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Engenheiro acusa Flamengo de adulterar cena do incêndio no Ninho: ‘compromete o resultado da perícia’

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Foto: Divulgação / Flamengo
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Quatro anos após o incêndio no Ninho do Urubu, uma das maiores tragédias da história do futebol brasileiro, novos fatos surgem à tona. Em entrevista exclusiva ao site ‘Uol’, o engenheiro José Augusto Bezerra acusou o CEO do Flamengo, Reinaldo Benotti, mandou um funcionário arrancar partes de uma instalação elétrica com problemas enquanto a perícia era realizada. “Compromete o resultado da perícia da polícia. É decisivo”, afirmou.

José Augusto Bezerra é um engenheiro eletricista sócio da Anexo Energia. Ele foi contratado pelo clube no mesmo dia do incêndio, 8 de fevereiro de 2019, para realizar um laudo independente sobre o ocorrido. José começou a trabalhar no Ninho no dia seguinte e afirma que no dia 10, viu Reinaldo mandando um funcionário arrancar fios e um disjuntor que implicariam o Flamengo por negligência.

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A versão da Polícia Civil é que a remoção de fios e do disjuntor não teria atrapalhado a perícia. No entanto, a reportagem da ‘Uol’ contatou o perito Nelson Massini: “Causa muita estranheza a velocidade com que essa perícia foi realizada. Trata-se de um ambiente muito complexo, com uma série de itens para serem examinados. E a perícia foi realizada em apenas 8 horas. Pode-se dizer que foi de maneira muito apressada”.

A versão oficial da Polícia diz que o incêndio teve “como foco ígneo único e determinado um fenômeno termo-elétrico no interior do aparelho de ar condicionado do quarto 06”. A perícia inclui fotos de fios com emendas mal feitas, mas não diz haver uma relação direta disso com a causa do incêndio.

Bezerra foi chamado no dia do incêndio. Segundo o próprio, ele foi orientado por Reinaldo Belotti a chama-lo caso encontrasse algo “muito grave”. Após tirar fotos e fazer anotações, o engenheiro disse à “Uol” que viu algo estranho: “Tinha uma caixa de alvenaria, a caixa de distribuição de energia. Tinha um disjuntor ali que estava completamente mal dimensionado, completamente errado. O cabo era errado. O disjuntor era errado. Estava tudo errado. Aí eu chamei o Reinaldo e falei: ‘Isso aqui é uma coisa muito grave'”. Bezerra segue a denúncia: “Ele chamou um cara lá, um funcionário. Mostrei onde estava o disjuntor, inclusive com os fios ainda estavam todos queimados entrando dentro do alojamento. E aí ele [Belotti] falou: ‘Arranca isso tudo'”.

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O Flamengo negou as acusações: “Jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário. Não há, em toda a vasta documentação produzida pelas autoridades públicas, qualquer elemento de prova que indique ou confirme a acusação leviana e caluniosa feita por esse senhor [Bezerra]”, afirma o clube.

O incêndio no Ninho do Urubu vitimou Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique Matos, Rykelmo de Souza, Samuel Thomas e Vitor Isaías. Quatro anos depois, ninguém foi culpado pela justiça. A família do goleiro Christian Esmério segue em disputa judicial com o Flamengo.

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