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Michael, do Flamengo, comenta sobre chances no Carioca e não crê em empréstimo: ‘Não acho a melhor opção’

Michael Flamengo
Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Após um primeiro ano decepcionante com a camisa do Flamengo, Michael sabia que ficaria para trás na atual temporada, correndo riscos de ser emprestado ou utilizado como moeda de troca. Nesse sentido, o atacante resolveu abrir mão das férias e até mesmo de sua lua de mel para jogar o Campeonato Carioca com os garotos da base rubro-negra. Depois de uma boa partida contra o Macaé, ele se prepara para o clássico contra o Fluminense e concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (11).

Um dos pontos principais da entrevista foi a justificativa para antecipar o retorno aos gramados. Segundo Michael, a concorrência no setor de ataque é enorme e ele não tinha a intenção de ser emprestado. Além disso, aproveitou para exaltar os companheiros.

– Ser emprestado não acho a melhor opção. Eu cheguei aqui não foi à toa. Eu trabalhei muito, como trabalho todos os dias. Se você for pegar o elenco do Flamengo, ele tem muita qualidade. Hoje, sou reserva dos quatro melhores atacantes do Brasil. Tenho que respeitar cada um deles, como respeito. Porque são pessoas boas, bons atletas. O que aprendo com eles todos os dias é bom para a minha carreira e será bom para o meu futuro. Ouço muitos conselhos e respeito cada um deles. Tento esperar minha oportunidade e, se Deus quiser, exercer minha melhor profissão, que é jogar futebol.

O atacante mostrou que está confiante em dar a volta por cima no Flamengo, e citou o volante Willian Arão como exemplo de superação.

– Inspiração com certeza. Nós, jogadores, somos muito criticados. O céu e o inferno são muito próximos. Um jogo ruim, o jogador é ruim. Um jogo bom, o jogador é o melhor do mundo. Nem sempre é assim. Não sei se minha história vai ser igual à dele, mas eu quero muito. (Willian Arão) É um cara vencedor, ganhou muitos títulos pelo Flamengo. Vou lutar, trabalhar e me dedicar muito por isso.

Michael também afirmou que é grato ao Flamengo pela oportunidade e diz que aprendeu bastante coisa, mas falou que a temporada de estreia foi realmente abaixo das expectativas e citou a adaptação no Rio de Janeiro.

– Eu ainda estava me habituando na cidade. Foi um ano de muito aprendizado. Aprendi, ganhei títulos, isso foi bom para a minha carreira. Creio que sou outro homem. Esse ano no Flamengo aprendi muita coisa. Quando decidi voltar antes, foi por isso: porque eu amo jogar futebol. Eu quero estar aqui no Flamengo porque o clube me proporciona muitas coisas. O clube é muito grande, e preciso estar aqui para me habituar mais, aprender mais. Creio que meu ano não foi o que eu esperava individualmente, mas coletivamente foi o ano que queria. Eu tinha o sonho de ser campeão brasileiro. Mesmo não jogando muito, eu ajudava meus colegas treinando. Espero que esse ano seja melhor ainda.

O elenco do Flamengo retorna de férias no próximo dia 15, visando a disputa da fase de grupos da Libertadores da América, que já começa em abril. O técnico Rogério Ceni já está de volta e observa o grupo de transição, enquanto planeja a temporada ao lado da diretoria. Além dele, o goleiro Hugo Souza e o atacante Vitinho também voltaram a treinar de maneira antecipada. A equipe de transição volta a campo neste domingo (14) às 18 horas, contra o Fluminense, no Maracanã.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Michael:

Decisão de atuar no início do Estadual

– É uma oportunidade única para mim. Apresentar-se antes e ter essa oportunidade foi realmente o que quis. Queria estar aqui. Ter uma sequência de jogos neste início é muito importante. São meninos bons, alegres, que têm muito potencial. Espero ajudá-los e eles me ajudarem, para ter uma boa sequência no ano.

Lua de mel com a esposa

– Esse retorno será de grande importância lá no final. Posso estar abdicando de projetos que tinha feito com a minha esposa, mas em prol daquilo que amo fazer. Tive apenas cinco dias, fui lá casar, entrei no consórcio (risos). Mas voltei porque eu quero estar aqui, eu gosto de estar aqui.

Relação com o Flamengo

– Teve coisas que esse clube fez por mim que pouca gente sabe. Esse grupo fez por mim que muitas vezes nem sabiam. A gratidão que tenho por esses atletas, por essa diretoria, doutor Tannure também. Eu vou me esforçar para ficar aqui, vou dar meu melhor aqui. Retornar agora vai fazer muita diferença lá na frente. Espero render mais do que rendi e ter mais oportunidade para fazer aquilo que sei fazer de melhor.

Espaço na equipe titular

– Eu nunca consegui, ainda, ter dois jogos de titular, como terei a oportunidade agora. Quando quis voltar antes, esta era a intenção. Ter um pouco mais de sequência, adquirir confiança, me esforçar mais para que, quando o elenco voltasse, eu pudesse ajudar mais, tanto treinando quanto jogando. Vou dar meu melhor, nem sempre vai ser suficiente, mas minha vontade de querer ajudar nunca vai faltar. Creio que será um ano abençoado para todos nós.

Pressão para aumentar o rendimento e mudanças no comando técnico

– Sentir a pressão, não. Mas a vontade de jogar é muita. Eu tenho muita vontade, gosto de jogar. De tanto querer acertar, você acaba errando. Mas eu nunca vou me esconder. Para o cara jogar no Flamengo, ele tem que ter muita vontade, dedicação, mas também muita personalidade de tentar, querer acertar. Às vezes na ansiedade de querer que as coisas fluam, acaba me atrapalhando. Não significa que sou afobado ou ansioso, mas que tenho sede de vitória.

– A gente teve três treinadores. Quando cheguei aqui, tive mais oportunidades, realmente. Sabia que eu teria oportunidade de entrar todo jogo e exercer o que gosto de fazer. Mas não acho que eu tenha deixado cair meu rendimento. O elenco aqui é muito forte. O que esses quatro jogadores fizeram é de tirar o chapéu. Eu fico no banco, mas ficou feliz, por bater palma para esses moleques que jogam muito. Estou aprendendo muito com eles. Eu tenho que esperar e saber respeitar cada companheiro de equipe que tenho. São meninos bons, pessoas boas, quero aprender cada dia mais com eles.

Saudade da torcida nos estádios

– Eu não acredito que ela fez falta só para mim. Fez falta para todos nós. Converso com meus companheiros, e todos nós sentimos falta da torcida. O Maracanã, com a torcida, é totalmente diferente. Vim jogar contra e depois joguei a favor, e vi o quanto era bom estar com a torcida incentivando. Acho que a gente sente muita falta. Espero que essa pandemia possa acabar o mais rápido possível, que possamos vacinar logo as pessoas para ter a torcida do nosso lado novamente.

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