Bicampeão brasileiro e hexa do Campeonato Gaúcho. Quem olha esses títulos sabe que não se trata de qualquer atleta. Pelo Internacional então, que não vence o certame nacional desde 1979, este jogador é ainda mais ídolo. “Don” Elias Figueroa foi, com certeza, um dos maiores zagueiros e capitães da história colorada. E, nesta quarta-feira (30), o ex-jogador falou, no programa “De Tabela com Iarley”, sobre os títulos e sobre a presença de área que ele tinha.
Figueroa herói em 1975
Em 1975, o Internacional foi campeão Brasileiro, sobre o Cruzeiro. Na final, o tento do título foi anotado por Figueroa, no “gol iluminado”, em que somente um feixe de luz iluminava o gramado do Beira-Rio, no exato local de onde o zagueiro cabeceou na hora da finalização. Diante de tudo isso, o chileno relembrou o quão especial foi aquela temporada e revelou que o lance do gol havia sido treinado.
– 1975 foi o ano mais especial. Colocamos internamente que tínhamos uma grande equipe, com ótimos jogadores. E então, quando chegamos na final do Brasileirão, eu virei para os companheiros e afirmei que era tudo conosco e que íamos vencer o jogo. No fim sobrou ainda para mim fazer o gol iluminado. Eu e Valdomiro combinamos nos treinamentos. Conforme eu mexia no cabelo, a bola iria mais longa ou mais curta – revelou Figueroa.
Naquela temporada, Figueroa foi escolhido como melhor zagueiro do Brasil e da América. Além disso, era presença constante nas convocações chilenas. Para alguns comentaristas, inclusive, ele seria o melhor defensor do mundo. Todavia, para Figueroa, essa qualidade passou muito por cabeça e seriedade na função. Segundo ele: “a área é minha casa. Aqui entra quem eu quiser. E quem entrar que se prepare para as consequências”. Pensamento esse que ficou famoso entre torcida e imprensa.
Mudança de função e apelido
Quem lembra de “Don” Elias Figueroa, não sabe que o zagueiro nem sempre atuou na função. Quando iniciou a carreira, ainda no Union La Calera e Santiago Wanderers, ambos do Chile, ele era meio-campista. Porém, no segundo, por falta de opções, foi recuado para a função defensiva. Além disso, graças a categoria para sair jogando, recebeu, de um narrador, o apelido de “Don”.
– Era meio-campista e fui recuado para a defesa. Um dia estávamos sem zagueiro e eu, como tinha bom porte físico, fui colocado na função. Eu ainda reclamei, já que gostava de sair jogando e driblando. Mas como era muito novo eu acatei. E então, uma vez fui sair jogando, como adorava, e dei uma caneta em um atacante. O narrador, por causa da classe do lance, começou a falar em “Don” Elias Figueroa, e o apelido pegou – comentou Figueroa, entre risadas.
Figueroa no Inter
Contratado em 1971, vindo do Peñarol, “Don” Elias Figueroa já era conhecido na América do Sul. E então, no Inter, viveu os melhores momentos na carreira. Durante os pouco menos de 7 anos no colorado, o defensor conquistou seis campeonatos gaúchos, seguidos, e dois Brasileirões (1975 e 1976). Além disso, Figueroa disputou a Copa do Mundo de 1974 e foi escolhido melhor zagueiro do torneio mundial.
A história de Figueroa com o Internacional marcou o ex-jogador. Tanto é que hoje, mais de 40 anos depois de deixar Porto Alegre, ele segue afirmando ser colorado. Para agradecer ao torcedor e se despedir da entrevista, o zagueiro deixou uma mensagem para a nação.
– Ao torcedor do Internacional fica todo o meu carinho. E eles sabem que, assim como eles, eu sou colorado. Mas em especial para estes fãs que sempre me apoiaram, na boa e na ruim. Um abraço gigante para nação – agradeceu e finalizou o ídolo histórico “Don” Elias Figueroa.
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