O ano de 2020 para o Botafogo começou com algumas mudanças importantes na montagem do elenco, nomes como Diego Souza, Gabriel e João Paulo davam adeus ao clube e chegavam jogadores jovens e pouco conhecidos pela torcida, apostas dentro da realidade financeira do clube. Até que surgiu o nome do japonês Keisuke Honda, contratado pelo alvinegro, com participação importantíssima da torcida, com a esperança de ser a cara do time na temporada.
Em campo a equipe não correspondeu tão bem as expectativas da torcida e logo de cara não conseguiu avançar para as semifinais da Taça Guanabara, o que também custou a demissão de Alberto Valentim. E na Copa Brasil a equipe penou nas duas primeiras fases contra o Caxias e o Náutico, porém ainda segue de pé na competição.
TRANSFERÊNCIAS
- Saídas: Diego Souza (Grêmio); João Paulo (Seattle Sounders/EUA); Gabriel (Atlético-MG); Leo Valencia (Colo-Colo/CHI); Gilson (Botafogo-SP); Yuri (Ponte Preta); Ezequiel (Sanfrecce Hiroshima/JAP); Rodrigo Pimpão (CSA-AL); Rickson (América-MG); Pachu (Atibaia); Alan Santos (Tigres/MEX); Arnaldo (Avaí); Victor Rangel (Santa Cruz); Marcos Vinícius (Botafogo-SP); Renan Gorne (Confiança-SE); Victor Lindenberg (Anapolina-GO); Vinícius Tanque (Cartagena/ESP); Jean (Corinthians); Kieza (Náutico); Amilcar (sem clube).
- Chegadas: Bruno Nazário (Athletico Paranaense); Pedro Raul (Atlético-GO); Danilo Barcelos (Vasco); Keisuke Honda (Vitesse/HOL); Thiaguinho (Oeste-SP); Gabriel Cortez (Emelec/EQU); Luiz Otávio (Paraná); Warley (CSA-AL); Ruan Renato (Vitória); Guilherme Santos (Tombense-MG), Alexander Lecaros (Real Garcilaso/PER); Federico Barradeguy (sem clube).
CAMPEONATO CARIOCA
O Botafogo iniciou o Cariocão com sua equipe alternativa, enquanto o elenco principal esticava sua pré-temporada no Espírito Santo. Nas duas primeiras partidas sobre o comando de Bruno Lazaroni, duas derrotas. Logo na estreia da Taça Guanabara um revés por 1×0, fora de casa, para a equipe do Volta Redonda, num jogo em que os donos da casa estiveram muito mais próximos de ampliar do que o Botafogo de empatar.
No segundo jogo oficial do ano, contra o Madureira em seu acanhado estádio, a equipe alvinegra foi completamente dominada pelo tricolor suburbano durante os 90 minutos e nova derrota, dessa vez por 2×0 e a necessidade da equipe principal voltar para disputa do estadual.
A primeira vitória no campeonato veio justamente na 3ª rodada contra o Macaé, no Nilton Santos, uma vitória tranquila por 3×1 para botar o time nos eixos e vivo na busca por uma vaga na semifinal da Guanabara.
Após 3 vitórias seguidas no torneio, o Botafogo foi pra última rodada da fase de grupos da Taça Guanabara sem chances de classificação. O jogo contra o Fluminense que era apenas um jogo para cumprir tabela acabou sendo um desastre, uma vitória por 3×0 do Flu culminou na demissão do técnico Alberto Valentim e o fim do trabalho que começou na reta final do Brasileiro de 2019. Para seu lugar Paulo Autuori, campeão brasileiro em 1995 com o clube, foi contratado.
Para a disputa da Taça Rio a equipe alvinegra encontrou dificuldades no início e logo de cara enfrentou a equipe vice-campeã do 1º turno. Com o placar de 2×1 e o segundo gol marcado por Bruno Nazário no apagar das luzes, a equipe derrotou o Boavista. Logo na sequencia um clássico complicado e uma derrota dolorida, 3×0 para o Flamengo. Mesmo com uma boa atuação na etapa inicial, o Fogão não conseguiu segurar o poderio ofensivo de Gabigol e cia.
Na semana seguinte chegou um dos momentos mais esperados do 2020 alvinegro, a estreia do japonês Keisuke Honda. A expectativa era de casa cheia para o jogo contra o Bangu, mas por conta dos primeiros casos do novo coronavírus na cidade do Rio de Janeiro, a solução foi fazer o jogo com os portões fechados frustando toda a torcida que estaria presente. Honda foi bastante participativo em campo e de pênalti fez seu primeiro gol com a camisa do clube logo na estreia. O Bangu ainda empatou a partida que seria a última do clube antes da quarentena.
COPA DO BRASIL
Como não se classificou para a Sul-Americana desse ano, o Botafogo decidiu apostar em um título inédito e a Copa do Brasil se tornou um alvo cobiçado e que também oferece uma vaga para a Libertadores de 2021. A estreia do Botafogo foi fora de casa contra a difícil equipe do Caxias, num jogo extremamente duro, com algumas polêmicas de arbitragem, os cariocas avançaram com um empate por 1×1 e o gol salvador de Pedro Raul logo no início da partida. Vale lembrar que a primeira fase era disputada em jogo único e a equipe que jogasse fora de casa tinha a vantagem do empate.
