Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para se tornar um… imortal. Foi preciso alterar o discurso original, que saiu da boca do vilão Harvey Dent (Duas Caras no filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, para condecorar Mário Jorge Lobo Zagallo, único tetracampeão da Copa do Mundo na história, que deixou o ‘plano’ dos meros mortais na noite desta sexta-feira (5), aos 92 anos.
A representatividade do Velho Lobo é enorme no futebol, a ponto de ultrapassar divisas internacionais. Sua morte, provocada por falência múltipla de órgãos, conforme noticiado pelo Hospital Barra D’or, onde estava internado desde o fim de dezembro, ganhou destaque também na imprensa de diversos países mundo afora.
O jornal A Bola, de Portugal, foi um dos primeiros veículos que noticiaram o falecimento de Zagallo, e destacou que o brasileiro foi “bicampeão mundial como jogador, em 1958 e 1962, campeão como treinador, em 1970, e como coordenador técnico, em 1994, o brasileiro foi uma das maiores lendas da história do jogo”.
Um dos principais jornais esportivos da Espanha, o Marca classifica o brasileiro como “lenda”. A publicação afirma que Zagallo parte deixando o “nome entre os imortais do futebol”.
Na mesma linha, o também espanhol Mundo Deportivo anunciou o falecimento como uma “notícia terrível”: “o futebol brasileiro está de luto”, diz a publicação.
Já o jornal AS enfatizou o feito raro obtido por Zagallo durante sua carreira: “Sua importância no futebol mundial se deve ao fato de ser o único jogador na história de seu país que participou de quatro dos cinco títulos mundiais do Brasil, como jogador, treinador e membro da comissão técnica”.
O argentino La Nacion, por sua vez, lembra que Zagallo foi o “único a participar de quatro das cinco Copas do Mundo conquistadas pelo Brasil”, além de ser um dos três “a vencerem a Copa do Mundo como jogador e treinador”. Esses feitos também foram alcançados posteriormente pelo alemão Franz Beckenbauer (1974 e 1990) e pelo francês Didier Deschamps (1998 e 2018).
Também na Argentina, o veículo Tyc Sports destacou os quatro títulos de Copa do Mundo conquistados por Zagallo: “Lenda do futebol brasileiro e único tetracampeão mundial”.
O La Gazzetta dello Sport, principal jornal esportivo da Itália, foi outro a ressaltar o adeus do ídolo brasileiro. O periódico tratou Zagallo como “lenda” e lembrou que “ele venceu as Copas do Mundo de 1958 e 1962 como ponta-esquerda’, além da Copa do Mundo de 1970 como técnico, “derrotando a Itália por 4 a 1”.
O tradicional jornal norte-americano The Washington Post também deu destaque à lenda brasileira, afirmando que “uma das figuras mais carismáticas e supersticiosas do futebol brasileiro, ele também era conhecido pelo carinho pelo camisa 13 e pelo uso constante da frase “Vocês vão ter que me engolir” – dita em voz alta aos críticos”, lembra a publicação.
A agência Reuters lembrou que ele liderou a “seleção de 1970, considerada por muitos a melhor de todos os tempos”.
