Inaugurado de forma parcial em 02 de outubro de 1960, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, foi palco de eventos esportivos que marcaram épocas e gerações. Multiuso, já que recebeu diversos shows e atrações religiosas, como a visita do Papa João Paulo II em 1980, o estádio também ficou para a história por uma causa nobre: foi nele que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que completa 80 anos nesta sexta (23), marcou seu último gol pela Seleção Brasileira.
Em jogo amistoso, o Brasil bateu a Áustria no dia 11 de julho de 1971 com mais de 110 mil pessoas presentes nas arquibancadas, número inimaginável para os dias atuais por conta da segurança. Ao todo, Pelé balançou as redes em 77 oportunidades com a camisa canarinho. Até hoje, o Rei do Futebol lidera o ranking de artilharia da Seleção, seguido por Neymar, com 64 gols, e Ronaldo, com 62.
O jogo e o gol
Festa e expectativa definem bem o clima do Morumbi na tarde de 11 de julho de 1971. Abarrotado em todos os setores, o estádio serviu de cenário para Pelé anotar seu último gol pela Seleção aos 32 minutos do primeiro tempo.
Zequinha, ex-Botafogo, recebeu um lançamento de Pelé pela direita. Após invadir a área, ele cruzou rasteiro para trás. Tostão puxou dois marcadores consigo e, com a bola livre, o camisa 10 tocou no canto esquerdo do goleiro Herbert Rettensteiner.
Após ganhar diversos mimos no intervalo do amistoso, como uma coroa da Seleção Tchecoslovaca, o maior jogador de futebol de todos tempos deu uma volta olímpica aos gritos de “Pelé, Pelé”.
À época, o ex-camisa 10 que marcou época com o manto santista afirmava a todos os veículos de comunicação que “fazia questão de sair quando todos o pediam para ficar”. Em outras palavras, Pelé não gostaria de terminar sua carreira “por baixo”.
Depois de deixar o jogo no intervalo para regressar a Santos, cidade que é extremamente identificado, Pelé não viu o empate austríaco no segundo tempo, o que acabou sendo pequeno para tamanha celebração.
Ao todo, Pelé participou de 92 jogos, tendo conquistado três Copas do Mundo – 1958, 1962 e 1970 – pela Seleção Brasileira. Após o término do jogo no Morumbi, ele ainda disputou o primeiro tempo do amistoso contra a Iugoslávia, no Maracanã, em partida que terminou empatada em 2 x 2. Rivellino e Gérson marcaram.