O Bahia estreia na Copa Sul-Americana na noite desta quarta-feira (21), em Montevidéu, no Uruguai. A equipe brasileira já vem conseguindo uma bagagem internacional, e participa pela quarta vez consecutiva da competição. Diferentemente do seu adversário. O Montevidéu City Torque é novato no quesito de disputa internacional. Mas o desejo pela América é grande. E tem investimento para isso.
Quem é o City Torque?
O Montevideo City Torque é uma equipe jovem, originalmente denominada Club Atlético Torque, e a partir de 2017 passou a fazer parte da franquia do Grupo City, que administra equipes como o Manchester City, da Inglaterra, New York City, dos Estados Unidos, Girona, da Espanha. É um clube modelo, que investe em infraestrutura e tem como premissa a formação de jogadores, de revelar talentos nas terras uruguaias.
Já é possível ver dentro do futebol uruguaio o impacto do City Torque, um projeto esportivo diferenciado e um novo modelo de gestão de futebol. Em entrevista ao Esporte News Mundo, o jornalista Agustin Recuero, da rádio uruguaia Fútbol 1130, reforça o modelo revolucionário do City Torque e o poderio financeiro impactante no futebol uruguaio. “Está muito bem economicamente. É a equipe que melhor paga no Uruguai e tem um projeto a longo prazo que conta com vários jogadores que são importantes, vários jogadores que vêm jogando juntos há muito tempo”, disse Agus.
Por ser uma equipe recentemente criada, não tem tanto apelo nacional e sua torcida é bem reduzida. Em um país polarizado entre carboneros e bolsos (como são conhecidos os torcedores de Nacional e Peñarol), o City Torque oferece seu talento para os amantes do futebol. “O City Torque é uma equipa que praticamente não tem adeptos por se tratar de uma equipa nova, fundada recentemente, e num país como o Uruguai onde 90% ou mais são do Nacional ou do Peñarol. É difícil ter uma grande expectativa. Posso dizer que a imprensa uruguaia afirma que é um grupo bastante complexo e que o Bahia é um rival duro como qualquer equipe brasileira”, argumenta Recuero.
Estilo de jogo do Torque
O City Torque carrega consigo a identidade futebolística dos times da franquia. O modelo de jogo de Pablo Marini é semelhante ao de Pep Guardiola pelo modelo de futebol que a franquia proporciona: a prioridade em ter a posse da bola e a partir daí construir uma transição ofensiva com uma saída em feita no campo de defesa, um meio-campo com maior dinamismo, triangulações rápidas pelos lados do campo, liberando o avanço dos laterais para apoiarem com maior recorrência e volume de jogo no último terço do campo buscando a finalização. “Tem uma base de jogo, um modelo muito bem definido. Tocar à bola, lateralizar muito o jogo, os dois (zagueiros) centrais sobem as linhas e sair tocando (a bola), sempre tocar a bola por baixo e é uma equipe muito horizontal, gostam de tocar muito a bola, essa é a tendência”, reforça Recuero sobre o modelo de jogo praticado pela equipe uruguaia.
E esse será o modelo de jogo que a equipe praticará contra o Bahia. E em todo esquema de jogo tem seus pontos fortes e fracos. E com o City Torque não é diferente. Como a equipe “gosta” de ter a posse de bola, avança suas linhas até o meio-campo e trabalha a bola no campo do adversário. E o Bahia gosta desse tipo de jogo. A equipe brasileira é caracterizada pelo jogo rápido e contra-ataques mortais pegando à defesa adversária desprevenida. E no setor ofensivo as fichas estão postas no meia-ofensivo Santiago Rodríguez, meia de considerável habilidade e que pode decidir a favor dos uruguaios.
“(O City Torque) costuma se defender com poucos jogadores quando perdem a bola no ataque. Já que se movem em bloco e a defesa se recompõe bem. Atacam principalmente pelas alas fazendo o dois contra um. O melhor jogador é Santiago Rodríguez, que veio do Nacional. De qualquer forma, tem jogadores a um nível muito equilibrado e como não existe uma individualidade que se destaque, é um jogo todo coletivo. Gustavo Del Prete também é um jogador muito interessante que pode jogar como ala ou o falso nove com bastante mobilidade”, disse Agus Recuero sobre as características mais aparentes do modelo de jogo da equipe do City Torque.
Peças chaves da equipe uruguaia
Alguns jogadores do City Torque são característicos por suas habilidades e por oferecerem perigo às defesas adversárias. Destacamos quatro jogadores da equipe e o Bahia deve ficar de olho para evitar sofrer com esses atletas:
Franco Pizzichillo: De acordo com Agus, “é o melhor lateral-direito do futebol uruguaio”, jovem e com muita qualidade técnica;
Yonatthan Rak: É um zagueiro que tem uma boa saída com a bola, tem um bom passe e costuma sair para participar dos ataques da equipe, ao somente nas jogadas de bola parada.
Santiago Rodríguez: Joga pela direita e flutua por trás do atacante referencial (famoso camisa 9), jogador que teve passagem pelo Nacional de Montevidéo e é um dos melhores tecnicamente do elenco.
Gustavo Del Prete: Jogador móvel que pode oferecer perigo à defesa do Bahia, tanto pode jogar como ponto como figurar como referência na área.
Para o jogo desta estreia na fase de grupos da competição, o técnico Pablo Marini deve levar a seguinte escalação para enfrentar o Bahia: Guruceaga; Franco Pizzichillo, Arismendi, Yonatthan Rak e Andrew Teuten; Santiago Scotto, Álvaro Brun e Santiago Rodríguez; José Álvarez, Gustavo Del Prete e Matías Cóccaro. “O esquema básico é um 4-3-3 sim, mas as posições giram muito”, disse Agus sobre o esquema de jogo que o City Torque deverá levar para enfrentar o Bahia.
O confronto de estreia das duas equipes integrantes do grupo B da competição será nesta quarta-feira (21), às 21h30, no Estádio Parque Vieira, na capital uruguaia, Montevidéu. A partida terá transmissão lance a lance em tempo real no Esporte News Mundo, a partir das 20h.
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