo dia 24 (quinta-feira), às 16h (horário de Brasília), no estádio Lusail, no Catar. O lateral Danilo, que atua pela Juventus, da Itália, onde o elenco da Seleção realiza sua preparação, comentou sua trajetória até ser convocado para o maior evento de futebol do mundo.

– Eu costumo me arriscar às vezes escrevendo textos. E há uns dias escrevi de um arco-íris no topo da montanha, e o personagem foi atrás, passando por tempestade, floresta… depois de vencer as adversidades, ele chegou no topo e o arco-íris não estava mais lá. Mas a vista era mais bonita do que todo mundo que ficou lá embaixo. Dentro da Seleção Brasileira, acho que minha primeira convocação foi em 2011. Então já são 11 anos. Fiquei fora em alguns momentos, algumas lesões me tiraram de duas Copa América. No começo, depois de 11 anos, esperava ter mais presenças, mais jogos, mais títulos, entretanto o último ciclo me presentou com um momento muito interessante, com responsabilidade aqui dentro, muitos minutos, jogos legais. Estou preparado emocionalmente, fisicamente, mentalmente – comentou Danilo em entrevista coletiva após o treino da Seleção Brasileira em Turim, na Itália.

Questionado sobre o porquê de se preparar na Europa, Danilo comentou sobre a maioria dos jogadores já estarem localizados lá e sobre toda a estrutura para ter a melhor preparação.

– São poucos dias, a maioria dos jogadores estava aqui. E a comissão técnica buscou uma estrutura para focarmos na preparação, com repouso no hotel, locomover o mínimo possível para treinar e ter a melhor estrutura. Afortunadamente foi aqui na Juventus, minha casa. Todos estavam em clima parecido e sábado já estamos no Catar. Não vejo um ponto muito importante para o que vem pela frente, não – comentou.

Danilo ainda ressaltou a importância dos cuidados e recuperação antes da estreia na Copa do Mundo. Mesmo que o calendário dos atletas seja diferente, foram muitas competições e alguns tiveram jogos em poucos dias, como exemplo dos que atuam no Brasil.

– Muito importante ressaltar como somos cuidados na Seleção Brasileira. É um grupo com jogadores jovens, outros que passaram dos 30. Somos cuidados de acordo com a necessidade de cada um. O grupo precisa de uma direção de trabalho, mas depois cada singular precisa ser tratado de uma maneira para render seu máximo. Hoje no treino eu e Bremer fizemos um trabalho diferenciado pela carga de jogos. Temos o diálogo aberto com a comissão, fisioterapeuta, médicos, para render 100% quando estivermos disponíveis. Entre nós jogadores sempre conversamos, porque é Copa do Mundo, não dá para normalizar. Sempre tem o receio, mas você, quando joga bola, se você está com o pé doendo, onde vai bater a bola? Na ponta do seu pé (risos). Tem que se doar ao máximo, sem pensar nisso e pedir ao papai do céu para proteger (risos) – comentou o lateral da Seleção.

Siga o Esporte News Mundo no TwitterInstagram e Facebook

CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE DANILO, EM ENTREVISTA COLETIVA

Danilo, sobre Daniel Alves:

– Em campo, todo mundo sabe o que ele pode representar. Ele mostrou na carreira um poder de dar a volta por cima incrível. Ele pode dar muito para uma equipe, inclusive características que não tenho condições de dar. Mostrou uma qualidade de passe, descobrir espaços, que poucos jogadores, até de outras posições, têm. Em termos de liderança, o Daniel é um exemplo, seguramente. A gente falou nesta manhã que é muito fácil quando tudo corre bem, a pessoa se autodenominar resiliente. E quando as coisas não vão tão bem, aí é hora de ver a resiliência. E falamos disso, que ele buscou melhorar, se adaptar ao momento para estar na melhor forma possível e realizar o sonho de jogar mais uma Copa. É uma inspiração fora de campo, está sempre motivado, sempre alegre. Nos treinos não relaxa, sempre dá 110%. O Daniel é um exemplo de liderança, motivação, que me espelho”. […] A comparação não existe aqui dentro, não. A comparação não é feita em nenhum momento, aliás, por nós jogadores. Cada um sabe o que precisa fazer para ter seu espaço. O Daniel tem aquilo que ele pode dar, o que ele já fez. O que é critério para mim, é só meu. Por isso é um grupo saudável e com espírito vencedor. Quem chega, com muito ou pouco tempo, a gente abraça da melhor maneira. É um trabalho do Tite, temos de nos dar ao máximo. A comparação não existe – explicou.

