No último domingo (07) o Internacional foi até o Castelão e deu o maior vexame da era Mano Menezes. Mesmo com um jogador a mais desde o primeiro tempo, o Colorado foi amplamente dominado pelo Leão do Pici e saiu derrotado por expressivos 3 a 0. Entender o motivo para atuação tão abaixo é difícil, mas passa por diversos fatores, não somente um.
O primeiro grande fator, e que ficou evidenciado desde o primeiro lance, foi a falta de foco. Esse confronto diante do Fortaleza ocorreu entre dois duelos decisivos pela Copa Conmebol Sul-Americana. Isso resultou, em diversos lances, em jogadores gaúchos evitando divididas mais fortes, com medo de uma lesão precoce.
Outro ponto causado pela presença deste jogo pela Sul-Americana foi o cansaço. Por mais que a maioria dos titulares não tenha enfrentado o Melgar, a longa viagem até Fortaleza, somado ao único treino, que ao mesmo tempo foi regenerativo e pré-jogo, diminuiram a capacidade física do Internacional. Para exemplificar, basta ver os minutos finais, em que os jogadores de meio-campo do Colorado praticamente não acompanhavam os contra-ataques rivais.
Para finalizar os problemas causados pela rodada em meio a Sul-Americana, está a escalação. Com um time praticamente reserva, o Internacional não conseguia triangulações e, principalmente, saída com qualidade pelo meio-campo. Além disso, a falta de ritmo de jogo dos “reservas” também custou cato ao Colorado.
O erro na escalação do Internacional, contudo, também passou por Mano Menezes. Desde que chegou, o treinador adotou um esquema com três volantes, um mais fixo e os outros dois responsáveis pela saída de bola, um de cada lado. Nesta partida contra o Fortaleza, no entanto, alinhou Liziero com Johnny, resultando em praticamente nenhuma construção ou controle pelo meio, além de uma sequência de movimentos desequilibrados defensivamente, que deram muitos espaços para o Leão do Pici.
A expulsão de Romarinho, então, por incrível que pareça piorou ainda mais o Internacional. Se antes o time gaúcho até encontrava espaços para investidas em velocidade, depois viu o Fortaleza fechar as duas linhas defensivas e inviabilizar as bolas nas costas. Com isso, o time gaúcho voltou a mostrar a mesma dificuldade que teve contra o Botafogo – quando com um a mais também acabou derrotado – de furar defesas sólidas e postadas com linhas mais baixas.
Por mim, Mano Menezes voltou a errar no intervalo. As quatro mudanças, além de não voltar a tática para a qual o time estava acostumada, ainda escancarou o meio de campo defensivo. Johnny não é um exímio marcador e ficou praticamente sozinho com a responsabilidade de parar contra-ataques. Além disso, Kaique Rocha, que havia sentido lesão no tornozelo no primeiro tempo, ainda foi mantido em campo, e perdeu diversos duelos físicos. A derrota passa, e muito, pelas escolhas do treinador.
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Essa derrota, inclusive, preocupa demais a torcida pensando na Sul-Americana. O 3 a 0 escancarou a dificuldade do Internacional em parar contra-ataques e furar defesas sólidas. Portanto, basta ao técnico do Melgar ter observado esse duelo, para saber que basta se postar bem defensivamente e colocar dois velocistas na frente para bater o Colorado, por mais que o retrospecto gaúcho seja diferente em casa.