POR DAVID NASCIMENTO E JOEL SILVA
O Vasco pediu para a Justiça a marcação de uma terceira eleição para presidente do clube. A petição entrou como contrarrazões às 18h20 desta quarta-feira do recurso em segunda instância sob responsabilidade do relator desembargador Camilo Ribeiro Rulière, da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). A data sugerida pelo clube foi o dia 12 de dezembro deste ano, em formato híbrido.
Hoje, as duas eleições estão sub-judice, aguardando decisão justamente deste magistrado que deferiu a Leven Siano e a Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, efeito suspensivo sobre ação de Faues Mussa, presidente da Assembleia Geral do Cruz-Maltino, que havia conseguido em primeira instância a eleição para somente o dia 14, híbrida. O entendimento sobre a terceira eleição nos bastidores por meio deste cenário é o seguinte:
– Se a eleição do dia 7 fosse mantida, teve o intervalo que os portões de São Januário foram fechados depois da suspensão da então liminar do ministro Humberto Martins, presidente do STJ, o que fez muitos eleitores fossem embora. Uma manutenção do pleito deste dia poderia provocar centenas de processos na Justiça, destes sócios, na busca do direito ao voto, prejudicado no dia da votação pela liminar. Um outro ponto é possíveis vícios na hora da apuração, que não contou com a presença de fiscais de três das cinco chapas então concorrentes;
– Se a eleição do dia 14 fosse mantida, Leven Siano sairia como prejudicado pela liminar que vigorou por uma semana, já que não concorreu ao segundo pleito por buscar a invalidade do mesmo, com o caminho sendo para com seus eleitores. Mesmo entendimento pode ser aplicado ao candidato Sérgio Frias, da chapa Aqui é Vasco, que entendeu a primeira eleição como válida e ficou fora desta segunda.
“Em suma, Exa. a verdade é que nenhuma das eleições realizadas até aqui mostra-se hígida o
suficiente para definir o futuro da Instituição. Serão anos de litígios sem fim, falta de segurança jurídica e incertezas que apenas contribuirão para o enfraquecimento do Clube.
Parece ao Clube que ambos os pleitos estão manifestamente contaminados e viciados por
questões que não são passíveis de serem sanadas neste momento, o que recomenda, à toda evidência, a realização de uma nova eleição, com antecedência mínima para que os candidatos se preparem, para que o clube se prepare, e sem que haja qualquer tipo de ilegalidade, tanto na colheita do voto, quanto
na apuração”, argumentou o Vasco em juízo.
O desembargador ainda não se pronunciou. A expectativa é que isto ocorra ainda nesta semana. Leven Siano já se manifestou nas redes sociais contra este movimento do Vasco por terceira eleição, querendo validar a que venceu, no dia 7. Jorge Salgado, apesar de ainda não ter se manifestado publicamente, falou a pares nos bastidores que não se oporia a uma terceira eleição para que a polêmica jurídica se encerre.