Pela segunda fase da competição, o Botafogo teve pela frente mais uma parada dura, dessa vez era o Náutico fora de casa, no estádio dos Aflitos. Nessa fase as disputas continuavam sendo em jogo único, porém já não havia mais a vantagem do empate. Com seu estádio cheio, a equipe pernambucana abriu o placar na primeira etapa forçando o Botafogo a ir atrás do empate que saiu dos pés de Bruno Nazário que levava a decisão para os pênaltis. Nos pênaltis brilhou a estrela de Gatito Fernandez, que fez duas defesas e colocou a equipe na terceira fase.
Na terceira fase uma nova mudança no regulamento, jogos de ida e volta sem o gol qualificado. O alvinegro teve pela frente a equipe do Paraná e o primeiro jogo foi realizado em casa, no Nilton Santos. Na partida que seria a estreia do japonês Honda, a torcida compareceu em peso no estádio e viu uma vitória simples de 1×0, gol de Luiz Fernando. O japonês apresentou febre e não se sentia 100% para estrear naquela ocasião.
A segunda partida que ocorreria com o mando do Paraná, foi adiada por conta da Covid-19 e deve ser realizada após a volta dos clubes. Datas ainda não foram divulgadas.
HONDA
Com passagens pelo CSKA, Milan e Pachuca, três Copas do Mundo no currículo (2010, 2014 e 2018), o japonês Keisuke Honda foi oferecido ao Botafogo que logo descartou as possibilidades. Por conta da campanha da torcida nas rede sociais pedindo o jogador, a diretoria repensou a situação e decidiu fazer uma proposta ao jogador dentro da realidade financeira do clube.
Antes de aceitar a proposta, o meia decidiu conversar com sua família sobre uma possível mudança para o Brasil e Honda queria manter sua forma física e ritmo de jogo visando a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, já que em seu último clube, o Vitasse da Holanda, pouco foi a campo.
A contratação foi vista como um ótimo negócio por parte da diretoria não só pela técnica do jogador, mas também pelo marketing que ele pode atrair para o clube ao redor do mundo e uma forma de alavancar o sócio-torcedor do clube.
A chegada do Honda ocorreu no dia 7 de fevereiro com muita festa por parte dos torcedores botafoguenses que lotaram o aeroporto na espera do desembarque do jogador. No dia seguinte, 8 de fevereiro, o meia foi apresentado a torcida em um evento especial realizado no estádio Nilton Santos com direito a live do clube no seu canal oficial do YouTube. Após a coletiva de imprensa, o jogador vestiu a camisa e foi saudar a torcida que encheu as arquibancadas do estádio para ver o novo ídolo que bateu bola e jogou algumas de brinde para torcida.
Nos treinamentos, Honda se destacava pela sua técnica apurada e a expectativa da torcida era cada vez maior a espera da estreia do novo camisa 4. Havia a possibilidade do meia estrear logo diante do maior rival, Flamengo, porém foi anunciado que o jogador não seria relacionado. De acordo com a diretoria, o planejamento é que a estreia do Honda aconteça em casa, com estádio cheio, por conta disso eles rechaçaram a possibilidade dele entrar em campo no clássico.
Para o jogo seguinte, contra o Paraná pela Copa do Brasil, estava quase tudo certo para a estreia do japonês, quase, pois uma febre pegou todos de surpresa e Honda disse não estar 100% para entrar em campo. Estreia novamente adiada.
No domingo seguinte, não teve escapatória, com promessa de estádio lotado o Botafogo iria a campo para enfrentar a equipe do Bangu, novamente no Niltão, mas por conta dos primeiros casos de coronavírus na capital, a decisão foi realizar o jogo com portões fechados. Mesmo sem torcida, Keisuke Honda mostrou para o que veio, com boas jogadas e toda sua técnica, agradou bastante em sua estreia e acabou sendo recompensado com um gol de pênalti aos 31 do primeiro tempo. A primeira página da história foi escrita e a torcida botafoguense espera que tenham muitos finais felizes.
CAMPANHA (12 JOGOS; 5 VITÓRIAS, 3 EMPATES, 4 DERROTAS; 12 GP, 15 GC)
Volta Redonda 1×0 BOTAFOGO (18/01) – Campeonato Carioca
Madureira 2×0 BOTAFOGO (21/01) – Campeonato Carioca
BOTAFOGO 3×1 Macaé (26/01) – Campeonato Carioca
BOTAFOGO 2×1 Resende (30/01) – Campeonato Carioca
BOTAFOGO 1×0 Vasco (02/02) – Campeonato Carioca
Caxias 1×1 BOTAFOGO (05/02) – Copa do Brasil (1ª fase)
Fluminense 3×0 BOTAFOGO (09/02) – Campeonato Carioca
Náutico 1(3)x(4)1 BOTAFOGO (19/02) – Copa do Brasil (2ª fase)
BOTAFOGO 2×1 Boavista (01/03) – Campeonato Carioca
Flamengo 3×0 BOTAFOGO – Campeonato Carioca
BOTAFOGO 1×0 Paraná (10/03) – Copa do Brasil (3ª fase – Jogo de Ida)
BOTAFOGO 1×1 Bangu (15/03) – Campeonato Carioca
ARTILHARIA DO ANO
1°- Bruno Nazário (4 gols)
2°- Pedro Raul (3 gols)
3°- Honda, Alex Santana, Igor Cássio, Luis Henrique e Luiz Fernando (1 gol)
Foto: Vitor Silva/Botafogo
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