Danilo, sobre não enfrentar os grandes europeus antes da Copa:

– É um tema debatido durante todo o ciclo. Felizmente ou infelizmente somos sul-americanos, não temos a opção de participar das Eliminatórias Europeias (risos) e jogar contra os times europeus, que é o que todo mundo vem cobrando. Como a maioria dos jogadores vêm da Europa, já estão acostumados com a ideia, com o tipo de futebol. A necessidade de se jogar contra um time europeu na preparação não é tão importante. Vai da necessidade de jogar contra outros tipos de escola, mas por termos muitos jogadores na Europa há muitos anos, diminui muito a diferença. Claro que se o Brasil perder para uma equipe da Europa na Copa do Mundo, vai ficar à tona e é normal. Mas acho que a gente está mais que preparado para enfrentar qualquer equipe do mundo. Estamos muito bem-preparados para encarar este tipo de seleção – comentou Danilo.

Danilo, sobre um favoritismo da Seleção:

– Escuto bastante aqui no clube, leio bastante, e nós na seleção, no entanto, entende e aceita a responsabilidade. Depois dos números que tivemos, a sequência de vitórias e a forma que jogamos, com estes nomes, temos que aceitar esta responsabilidade, impossível olhar para o lado. Mas junto com o Brasil, tem seleções de bons nomes e de nível muito alto. Aí a graça da competição, que talvez tenha o nível mais alto dos últimos tempos. Inegável que somos um dos favoritos, mas tem outras seleções com grandíssimos nomes e vai ser uma Copa bem bonita – disse.

Danilo, sobre o desgaste com jogos e viagens antes da Copa do Mundo:

– Tudo muito peculiar, realmente. Como você falou, muito se falava sobre o meio da temporada, com todos no auge físico, e cara (risos), estou vendo que a galera foi espremida. Foram muitos jogos. Não é reclamação, é um prazer imenso, mas o corpo grita às vezes. Quanto a viagens, nós da seleção procuramos fazer as coisas da melhor maneira, deslocando o mínimo possível, usando este período para recuperar as forças e chegar frescos fisicamente e mentalmente. Jogando de dois a três dias, não dá tempo de desconectar. É jogar e recuperar. A seleção brasileira tentou fazer da melhor maneira, mas é peculiar jogar uma Copa em novembro e dezembro. É uma experiência diferente, vou procurar viver da melhor maneira, convivendo de perto com as seleções, sem tantas viagens. Vou poder dar um feedback depois que acabar (risos) – disse o lateral da Seleção.

Danilo, sobre os estreantes na Copa do Mundo:

– Apesar de ter mais de 30, estou ansioso para jogar (risos). A gente fala muito de experiência, mas é um momento único, não dá para normalizar. O grupo tem a mistura entre os mais experientes e muito mais jovens, mas é muito legal, porque vejo nesta geração mais jovem um senso de responsabilidade que não tinha visto antes no futebol em geral. Faz a diferença no futebol em alto nível e eles têm este senso, apesar das brincadeiras, das risadas. O Casemiro fala: o Vini, o Militão, o Paquetá, eles riem o tempo inteiro. É legal, às vezes eu até falo para rirem mais baixo (risos). Mas eles se cuidam, na forma de treinar, sempre 100%. É legal de ver, e influencia a nós, também, mais experientes, de estarmos nesta vibe, neste clima deles. Com muita responsabilidade, com uma conexão grande e é um ponto positivo para a seleção brasileira.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo