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Abel Ferreira é adepto de simulador de futebol e explica influência do game em seu trabalho

Técnico campeão da Libertadores vê o jogo como fonte de dados precisos para tomadas de decisões importantes

Todos conhecemos o crescente impacto dos jogos eletrônicos no nosso convívio. Já existem diversos estudos comprovando o potencial dos jogos em desenvolver habilidades específicas na vida cotidiana. Um dos potenciais pouco explorados dos jogos, sobretudo dos simuladores esportivos, é a riqueza de detalhes e informações trazidas nesses títulos.

O técnico Abel Ferreira, campeão da última Libertadores pelo Palmeiras, é uma das pessoas que enxergam esse potencial informativo dos jogos. Em entrevista concedida ao Globo Esporte, o técnico falou sobre sua relação com o jogo Football Manager, um título com a proposta de simular as condições de administração e gerenciamento de um clube.

Para Abel, o jogo é uma ótima fonte de informação sobre os jogadores, com riqueza de detalhes que o permite entender mais sobre estilos e estratégias.

“Posso dizer que utilizo esse jogo ainda hoje para ver características de jogadores que o Palmeiras me propõe. Acho um jogo completo. Vejo jogadores para o Palmeiras, a fotografia, ver como o jogo descreve no mental, na técnica e no físico. Não sei quem trabalha para esse jogo, mas o nível de conhecimento e informação, nível estatístico que esse jogo tem, é muito, muito real. Portanto é uma das fontes de onde tiro informação, não é o único, mas é um dos lugares que eu tiro informação. É incrível. Não perco tempo a jogar, utilizo para tirar informações de estatísticas e para conhecer, é rápido para ter a informação, mas não tenho tempo mais para jogar. Joguei em um determinado tempo da minha vida, quando era jogador, nos meus primeiros anos, não gostava de treinar equipes “top”. Todos meus colegas eram campeões, ganhavam, mas na realidade não é assim. Posso ser campeão ao meu nível, treinar o Penafiel e não cair de divisão, fui campeão, atingi o meu objetivo.”

Durante a entrevista, Abel Ferreira compara a trajetória do Palmeiras com uma de suas campanhas com o Penafiel. O técnico também ressalta que apesar do jogo retratar diversos aspectos da realidade de um gerenciador, ainda existem vários elementos que não entram no simulador.

“O objetivo do Palmeiras é ser campeão, e atingimos. O Guto Ferreira, se o objetivo é ficar entre os dez, à maneira dele, ele foi campeão. Uma equipe que estava para cair, e ela não caiu e conseguiu ficar na elite, foi o título deles. Era assim que eu via esse jogo, treinava muito o Penafiel. Subia de divisão, das equipes mais antigas da segunda liga da história, ficar no meio da tabela para tentar subir, não consegui muitas vezes, confesso, mas era uma forma de passar o tempo (risos). Dizer para as pessoas que jogam o FM, há uma “pequena diferença” entre o jogo e a realidade: a pele e osso. A pele e o osso. É tudo muito parecido, pois você consegue fazer os treinos, você consegue escalar o time, consegue fazer as substituições, muda a tática, e os jogadores ainda reclamam. Tem um jogador que fica insatisfeito porque você vendeu o amigo. O capitão da equipe fica insatisfeito porque você vendeu o centroavante. É diferente a realidade. Vou ver se consigo descrever em uma frase: quem acha que de futebol só sabe, nada de futebol sabe. Quem pensa que só pensar em futebol chega, nada sabe sobre futebol.”

Via: Globo Esporte

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