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Invicta no MMA, Melissa Gatto se prepara para estreia no UFC e revela inspiração em Ronda Rousey

A estreia de Melissa Gatto no UFC enfim vai acontecer. No próximo dia 13 de junho, a brasileira enfrentará Mariya Agapova, natural do Cazaquistão, na categoria peso-mosca. Invicta no MMA profissional, com seis vitórias e dois empates, a lutadora teve duas oportunidades de fazer a primeira luta na organização no ano passado, mas dois obstáculos na caminhada a impediram de estrear.

Na primeira vez, quando enfrentaria Talita Bernardo, no dia 11 de maio de 2019, uma infecção na pele a impediu de lutar. Na segunda, em duelo contra Julia Avila, em julho, a lutadora foi suspensa por um ano, após ser flagrada em exame antidoping.

Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo (que você também pode assistir acima outros trechos), Melissa Gatto contou como foi esse período sem pode lutar no UFC e como as duas situações a tornaram mais fortes para a estreia no evento.

“Esse momento foi bem complicado pra mim. Eu esperava realmente ter lutado nessas duas vezes que eu tive oportunidade. A primeira vez foi por conta da infecção na pele que eu tive e a segunda por doping. Eu tentei entrar com recurso, mas infelizmente o valor pra poder fazer o teste no meu suplemento era muito alto e eu não tinha condições financeiras pra bancar. Então eu tive que aceitar essa suspensão de um ano e esperar o tempo passar, seguir treinando e me dedicando o máximo possível nesse tempo”, disse Melissa Gatto.

“Mas eu acho que esse período que eu fiquei afastada do octógono serviu bastante, tanto psicologicamente, quanto fisicamente e tecnicamente. Então acho que eu pude evoluir bastante, apesar de todas as dificuldades, tanto financeiras, quanto o tempo que eu fiquei parada por não estar lutando”, continuou.

E agora, com a pandemia do coronavírus, as dificuldades para os atletas treinarem aumentaram. Melissa contou como tem sido a rotina de trabalhos com essas limitações e também em relação ao visto de trabalho, que está sendo agilizado pelo UFC.

“Quando eu comecei o camp para a luta, a pandemia já tinha iniciado. No começo, eu treinei só com o meu namorado mesmo, que também é lutador, fazendo treinos e exercícios, além da parte da preparação física na academia. Eu consegui me manter ativa nesse período. Depois, quando houve realmente a confirmação da luta, porque ela não aconteceria por conta da pandemia, eu vim para o Rio de Janeiro e estou treinando com as meninas da Equipe MSP. Sobre o visto de trabalho, a gente ainda está nessa indefinição. O UFC está resolvendo e ainda estamos sem informação sobre isso”, contou.

Com apenas 24 anos e um cartel invicto, a brasileira é vista como uma promessa do MMA nacional. Apesar disso, Melissa está bem tranquila em relação às expectativas e pressão para entrar no octógono do UFC.

“Acredito que é uma motivação pra mim (estar invicta na carreira). Todo atleta vai encontrar alguém, em um momento da carreira, que é mais forte ou tão forte quanto ele. Talvez a derrota seja algo que vai acabar acontecendo naturalmente algum dia, mas eu acho que estou bem preparada para essa luta. Estou bem confiante e quero mostrar tudo o que eu evoluí nesse tempo que fiquei parada”, explicou Melissa.

Leia os outros trechos da entrevista com Melissa Gatto:

Esporte News Mundo: A sua adversária, Mariya Agapova, também vai estrear no UFC. O que você pode falar sobre ela?

Melissa Gatto: A Agapova é uma striker de alto nível, treina em uma das melhores academias do mundo, que é a America Top Team, e vem de eventos muito bons, como o Brave e Invicta. Ela também lutou no Dana White Contender Series, que foi onde ela teve a única derrota. Então é uma oponente muito dura, que vai querer mostrar o trabalho dela e impressionar. Acredito que vamos fazer uma luta muito dura. Nós duas vamos com muita vontade de vencer e mostrar nosso trabalho.

ENM: Quais as suas maiores inspirações no MMA e no UFC?

MG: Quando eu comecei a lutar, minha primeira inspiração foi a Ronda Rousey, justamente porque ela era uma das melhores na época e ia com o objetivo de terminar logo com a luta. Acredito que as minhas lutas também são assim, eu tento sempre acabar antes do final do terceiro round. A Valentina Shevchenko (campeã peso-mosca) também é uma inspiração muito grande, porque ela tem um jogo muito versátil. Ela luta realmente o MMA, sendo boa na luta em pé, em derrubar e também na luta de chão.

ENM: Você disputa uma categoria (peso-mosca) que conta com Valentina Shevchenko como campeã. Qual a sua avaliação dessa categoria e o seu caminho no UFC?

MG: Eu estou muito focada nessa luta, pensando só nesse combate. Quero vencer e entrar com o pé direito no UFC, mostrando meu potencial. Quem o UFC achar que eu deva lutar depois, eu vou lutar, eu não escolho adversária. Essa categoria está crescendo muito, com atletas de altíssimo nível. A Valentina Shevchenko é a campeã e eu acho que ela vai reinar por muito tempo. Eu acho que ela é uma das melhores que tem dentro do UFC. Mas eu acredito que com bastante trabalho e dedicação, que não me faltam, eu posso chegar no top 15, top 10, top 5 e quem sabe, um dia disputar o cinturão. Espero estar bem preparada até lá, se eu tiver a oportunidade.

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