Fernando Diniz completa um ano no comando em sua segunda passagem pelo Fluminense. O treinador foi anunciado no dia 30 de abril do ano passado, mas fez sua estreia somente no dia 4 de maio, pela Copa Sul-Americana. Naquele dia, o Tricolor venceu o Junior Barranquilla por 2 a 1, no Maracanã. Foi apenas um início do “novo Dinizismo”, que teve mais momentos de altos do que baixos, reforçou sua identidade, passou a ser acompanhado pelo mundo e chegou a ser (e ainda é) cogitado para Seleção Brasileira.
Números
2022
- 44 jogos
- 21 vitórias
- 9 empates
- 9 derrotas
2023
- 23 jogos
- 17 vitórias
- 1 empate
- 4 derrotas
Os números podem aumentar caso seja considerado a primeira passagem. Na ocasião, foram 44 jogos, venceu 18, empatou 11 e perdeu 15. O Tricolor marcou 71 gols e sofreu 48, tendo 49,2% de aproveitamento.
Gangorra de emoções, mas com futebol vistoso
Diniz imprimiu uma sequência de cinco vitórias e dois empates aliado com crescimento da qualidade do futebol do Fluminense. A torcida abraçou ainda mais o time. Porém, posteriormente, o treinador viu sua pior momento do clube. Em cinco partidas, foram três derrotas, uma vitória e um empate. O revés em clássico contra o Flamengo, Juventude e Atlético-GO já colocaram um “ar de desconfiança” sobre até onde o time poderia chegar.
Contudo, Diniz reverteu a situação e conseguiu 13 jogos sem perder. Junto a isso, o sonho dos títulos da Copa do Brasil e do Brasileirão também voltaram, mesmo vendo um Palmeiras impecável em suas partidas. Com festas, a torcida tricolor voltou a “pulsar” o Maracanã, batendo recordes em jogos.
Ainda em 2022, Diniz voltou a enfrentar altos e baixos. O Flu foi eliminado para o Corinthians pela Copa do Brasil e teve queda de rendimento. Assim como o técnico, o time também surpreendeu, mostrou reação e venceu o clássico contra Flamengo e Juventude, com atuações consistentes. Porém, as derrotas para Atlético-MG, Atlético-GO e América-MG geraram muitas críticas dos torcedores, pedindo até mesmo demissão do treinador. Mas em reta final de temporada, o “Dinizismo” retornou com solidez dentro de campo e com alta expectativa.
Teimosia?
A insistência de Diniz em determinados jogadores também deixou a torcida incomodada neste período. Felipe Melo e Caio Paulista, por exemplo, foram os que mais foram criticados. O volante, improvisado na zaga, não fez boas atuações em 2022 e foi criticado pela torcida. Porém, o camisa 30 conseguiu arrancar elogios de torcedores nesta temporada. Já o atacante, improvisado na lateral esquerda na maior parte do ano passado, também não conseguiu agradar. O jogador hoje atua no São Paulo.
Deu no New York Times
Já no início de temporada, Fernando Diniz iniciou com um Fluminense com mesclas, fazendo alguns ajustes. Teve irregularidade, mas que logo foram reparadas com constância dentro de campo. A equipe tricolor voltou a encantar com futebol e ganhou citação do New York Times, um dos mais famosos do mundo.
A jornal apontou que “o futuro parece pertencer às equipes e treinadores que estão dispostos a ser um pouco mais flexíveis e veem seu papel como uma plataforma na qual seus jogadores podem improvisar”. Neste aspecto os exemplos apontados foram o estilo do Real Madrid, da Espanha, e os técnicos italiano Luciano Spalletti, do Napoli, da Itália, e de Fernando Diniz, do Fluminense.
Primeiro título
O título do Campeonato Carioca, vencido pelo Fluminense, se tornou especial para Fernando Diniz, que agora tem o estadual como o título de maior expressão em sua carreira até o momento. O treinador de 49 anos, que começou a carreira em 2009, mas apenas em 2018 assumiu um clube grande, só havia vencido duas Copas Paulistas, um Campeonato Paulista Série A3 e uma Taça Guanabara.
Apesar de ser uma competição que ano após ano está perdendo a importância que tinha antigamente, a conquista do Campeonato Carioca pode ser o início para o treinador finalmente ter o prestígio que merece.
Seleção Brasileira
Desde a saída de Tite, o nome de Diniz para assumir a Seleção foi especulado várias vezes. E ganhou ainda mais força com as boas atuações do seu time em campo. No entanto, o próprio treinador declarou, algumas vezes, “minha seleção é o Fluminense”. Além disso, o presidente Mário Bittencourt já deixou claro que não vai liberar o treinador.
Evolução
A evolução do futebol implementado por Diniz é falar mais do mesmo. O treinador conseguiu internalizar seu estilo para os jogadores do Fluminense e a cada jogo parece que alternativas criadas, o que impressiona.
– Devo ter melhorado, mas difícil dizer o que. Experiência, forma que vivo o futebol, errando, acertando, a gente vai melhorando, mas difícil. Talvez aspecto defensivo, que era preocupação que eu tinha. Ganhei mais argumentos para ter a bola. Um pouco de cada coisa. Tem críticas que fazem você pensar. Podemos aprender com qualquer um. Todo mundo acerta e erra. Todo mundo sabe pouco de futebol, tem muito que se pode fazer. Se estiver atento, vai aprender – disse após título do Carioca.