Júlio César foi um dos principais zagueiros da história centenária do Guarani Futebol Clube.
Dono de força, técnica refinada e excelente posicionalmente, defensor, em entrevista ao Correio Popular comentou sobre os dérbis históricos disputados pelo Bugre.
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Eleito pela Fifa como melhor zagueiro central na Copa do Mundo de 1986, atleta disputou 247 jogos pelo Alviverde, no período de 1980 a 1986, e marcou 11 gols.
Júlio participou de dez dérbis a partir de 1º de agosto de 1981, com duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas.
Após deixar o Brinco de Ouro da Princesa, jogador fez história em grandes centros do futebol europeu, com passagens por Montpellier (FRA), Juventus (ITA), Borussia Dortmund (ALE), Panathinaikos (GRE) e Werder Bremen (ALE).
A chuteira foi pendurado no início do século XXI, em 2001, quando despediu-se dos gramados com a camisa do Rio Branco, de Americana.
1) Júlio, você chegou ao Guarani ainda muito novo e disputou muitos dérbis. Qual foi o clássico mais memorável e em qual teve melhor atuação individual?
Essa primeira pergunta é interessante. Eu tive vários dérbis disputados pelo Guarani, no qual nós ganhamos alguns, perdemos e faz parte. Quando se trata de um grande clássico, isso é normal. O resultado não é a matemática exata. Então pode acontecer qualquer resultado, vitória, empate ou derrota de qualquer um dos times. Então, para mim, na minha memória, foi 1 a 1, Guarani e Ponte, no Brinco de Ouro da Princesa, em 1985.
2) Muito se diz que o dérbi é um campeonato à parte. Você concorda com essa afirmação?
Hoje em dia, o futebol mudou bastante. A característica dos torcedores também mudou muito. Por se tratar de duas grandes equipes na mesma cidade, é uma rivalidade muito grande, mas eu acho que é um jogo normal. Isso aí é mais referência para os torcedores. Para mim, é um jogo normal.
3) Na sua opinião, qual é o segredo para vencer o dérbi?
Eu acho que para vencer o dérbi tem que estar bem preparado. Tem que estar psicologicamente bem preparado, fisicamente e em todos os sentidos. Depois, é a personalidade e a tomada de decisão de cada equipe dentro dos 90 minutos. Então eu penso que o mais importante mesmo é o empenho e a dedicação. O time que errar menos consegue a vitória.
4) Você disputou dérbis ao lado de vários craques pelo Guarani. Qual ex-companheiro de clube mais te marcou em um jogo contra a Ponte Preta?
Eu tive oportunidade de jogar com grandes jogadores. Pra mim, na minha memória, fica que sou um fã eterno do Jorge Mendonça. Nós jogamos juntos. Tivemos a oportunidade de jogar vários dérbis juntos. Então, para mim, Jorge Mendonça é um jogador inesquecível na minha memória.
5) Você foi revelado no Guarani, chegou à Europa e representou o clube na Copa do Mundo. Gostaria que falasse sobre a importância do Bugre no processo de formação profissional.
O Guarani foi o início de tudo. Eu tive a oportunidade de chegar ao Guarani em 1978, ano no qual estava sendo campeão brasileiro. Ali eu tive o privilégio de visualizar o Guarani sendo campeão brasileiro. A partir dali, estava tentando realizar o meu sonho também como um atleta profissional. Eu tive grandes treinadores, os quais me ajudaram muito: Zé Duarte, Roberto Lazaretti, enfim. São grandes treinadores que me ajudaram chegar à Seleção Brasileira e disputar uma Copa do Mundo.
6) Tem algum palpite para o jogo?
Em se tratando de dérbi, é difícil você dar um diagnóstico do jogo ou dar um palpite. Eu acho que a equipe que estiver melhor preparada e errar menos vai vencer o jogo. É difícil falar de resultado. Espero que vença a melhor equipe, a que jogue um futebol melhor, um futebol mais vistoso, e que possa agradar aqueles que estiverem assistindo. Apesar de a gente não ter a possibilidade de ter público no estádio, se for possível, aqueles que estiverem na televisão assistindo ao jogo, vão ter uma bela noite, de um futebol bem jogado e bem bonito.
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