Após escapar do rebaixamento em 2022, o Coritiba optou pela saída de Guto Ferreira para a chegada do treinador António Oliveira – “uma oportunidade de mercado”, afirmou um membro da diretoria, em dezembro. Para a temporada, a empolgação só aumentava: maior investimento da história, manutenção de peças importantes, e a promessa da SAF (até agora não oficializada).
Quatro meses depois, e o Coxa foi eliminado pelo Cascavel no Paranaense, está em situação difícil na Copa do Brasil – empatou em casa com o Sport, equipe da Série B – e estreou mal no Brasileirão. Mesmo com alguns problemas no percurso, há um principal culpado: António Oliveira.
FUTEBOL RUIM
Com o seu elenco mais forte em, pelo menos, uma década, o Coritiba faz um péssimo 2023, apresentando um futebol ruim até no estadual – campeonato que costuma dominar mesmo em momentos difíceis. A equipe tem números ruins no ataque, não convertendo as chances que cria, e só sofre cada vez mais gols – foi vazada 13 vezes nos últimos 6 jogos, com média de 2,1 gols por partida.
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O futebol jogado pelo Coxa não apresenta qualquer evolução com António Oliveira. Depois de um início razoável, o time sofre mais a cada partida, e depende de brilhos de Alef Manga. A justificativa de trabalho em evolução, portanto, não se aplica, pois o jogo do Coritiba não melhora em aspecto nenhum.
A derrota para o Flamengo demonstrou outro fator preocupante – a falta de convicção. Após um 1º tempo ruim, o Coritiba voltou do intervalo sem alterações, e, com dois minutos jogados, António preparou duas substituições. O que teria acontecido em tão pouco tempo para o técnico mexer no time que optou para voltar a campo? Por que não mudar no intervalo?
JOGADORES EM MÁ FASE
Para não ser rebaixado em 2022, o Coritiba contou com boas atuações de atletas como Jesús Trindade, Bruno Gomes e Natanael. Em 2023, esses três jogadores são criticados em grande parte dos jogos, com partidas muito abaixo do que já fizeram no próprio Coritiba. Pode até ser que eles estejam apenas em momentos ruins, mas uma queda de rendimento considerável de vários atletas é improvável, principalmente para Bruno e Natanael, que fazem funções diferentes nesse ano. Isso tem relação com o treinador.
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Também há casos como Rodrigo Pinho e Marcelino Moreno, que chegaram ao clube com muitas expectativas e boas carreiras fora do país. No Coxa, o seu desempenho não justifica o altíssimo investimento para a sua contratação, com Moreno ficando apenas no banco de reservas.
RELAÇÃO COM A TORCIDA
Não há dúvidas que o principal responsável pela manutenção do Coritiba na Série A foi a torcida – o clube foi um dos melhores mandantes e o pior visitante do torneio – devido ao apoio que a atual diretoria consegue de seu torcedor. Com António Oliveira, isso tende a diminuir, com grande insatisfação da torcida em relação ao trabalho, somada a sua postura nas entrevistas coletivas, sempre minimizando das críticas de jornalistas e torcedores.
ELE PODE SAIR?
Já está claro que o melhor caminho para o Coritiba é demitir António Oliveira, mas não parece que isso vai acontecer tão cedo. A diretoria continua convicta no trabalho do treinador, inclusive afirmando isso na última entrevista coletiva, em que o presidente Glenn Stenger se pronunciou ao lado de António (confira aqui a coletiva na íntegra). O possível anúncio da SAF pode ter influência nisso.
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A única justificativa plausível para a manutenção de António Oliveira seria a ausência de bons nomes no mercado – Guto Ferreira, Barroca, Lisca, Roger Machado, Jorginho… Nesse caso, a sua permanência não parece tão ruim, mas é difícil acreditar que o clube pode alcançar os seus objetivos com ele no comando.