A falta de criatividade é um dos pontos de discussão entre os torcedores do Corinthians. Os meias se tornam reflexo disso. Se antes era a defesa o grande problema, hoje o pouco ímpeto ofensivo é o que mais incomoda. Estatísticas reforçam o Timão como um time com poucas chegadas ao gol adversário.
Segundo dados do InStat, o Corinthians entra no campo adversário 59 vezes por jogo. Dessas investidas, em 38 vezes o time consegue entrar no último terço do campo e, então, em apenas 14 dessas tentativas a equipe tem sucesso em pisar na área. É um número menor, por exemplo, do que se comparado a Red Bull Bragantino e Botafogo, que estão na zona de rebaixamento.
Números não mentem
A falta de criação passa pela ausência de jogadores com essas características. É o caso dos meias, que desempenham diferentes funções no Corinthians. Luan, por exemplo, já jogou de meia-atacante e falso nove; Mateus Vital já foi ponta pela esquerda, falso nove e meio-campista; Cazares ainda busca um espaço ideal e Otero já passou pelos dois lados do campo.
Um dado curioso é que os quatro, responsáveis pelos passes incisivos e chegada com dribles ou chutes, não tocam tanto na bola. De acordo com um levantamento do SofaScore, Mateus Vital tem 28 toques por partida, Cazares tem 22.8, Otero tem 45 e Luan, 40.1. Para efeito de comparação, Xavier, o primeiro volante que vem sendo titular nos últimos jogos, toca na bola 46.6 vezes por jogo.
Em algumas situações, o número baixo se dá pela minutagem de cada um. Vital tem média de 51 minutos em campo no Brasileirão, mais que Cazares (36), por exemplo. Mas, se comparar esses números com alguns goleiros do campeonato, a situação fica menos animadora.
Mérito ou demérito?
Todos esses meias do Corinthians acima citados tocam menos na bola que alguns goleiros. Cássio, com 36.4 toques, até se aproxima, assim como Éverson, do Atlético-MG (38.9). Mas os destaques vão para Felipe Alves, Jean, Santos e Tiago Volpi.
O goleiro do Fortaleza, além de ser o que menos sofreu gols por partida até aqui (0.7), é o que mais tocou na bola – 52.1 vezes. Sete toques a mais que Otero, 12 em relação a Luan e praticamente 30 de Cazares. Jean, do Atlético-GO, é o segundo na lista, com 45.5 toques por jogo, igualmente superior aos meias do Corinthians.
Tiago Volpi, goleiro rival, tem 43.5 toques por partida. Santos, do Athletico-PR, também participa bastante, com 43.2 ações com os pés ao longo de cada jogo. Além do mérito de cada goleiro e do sistema de construção das equipes, é um ponto curioso de se pensar pelo lado do Corinthians – alguns meias tocam menos na bola que goleiros.
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