Fluminense
Mário explica venda de Luiz Henrique, do Fluminense, para o Betis e pede voto de confiança para torcida
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Na tarde deste domingo o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, realizou uma coletiva no CT Carlos Castilho para esclarecer sobre a transferência de Luiz Henrique para o futebol europeu. Após sair nos noticiários sobre a venda, os torcedores do Flu fizeram uma campanha nas redes sociais contra os valores divulgados.
O mandatário Tricolor explicou o motivo dessa transferência. Segundo Mário, mesmo o clube fazendo um bom início de temporada ainda segue em reconstrução financeira.
– Dizer que o fato de estar fazendo um excelente início de temporada, termos conseguido montar um bom time para esse ano, não significa que não sigamos em reconstrução financeira e reconstrução do clube como um todo. Nesses quase três anos o clube precisa passar por um momento de reconstrução, com medidas impopulares para que possa seguir em frente em razão de tudo que encontramos quando chegou e interfere no nosso dia a dia. É uma constatação do trabalho que viemos fazendo.
Mário Bittencourt falou também que outro motivo que pesou para vender Luiz Henrique foi que as transferências de Gabriel Teixeira e Nino não aconteceram no início do ano. Além disso, pediu para que a torcida confiasse na gestão.
– Tínhamos um cenário com outras duas situações em aberto, uma delas do Nino e a outra do Gabriel Teixeira, quando chegou a primeira proposta oficial pelo Luiz nos últimos dois anos. Recebemos uma ou duas propostas baixas quando ele subiu para o profissional, de 1 milhão, 2 milhões e meio, e lá atrás recusamos. Depois disso foram dois anos atuando, não recebemos propostas e recebemos uma proposta concreta no ano passado e 7 milhões de euros por 100% do próprio clube que estamos negociando e dissemos não. As negociações seguiram em janeiro e fevereiro. Nada ocorreu após o jogo de quarta passada, o primeiro jogo na Libertadores. É uma negociação que vinha sendo feita e o clube vinha resistindo, fazendo contrapropostas e acreditando que as vendas do Nino e Biel fossem concluídas e não foram. Por conta de falta de cenário, recursos comprometidos e dívidas de curto prazo, esse ano temos que pagar 17 milhões de reais em dívidas internacionais, como as do Sornoza e Orejuela. A falta desse pagamento poderá gerar impedimento de transferência e nos tirar pontos.
– As pessoas têm feito comparativos com outros jogadores. Existem vendas melhores que essa, outras piores. E toda venda depende de valor de mercado e da necessidade de quem está vendendo. Se corremos o risco, nesse momento, com todas essas dívidas de curto prazo, além de todo o funcionamento do clube, onde daqui a 10 ou 15 dias com dívidas pesadas e cumprindo fielmente e tantas outras, a licitação do Maracanã, o Fluminense precisará fazer um aporte financeiro, todas essas questões desenharam um cenário que precisamos fazer uma venda no fim do ano (2021). Não conseguimos. A gente assinou um pré-acordo (com o Betis) ainda em fevereiro, antes do início a Libertadores onde a gente prevê a ida do atleta entre os meses de julho e agosto. Construímos uma operação financeira onde precisamos ter o clube com sua austeridade e estabilidade em dia. Nenhum de nós fica feliz em ter a saída de um atleta, que temos um carinho enorme, grane jogador, mas a gente vem demonstrando ao longo da nossa gestão, e por isso peço um voto e confiança na gente, porque estamos conseguindo repor a saía e ter performance melhor a cada ano.
Valorares da transferência de Luiz Henrique
– Ele foi vendido por 13 milhões de euros por 85% dos direitos. O Fluminense terá 15% do valor de uma venda que o Betis possa fazer. Esses 13 milhões estão divididos entre valores fixo e bônus, que por questões contratuais prefiro me reservar no direito de não falar, para preservar questões internas de compliance e do clube que está fazendo a aquisição. Se você imaginar que estamos vendendo 85% por 13 milhões de euros, o jogador está avaliado em 15 milhões de euros.
Fluminense vende melhor que vendia?
– A entrevista referida foi uma que eu dei logo depois da venda do João Pedro. Eu estava em campanha naquele momento. O que está se divulgando é que a venda foi de 11 milhões de euros, mas na verdade foi de 2,5 milhões de euros fixos com bônus e performances que poderia chegar a 11 milhões. E e achei uma venda muito abaixo. Recebi propostas de 1,5 milhão de euros, 2,5 milhões de euros pelo Luiz Henrique e posso abrir o meu coração e dizer que estava com a situação financeira muito pior, mas não resolvia absolutamente nada a vida do clube naquele momento. Achei a venda do João Pedro baixa mesmo e não retiro absolutamente nada do que falei. Acho que o Fluminense vendia mal. Hoje não vende muito bem por causa da sua situação financeira, mas vende melhor do que vendia. Porque vende com os atleta já performando no time profissional disputando grandes competições, porque vende mantendo bons percentuais de futuro e porque vende por valores históricos melhores do que aqueles que foram vendidos. Pode melhorar a venda? Pode. Na verdade, recusar a venda. Se a gente recusa uma venda, você está comprando esse jogador pelo preço que recusou.
Transferências de jogadores contestados pela torcida
– Toda aquisição de atleta é oriunda da nossa equipe técnica. Você deu exemplos que, segundo você, no momento não agradam, mas temos exemplos como a compra do Michel Araujo e hoje com opção de compra muito maior. O futebol precisa ter uma balança comercial. Você não discute o varejo, mas todo o departamento, o que você compra e o que você vende. As compras que você falou foram feitas a longo prazo. A do Cris Silva está parcelada até dezembro de 2023. Quando você fala em R$ 9 milhões de maneira cheia, na cabeça do torcedor eu tenho que desembolsar esse valor até semana que vem. Estão diluídos no fluxo de caixa do clube. Assim como contratamos o Jhon Arias, que ninguém critica porque está muito bem, também foi feita uma compra parcelada. O Caio Paulista quando foi adquirido houve dois empréstimos gratuitos, foi muito bem na Libertadores. Se você quiser fazer u um retrospecto, na época daquele gol do Maracanã, recebi uma série de mensagens dizendo “Compra o Caio Paulista”. Depois da lesão não vem performando como gostaríamos. E é uma compra parcelada até junho de 2023. Essas duas compras não afetam o fluxo de caixa. Se afetassem eu te falaria. Samuel Xavier foi renovado sem custos de aquisição, apenas o custo do salário, como todos os outros jogadores que você referiu como Cano, Felipe Melo e tantos outros que chegaram.