As semifinais do Masters 1000 e do WTA de Cincinnati foram adiadas para sexta-feira após mais um caso de racismo nos Estados Unidos. Primeiramente a japonesa Naomi Osaka se negou a entrar em quadra para a disputa. Usou suas redes sociais para anunciar sua decisão. Após a posição firme da jogadora, os organizadores do campeonato se uniram e anunciaram o cancelamento nesta quinta-feira.
— Olá, como muitos de vocês sabem, fui escalada para jogar minha partida da semifinal amanhã (quinta). No entanto, antes de ser atleta, sou negra. E, como mulher negra, sinto que há assuntos muito mais importantes que precisam de atenção imediata, em vez de me verem jogar tênis. Não espero que nada de drástico aconteça comigo sem jogar, mas se não consigo iniciar uma conversa sobre um esporte majoritariamente branco, considero isso um passo na direção certa. Assistir a um contínuo genocídio dos negros nas mãos da polícia está honestamente me deixando mal do estômago. Estou exausta de ter uma nova hashtag aparecendo a cada poucos dias e estou extremamente cansada de ter essa mesma conversa indefinidamente. Quando será o suficiente — postou Osaka no seu Twitter.
ATP, WTA e a USTA (Associação de Tênis dos Estados Unidos) divulgaram em conjunto o adiamento dos jogos do Masters 1000 para sexta-feira.
— Como esporte, o tênis tem uma postura coletiva contra a desigualdade racial e a injustiça social que antes ocupavam o primeiro plano nos Estados Unidos. A USTA, ATP Tour e WTA decidiram reconhecer este momento ao pausar os jogos do torneio nos Abertos do Oeste e do Sul no dia 27 de agosto. Os jogos serão retomados na sexta-feira, 28 de agosto.
Os confrontos das semifinais do Masters 1000 de Cincinnati já estão definidos para a chave masculina e feminina: Novak Djokocic (SRB) x Roberto Bautis Agut (ESP) e Stefanos Tsitsipas (GRE) x Milos Raonic (CAN). Já entre as mulheres, Elise Mertens (BEL) x Naomi Osaka (JAP) e Johanna Konta (GRB) x Victoria Azarenka (BLR).
Entendendo o caso de racismo
No último final de semana, em Winsconsin, Jacob, que é negro, sofreu sete tiros pelas costas, disparados por policiais de Kenosha. Ele estava apaziguando uma briga entre duas mulheres quando o ato foi feito. Neste momento, apresenta-se perto dos filhos e desarmado. Perdeu o movimento das pernas e segue internado, segundo familiares. O ocorrido gerou mais uma onda de revolta na luta contra o racismo nos Estados Unidos.
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