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Dorival comemora título da Copa do Brasil pelo Flamengo: ‘Meu coração que me trouxe de volta’

Dorival comemora título da Copa do Brasil pelo Flamengo: ‘Meu coração que me trouxe de volta’
Foto: Paula Reis | Flamengo

Após empate em 0 a 0 na Neo Química Arena, o Flamengo voltou a empatar com o Corinthians na final da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira (19). O título foi decidido nos pênaltis e o time carioca levou a melhor, conquistando o tetracampeonato. Em sua terceira passagem no clube, Dorival Júnior vence a competição que faltava para a “geração 2019”.

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Na entrevista coletiva, o técnico do Flamengo comentou o duelo desta quarta-feira com o Corinthians. O treinador falou sobre a dificuldade que o Rubro-Negro teve no segundo tempo, admitiu que seu time não fez uma partida boa tecnicamente, mas com determinação conseguiu alcançar o seu objetivo.

– O gol no início, às vezes provoca uma reação da equipe de querer se segurar e proteger a todo momento. Com tudo isso, tivemos várias oportunidades no primeiro tempo que poderíamos ter aumentado o placar e dois gols anulados por detalhes na segunda etapa. O Corinthians, naturalmente precisando buscar o resultado, saiu para buscar a partida. Eles nos deram a possibilidade de contra-ataque. Nós tentamos explorá-los, mas demos muita posse de bola ao Corinthians, coisa que o Flamengo dificilmente deixa fazer e acontecer ao longo de todos os jogos das três competições. Apenas isso. De modo geral acho que num campeonato como esse você tem que ganhar e jogar pelo resultado, sempre. Mesmo não sendo uma grande partida tecnicamente falando, alcançamos com hombridade e determinação um resultado que nos deu a possibilidade do quarto título do Flamengo.

O Flamengo tem mais uma decisão na temporada. No dia 29 deste mês, o Rubro-Negro enfrenta o Athletico, pela final da Libertadores da América. A partida acontece no Monumental de Guayaquil, no Equador, às 17h (de Brasília). Para Dorival Júnior, o jogo desta quarta-feira (19) não influência no duelo da competição continental.

– Não vejo que a conquista nos garanta uma situação favorável no jogo da Libertadores e nem que teríamos mais dificuldades se fosse o contrário. Temos que realinhar tudo. É importante que tenha acontecido mesmo com a vitória e a conquista. Foi num jogo dentro das nossas condições e aquilo que apresentamos ao longo de todo o campeonato e talvez por isso tenhamos o merecimento de chegar no último momento e reverter cobranças de penalidade, o que não foi fácil. Teremos um jogo atípico, totalmente diferenciado, em que em 90 minutos teremos a solução de uma competição como a de hoje. No primeiro jogo empatado e aqui teríamos que solucionar essa condição em 90 minutos. Fizemos o primeiro gol, tivemos a oportunidade do segundo, não aproveitamos e o jogo mudou por completo na segunda etapa.

A volta ao Flamengo também foi assunto na entrevista. O treinador afirmou que quando o Rubro-Negro entrou em contato, ele não pensou duas vezes e que seu coração o trouxe novamente para o clube da Gávea.

– É o segundo campeonato da Copa do Brasil, que tem um peso muito grande e importante, ainda depois do período afastado. Foi meu coração que me trouxe de volta para o Flamengo. Eu sentia que precisava voltar para o Flamengo, não imaginei que fosse nesse ano, mas quando veio o convite eu não pensei duas vezes mesmo tendo o compromisso com a equipe do Ceará a quem respeito muito. Eu conversei com o presidente, expliquei meu sentimento em relação às saídas anteriores e o trabalho em aberto a ser realizado. Eu tinha 16 campeonatos, cinco vice-campeonatos e 11 competições conquistadas. Agora tenho a 12ª com a possibilidade do 13º título daqui a alguns dias. Por tudo que passamos ao longo do ano, em que ninguém mais acreditava, o Flamengo deu a volta, se recuperou e merecidamente chega a duas finais de competições. O que pra mim é prazeroso e de uma satisfação imensurável de viver novamente.

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O próximo compromisso do Flamengo é pelo Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro enfrenta o América-MG, no Independência, no sábado (22), às 19h (de Brasília), pela 33ª rodada da competição.

Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Dorival Júnior

Caminho até o título

– Primeiro: o momento que chegamos ao clube, na situação de desconfiança e incertezas. Ninguém mais acreditava que talvez pudéssemos ter alguma coisa positiva ao longo do ano. E a partida contra o Atlético-MG dentro do Mineirão começou a mudar muito esse contexto. Eu até falei internamente para a comissão técnica que estávamos começando a ajustar a equipe e encontrando um novo caminho. Infelizmente havíamos perdido e vínhamos de uma sequência muito negativa que fez com que houvesse a saída da comissão técnica anterior e a entrada da nossa. Aquilo mudou por completo. Mesmo perdendo a partida eu senti a equipe começando a encontrar o caminho, buscar soluções e acho que foi fundamental aquele momento para que 15 dias depois nos encontrássemos novamente aqui no Maracanã e mudássemos, em definitivo, o contexto do que vinha acontecendo.

– A equipe fez um grande jogo e pontuei a todos eles: se passássemos do Atlético-MG naquele momento, estávamos na final da Copa do Brasil. E, graças a Deus, acabou acontecendo. De lá para cá fizemos jogos interessantes, com uma segurança muito grande, dominando a maioria das partidas com jogos que conseguimos impor o que gostaríamos. Achei que a equipe fez por merecer uma vaga às finais, com dois jogos muito disputados. E o jogo de hoje com esse sentido de, além das dificuldades naturais, o final da partida com uma disputa de pênaltis que é sempre desgastante para todo mundo.

– Fico feliz de ter alcançado essa conquista com a equipe. Por merecimento o Flamengo chegou onde chegou. Você poder presentear seu torcedor, mesmo com um jogo muito desgastante, mas você poder ter presenteado seu torcedor com uma grande conquista é imensurável. Não tem preço que pague essa situação e fico muito feliz de ter ajudado todos a alcançar esse resultado.

Time cansado e saída de Vidal

– Vidal jogou no sacrifício. Ele está com um inchaço muito grande no tornozelo. Ele começou a botar a mão no tornozelo e na hora imaginamos que tivesse sido isso. Como estávamos sem força de marcação, imaginei que com a entrada do Matheuzinho ganharíamos um pouco mais de força. Não sabia que ele havia torcido o outro pé e não o pé com problema e que ele estava se recuperando dentro da partida. Dez minutos depois o Thiago Maia pede substituição, então foi um complicador. Ao mesmo tempo, estava fazendo alteração em relação ao Pedro e tinha que recompor a altura da nossa área. A única alternativa foi recorrer ao David Luiz que já tinha jogado como volante em alguns momentos na carreira e foi o que pensamos para não perder altura, ganhar um pouco de consistência no meio e entrar com Victor Hugo e Matheuzinho para ter uma força maior de combate e de marcação.

– O Corinthians foi para cima e, merecidamente, fez o gol. Foi um jogo bem diferente do que imaginávamos. Perdemos um jogador fundamental que é o João Gomes, porque com o Thiago – que também entrou no sacrifício – o João faria com que tivéssemos um outro tipo de partida, um jogo um pouco mais agressivo, de marcação acentuada e não foi isso que aconteceu. Perdemos o João, o Thiago e a própria substituição do Vidal pelo momento que ele estava vivendo, pela situação e o próprio inchaço na perna. Foi a coragem e determinação dele que o colocou em campo. Se fosse outro, não teria entrado.

Processo de evolução até a final

– A minha irmã até me mandou mensagem, que há dois anos e meio atrás eu estava na casa dela em Florianópolis e falei que voltaria um dia ao Flamengo para conquistar alguma coisa. Eu tinha uma certeza comigo, não sabia que seria esse ano e, de repente, apareceu a oportunidade. Não pensei duas vezes, pela primeira vez na minha carreira ouvi meu coração. Não era uma situação fácil, as pessoas começavam a não verem soluções e começamos a fortalecer o ambiente quando chegamos, respaldados pela diretoria e todos no centro de treinamento. Começamos a fazer alterações internas e tentar propor soluções que foram aceitas pelos jogadores. Sentimos que a equipe começou a melhorar, a jogar de uma maneira que satisfazia a todos do grupo, com todos participando ativamente. Esse ambiente fortaleceu o grupo e, quando vencemos o Atlético-MG, falei a eles que chegaríamos à final.

– Por merecimento estamos vivenciando um momento importantíssimo, e fico feliz por estar confirmando o que pensei lá atrás. Não foi uma vinda casual, uma vinda para eu resgatar tudo que gostaria de ter feito. De 2012 para 2013 ajudei a montar a equipe que foi campeã da Copa do Brasil com o Jayme, em 2018 saímos de 7º para 2º para disputar a Libertadores. Sabia que estava guardado algo maior para um terceiro momento. Vamos nos dedicar para encontrar o mesmo caminho na Libertadores.

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