Nos últimos dias, criou-se uma polêmica nas redes sociais envolvendo o jogador Felipe Alves, do Fortaleza. O goleiro, que já foi titular absoluto e, na temporada de 2021, alternou a titularidade com Marcelo Boeck, além de, na reta final, ter sido o ‘reserva oficial’ do Leão, foi tido como desinteressado ou, inclusive, deslocado do elenco. Algo que, principalmente em um momento de comemoração após a histórica classificação à Libertadores, seria bem incomum.
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No entanto, o que foi, pelo visto, esquecido, é que essa forma ‘sem reação’ do goleiro sempre foi sua maneira de ser e agir. Um jogador que foi, raramente, visto sequer sorrindo. Não à toa, ganhou o apelido de ‘homem de gelo’, alusivo a alguém que não sente pressão, não esboça muitas reações e, mesmo assim, se sobressai e demonstra enorme qualidade no que faz. Em cena marcante, por exemplo, no empate em 2×2 diante do Atlético-MG em 2019, na Arena Independência, em Minas Gerais, Felipe Alves defendeu dois pênaltis seguidos e, em nenhum deles, esboçou comemoração. Pelo contrário: se ergueu e saiu andando como se tivesse acertado um passe sem marcação.
Outra fato que merece ser lembrado é que, no primeiro Clássico-Rei de 2021, válido pela Copa do Nordeste, Felipe Alves não só atuou, como foi eleito o melhor em campo na partida. O chocante é que, horas antes do duelo, o goleiro havia recebido a notícia do falecimento de seu pai. Ainda assim, foi para jogo e teve o ótimo desempenho, premiado ao final do duelo. Além disso, fora dos bastidores, o jogador não demonstrou emoções nem deu satisfações, provando, mais uma vez, que é uma pessoa muito reservada. Uma pessoa que, antes, era chamada (positivamente) de ‘fria’.
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O medo repentino que foi criado acerca de uma possível saída do arqueiro tricolor pode ter sido bastante precipitado, principalmente se baseado no ‘achismo’ da falta de clima do jogador. Porém, se Felipe Alves, que tem contrato com o Fortaleza até 2023, de fato não permanecer no elenco do Leão, seja por uma proposta recebida ou, então, por não estar nos planos de Vojvoda, o Tricolor de Aço estará cometendo um erro, pois o goleiro de 32 anos, caso recupere seu auge, o que deveria ser a prioridade do clube, é peça muito útil ao time cearense na Libertadores.
Mas o fato é que, após a má fase chegar, sua antes aclamada ‘frieza’, que, quando seu momento era excelente, alguns achavam linda, interessante ou engraçada, tornou-se falta de clima, desânimo ou desinteresse do jogador com o time. Pelo menos para parte da torcida, o que se percebe é que a ‘frieza’ virou contra o ‘frio’ Felipe Alves. É algo que, principalmente por não se ter conhecimento dos bastidores, torna-se um desrespeito com um ídolo leonino e que tantas vezes defendeu e salvou a equipe dentro de campo.