Goleiro e capitão da França, Hugo Lloris se tornou o jogador com maior número de jogos pela seleção gaulesa em todos os tempos. Uma das principais referências técnicas da seleção nos últimos anos, capitão do título mundial em 2018, o arqueiro do Tottenham queria repetir o feito na tarde desde domingo (18), ao disputar a final da Copa do Mundo de 2022 no Estádio Lusail Iconic, em Lusail/QAT. Mas tinha a Argentina no meio do caminho. Na decisão pelo novo tricampeão, os argentinos venceram nos pênaltis por 4 a 2 após empate em 3 a 3 no tempo normal e na prorrogação.
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Em entrevista coletiva concedida após a final, Lloris destacou o poder de reação da França ao buscar o empate com dois gols em menos de dois minutos, além de novamente igualar o marcador na metade final da prorrogação e exaltar a campanha gaulesa no torneio.
“Não há palavras para aliviar a dor. O treinador fez uma análise geral, houve palavras fortes do Presidente da República. É difícil encontrar as palavras, mas podemos nos orgulhar do que fizemos do começo ao fim. Nós não desistimos do torneio e mostramos muita resiliência no fim. Éramos reativos demais. Podemos comparar a uma luta de boxe. Fomos golpe a golpe. A diferença entre um finalista e um vencedor é enorme.”
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Lloris foi realista na sua análise diante do jogo. Citou arrependimento pelo desempenho abaixo do esperado no primeiro tempo, mas destacou a reação dos jovens atletas que entraram no decorrer da partida com as substituições feitas por Didier Deschamps e a qualidade do grupo, além de exaltar Mbappé, autor dos três gols do time na final. O goleiro também falou que a partida diante da Argentina traz um marco de transição de gerações. Alguns irão encerrar suas trajetórias, mas citou que existem atletas novos e muito bons que têm capacidade de manter a França em alto nível nos próximos anos, além de novamente destacar que o artilheiro do Mundial 2022 será o líder da nova geração francesa.
“O arrependimento que podemos ter é do primeiro tempo. Fomos engolidos em todos os aspectos do jogo. Apesar disso, voltamos com outras intenções no segundo tempo. Sentimos que tinha espaço para voltarmos ao jogo. Conseguimos, graças ao talento de Mbappé também, que soube conduzir a equipe em um momento importante. A prorrogação foi um pouco louca e tenho em mente duas ações quando estava 3 a 3 que poderíamos marcar. É doloroso, mas tem que dar muito crédito à seleção da França com tudo o que aconteceu. Perdendo por 2 a 0, nós não nos colocamos nas melhores condições, mas, apesar disso, conseguimos superar as dificuldades. Por duas vezes. Criou-se uma atmosfera espetacular. A certa altura, assumimos os riscos necessários. Foi preciso muito esforço para voltar ao jogo, mas tínhamos a sensação de que podíamos buscar. Acredito que este torneio pode ser usado para o futuro da seleção francesa. Foi uma espécie de passagem entre uma geração que chega na última fase da carreira e uma nova geração comandada por Mbappé, que mostrou forte liderança neste torneio e ainda mais nesta final. Devemos manter esta equipe da França no topo.”
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Prestes a completar 36 anos no próximo dia 26, Lloris foi questionado se a Copa do Mundo foi a despedida da seleção francesa. O goleiro desconversou, disse que não era o momento para pensar nesse assunto e o momento pede descanso e concentração para iniciar a temporada com as Eliminatórias à Eurocopa.
“Eu não quero responder a isso. Preciso de um pouco de perspectiva. Veremos em algumas semanas. Saímos exaustos de um torneio como esse. Nós só queremos nos encontrar consigo mesmo. A decisão é de Didier Deschamps. Mais uma vez, depois de um jogo como este, é difícil responder. Acabamos exaustos. Mas teremos que trabalhar porque daqui a um ano e meio teremos a Euro.”