Após confirmar a classificação na Libertadores e vencer mais uma no Brasileirão, o Flamengo muda o foco e vai iniciar o confronto contra o ABC, pela Copa do Brasil, no próximo meio de semana. Nesse sentido, o Esporte News Mundo conversou com o atacante Kayke, que tem passagem pelas duas equipes na carreira.
Hoje com 33 anos, Kayke está no futebol do Catar desde 2019 e rescindiu recentemente com o Umm-Salal, onde teve momentos de destaque, chegando a ser eleito o melhor jogador do país no mês de abril. Ele contou um pouco de como foi sua passagem pela equipe, dizendo que foi um bom período na sua carreira, tanto para o jogador quanto para sua família.
– A minha passagem aqui no Catar tem sido muito boa, foram duas temporadas completas, cheguei aqui em 2019 e tenho sido muito feliz aqui. Não só dentro de campo, mas a gente encontrou uma forma de viver aqui com a família, muito boa, muito tranquila. Já tô com dois filhos, minha esposa também está grávida do nosso terceiro filho, está vindo mais uma menininha, então, no geral, eu tenho passado por um momento muito bacana, muitos gols, muitas partidas relevantes aqui, de boa performance, contra os grandes clubes aqui do Catar, grandes jogadores do cenário mundial que vem para cá também e a gente tem essa oportunidade de estar jogando contra. Então para mim tem sido realmente muito bom, estou muito feliz e espero continuar aqui por muito mais tempo.
A história de Kayke com o Flamengo é longa, já que o atleta atuou pelo rubro-negro desde os nove anos, sendo um dos destaques nas categorias de base. Apesar da falta de espaço nos profissionais naquele momento, existe uma enorme gratidão ao clube que o revelou para o cenário nacional.
Depois de deixar o rubro-negro, Kayke rodou por diversas equipes no Brasil e no exterior, com dificuldades em se firmar em todos. Até que, em 2015, com a camisa do ABC, ele foi um dos destaques da Série B daquele ano, com oito gols em 14 jogos. As boas partidas chamaram a atenção de clubes da primeira divisão, e o destino acabou o levando de volta ao Flamengo.
Apesar de ter sido contratado com status de reserva, Kayke não sentiu a pressão e teve boa passagem pelo Flamengo, com seis gols em 16 partidas. O destaque fez com que o jogador fosse vendido por R$ 7,5 milhões, para o Yokohama F. Marinos, do Japão. O atacante relembrou as passagens pela equipe rubro-negra e pelo ABC, e afirmou que só viveu bons momentos.
– É difícil comparar as boas lembranças entre Flamengo e ABC. No ABC, foi o início da minha melhor temporada, né? Uma das melhores da minha carreira com certeza. Em 2015, o clube que me alavancou novamente para o cenário do futebol brasileiro, me levando de volta ao Flamengo, retornando depois de alguns anos fora. E eu que comecei na Gávea desde moleque, desde pequeno, sou cria da base. Eu vivi muitos momentos bons no Flamengo, foram muitos anos desde que eu comecei, com oito anos, até virar profissional, depois retornando em 2015 já no meu melhor momento. Depois dessa minha passagem pelo ABC, que foi incrível, onde eu só passei momentos bons, só tenho coisas boas para lembrar da torcida, da cidade, dos gols que eu fiz, do clube, das pessoas que eu pude conviver. Então, desses dois clubes especificamente onde eu pude passar eu, graças a Deus, só tenho ótimas recordações.
Ao ser perguntado sobre ainda assistir jogos de Flamengo e ABC, Kayke falou sobre a dificuldade de acompanhar o futebol brasileiro, tendo em vista a diferença no fuso horário. Mesmo assim, ele disse que, no dia seguinte, busca assistir vídeos sobre as partidas de ambas as equipes.
– Cara vou te falar a verdade, que acompanho pouco o futebol brasileiro ultimamente, para ver os jogos e torcer pelos amigos também, por conta até do fuso horário e do nosso dia a dia aqui no Catar né? No Catar a gente está sempre seis horas na frente, então atrapalha um pouco para ver os jogos ao vivo. Então, na grande maioria das vezes, quando eu consigo, vejo os gols, os melhores momentos assim nas redes sociais, nos sites. Hoje em dia a gente tem essa facilidade também, mas sempre que dá eu estou acompanhando o Mengão e o próprio ABC.
Kayke também deixou em aberto a possibilidade de um retorno ao futebol brasileiro, mas disse que está feliz no Catar.
– Em relação a um retorno ao futebol brasileiro, a gente costuma dizer que nunca se pode fechar as portas para lugar nenhum, né? O atleta profissional tem que estar aberto às possibilidades, o momento do atleta também, então tudo depende bastante, de onde a gente pode estar indo no futuro. Mas com certeza, é o lugar de onde eu vim. O futebol brasileiro, para mim, vai sempre ser a minha casa, então hoje a gente está aqui e feliz, construindo uma história, mas a gente deixa sempre as portas abertas.
Por fim, Kayke foi questionado sobre uma torcida definida para o confronto da Copa do Brasil, mas não declarou uma preferência e disse torcer para um grande jogo. Apesar disso, ele deu a entender que existe uma ligação maior com o Flamengo, por ser onde o atacante virou profissional e atuou durante praticamente uma década nas categorias de base.
– Hoje eu sou um atleta profissional, né? Então acaba que a gente perde aquela coisa do torcedor da arquibancada e tudo mais. Apesar de eu ter uma história, um carinho muito grande pelo Flamengo, e pelo ABC também, mas numa proporção totalmente diferente. No Flamengo eu vivi praticamente a minha vida inteira ali, criança, adolescente, na fase adulta, virei profissional. Então, a gente tem um vínculo com a instituição, o Flamengo faz parte da minha vida. O ABC, dentro das suas proporções, também tem a sua importância na minha história, mas realmente não tem como comparar. Mas hoje, sendo profissional de futebol, eu quero ver o melhor vencer. Eu tenho amigos nos dois lados, torço para que o melhor passe e com certeza vou estar aqui no Catar, se não vendo o jogo ao vivo, o que eu acho difícil, né? Mas com certeza, na manhã seguinte, assim que eu acordar eu vou ver os gols, os melhores momentos.