Fernando Diniz concedeu sua primeira coletiva como técnico interino da Seleção Brasileira, nesta quarta-feira, na sede da CBF, na Barra Tijuca. O treinador do Fluminense e também do Brasil falou sobre o seu sentimento, evitou falar sobre Carlo Ancelotti e assim como Mário Bittencourt rechaçou qualquer conflito interesse. Ele tem contrato de um ano até a chegada do italiano.
– Dizer que é uma mistura de alegria e honra poder estar aqui. Ser escolhido e convocado para esta missão de treinar a seleção brasileira. É um sonho que se realiza. Eu pretendo, como fiz em todos os lugares, a servir bem o futebol na seleção brasileira. Estou totalmente aberto às questões que vocês irão colocar aqui. Para deixar tudo bem esclarecido – disse Fernando Diniz.
Diniz também foi perguntado sobre o conflito de interesse. Ele rechaçou e destacou que vai tomar suas decisões a partir de sua ética, maneira de pensar.
– Eu vou convocar, quando estiver trabalhando na CBF, e procurar o melhor para a CBF. Vou analisar o futebol brasileiro todo e tomar a melhor decisão possível. Em toda convocação, sempre tem alguém questionando. Mas isso não pode ser baseado na falta de ética –
– A ética tem muito a ver com a pessoa que vai tomar as decisões. Se as pessoas presumem que vai ter conflito de interesses, elas pré-julgam que eu não tenho ética. Minha carreira é mais recheada de críticas do que elogios pela maneira de eu ver o futebol. Mas eu baseio minha carreira nas dores que sofria quando jogava. E a falta de ética era uma das principais delas
Diniz fará a estreia pela Seleção em setembro, pelas Eliminatórias, contra Bolívia, em casa, e Peru, fora. Mais cedo, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, garantiu que o treinador também estará focado no clube e negou conflito de interesse.
Outros trechos da coletiva:
Falou com Ancelotti
Não conheço o Ancelotti [pessoalmente]. Sei das coisas que tenho que fazer no campo. Presidente foi muito claro comigo quanto a isso. Tenho liberdade total para executar o meu trabalho. Tenho muita gente para me ajudar, do estafe da CBF, outras que vou trazer comigo, outras que vou estar convocando. Mas é um assunto que temos que resolver com calma.
Sairia do Fluminense para assumir a Seleção
– Essa questão de ser exclusivo da CBF nunca foi mencionada. Eu jamais sairia do Fluminense neste momento para assumir a CBF. Por mais que seja um sonho, teria que adiar. A gente ponderou muitas coisas. Sou muito grato ao Fluminense e à torcida. Acredito que a maioria vai entender o que está acontecendo. Não será fácil, mas acredito que a decisão foi um grande acerto.
Neymar
– Em relação ao Neymar. A palavra que me vem é quase que uma aberração. É um super talento, que demora muito para nascer outro. O Brasil tem a sorte de aparecer jogadores assim de tempos em tempos. Temos que aproveitar o talento do Neymar.
Excesso de trabalho
– Eu vou me dedicar 100% onde estiver. Quando estiver no Fluminense, dedicação total. Quando estiver trabalhando na Seleção, principalmente nas Datas Fifas, vou me dedicar totalmente. Obviamente pode acontecer no meio do caminho ter que fazer um ajuste ou outro. Mas a dedicação será máxima nas duas funções.
Convocações
– A gente vai saber escolher os jogadores que vamos ter que ter em alguns momentos, como eliminatórias e amistosos. Não tem nada pré-determinado. Tem alguns jogadores que têm uma idade, de 25, 26, 27 anos que são constantemente convocados. Tem algumas figuras que vão aparece, como sempre acontece. Mas a gente sempre vai estar aberto para fazer as melhores convocações possíveis.