O técnico Odair Hellmann assumiu que a equipe produziu abaixo do esperado, mesmo com apenas oito dias de trabalho após a pausa no futebol por conta da pandemia mundial. Na reestreia de Fred, o Fluminense foi derrotado pelo Volta Redonda, no retorno do Campeonato Carioca, na noite deste domingo (28), por 3 a 0, no Nilton Santos, demonstrando dificuldades técnicas, físicas e táticas. No confronto, o time saiu atrás do placar e logo em seguida perdeu Egídio expulso, o que dificultou ainda mais o desenrolar do encontro. O comandante tricolor prometeu melhora para o próximo jogo, mesmo com dois dias entre os compromissos.
“Eu achei que com toda dificuldade que o jogo se apresentou, mesmo assim a gente não fez uma boa partida, em relação a todos os aspectos. A gente esperava que pudesse mesmo com esse pouco tempo de trabalho, mesmo com todas as circunstâncias de dificuldade, de fazer um retorno desse… que a gente pudesse pelo menos nos apresentar melhor. Nós temos que já no próximo jogo buscar esse resultado positivo, melhorar a performance. Não só no aspecto físico, mas em todos eles. Tenho certeza que vamos melhorar” – afirmou.
Os oito dias de treinamento ficaram expostos na disposição do time em campo. A equipe das Laranjeiras cedeu contragolpes ao rival, onde justamente o Volta Redonda construiu o resultado. A saída precoce de Egídio, após uma tesoura no adversário, logo após o primeiro gol da noite, contribuiu determinantemente para o fim do planejamento do técnico para a partida.
“Analisando de uma forma bem geral, tomamos um gol de contra-ataque, em bola parada nossa. Isso são circunstâncias que a gente trabalha bem e com o tempo a gente vai diminuindo essas possibilidades, esses erros. Quando você tem uma bola para à sua disposição você precisa manter esse equilíbrio para não dar o contra-atraque. Você está em um perigo de gol a seu favor e acaba tomando um gol. Acaba dificultando, saímos atrás. Logo em seguida tem uma expulsão. Dificulta ainda mais para que você possa manter o seu jogo, fazer seu jogo de organização, entrando aos poucos dentro da própria partida com ritmo. O jogo saiu longe de tudo aquilo que a gente tinha planejado em relação a organização. A única coisa que consegui manter foi a substituição do Fred no intervalo” – revelou.
Confira outros pontos abordados pelo treinador após o jogo.
SAÍDA DE FRED NO INTERVALO
– Tínhamos programado para que o Fred jogasse 45 minutos. O jogo também naquele momento pedia jogadores de velocidade, a gente já estava atrás o placar e com o desgaste, o cansaço já acontecendo. Além de já estar programado, nós criamos a possibilidade de colocar jogadores de velocidade e com outras características.
ESCOLHA POR JOGADORES DE VELOCIDADE COM UM A MENOS EM CAMPO
– A mudança foi de característica de jogadores. Nós estávamos em inferioridade numérica e perdendo o jogo. Então o Volta Redonda que tem uma boa qualidade, um bom entrosamento, estava exercendo essa superioridade em relação a estar com vantagem no placar e número de jogadores. Nós precisávamos naquele momento, quando recuperávamos a bola, de uma transição mais rápida. E aí exigia esses jogadores de velocidade.
ANÁLISE DO SEGUNDO TEMPO
– No segundo tempo a gente teve volume. Críamos possibilidades. Tomamos um segundo gol também no contra-ataque. Foi um lance de indefinição que surgiu, também com o Evanílson. Claro, você vai se expondo cada vez mais numa partida, perdendo o jogo, para tentar buscar o resultado. E aí você não está na sua melhor condição, em todos os aspectos, e isso acaba fazendo com que você tenha mais dificuldades ainda. Mas o Volta Redonda teve méritos na vitória. Nós é que não conseguimos fazer uma boa partida, independente do tempo que escasso. Independente disso, a gente mesmo assim não conseguimos fazer uma boa partida. E ainda tivemos a dificuldade de ficar com um jogador a menos para ter que buscar um resultado em um desgaste que a gente já tinha mais preocupação.
EXPERIÊNCIA COM CINCO ALTERAÇÕES NO RETORNO AO FUTEBOL
– Claro que no nosso planejamento, as cinco substituições seriam feitas, mas elas seriam gradativamente, de acordo com as circunstâncias do jogo. A partir do intervalo, do início do segundo tempo. Dentro de um planejamento de organização, mudança de intensidade, para botar jogadores de capacidade de manter a intensidade de jogo, devido ao pouco tempo de trabalho. Mas isso tudo acabou saindo do planejamento, porque você perde um jogador, um lateral… a gente já estava com bastante atacantes dentro do campo. Tivemos que compor em um primeiro momento com o Yago na primeira linha de lateral-esquerdo para manter o Paulo Henrique (Ganso) e o Hudson por dentro. Deixar o Fred sozinho na frente. Mas nós perdemos essa velocidade e essa capacidade de intensidade do jogo, que já era exigido antes, imagina depois desses acontecimentos.
– Então a partir daí, no intervalo do jogo, colocar jogadores que tivesse essa característica para que a gente pudesse buscar com agressividade e velocidade o empate ou até a vitória. Mas aí quando a gente vai criando as circunstância e o gol acaba não acontecendo, você vai se expondo cada vez mais. Além de se expor na parte tática, de buscar o resultado, se expõe fisicamente também, que dá espaço ao adversário, que encaixa mais um contra-ataque, com você já cansado, acaba fazendo o placar.
PROJEÇÃO PARA O PRÓXIMO CONFRONTO
– Vamos em frente, vamos pro próximo jogo. Como sempre falo, não trabalhamos nem jogamos para a derrota. Ela incomoda e tem que incomodar realmente. E nós temos a oportunidade de quarta-feira fazer um jogo diferente em todos os aspectos para que a gente consiga a vitória.