Chegando no Itambé Minas para substituir o querido – e campeão de quase tudo – Stefano Lavarini, Nicola Negro tinha a difícil missão de conseguir manter o time no topo do vôlei nacional. E o italiano, com seu jeito controverso, cumpriu a sua missão.
COMEÇO CONTURBADO
Depois de ser campeão mineiro, da Superliga, da Copa Brasil, Sul – americano e vice – campeão mundial, o italiano Stefano Lavarini se despedia do Itambé Minas rumo ao Igor Gorgonzola Novara, da Itália. Para o seu lugar, a equipe mineira apostou em outro italiano: Nicola Negro.
Logo no inicio do seu trabalho, Nicola já teria que lidar com um desmanche: Natália e Gabi partiriam para a Turquia. Mayany, revelada pelo Itambé Minas, jogaria em Barueri. Mara trocava Minas por São Paulo, para jogar em Osasco. Ou seja, o primeiro desafio era renconstruir o time.
Nunca é fácil substituir um time vitorioso, ainda mais no caso de Natália e Gabi, as melhores jogadoras da posição. Mas, era o primeiro desafio de Nicola. Para as pontas, apostou em nomes pouco conhecidos como a venezuelana Roslandy Acosta e a estadunidense Deja McClendon. E o time ainda contava com os pilares Macris e Gattaz. A maior contratação era a central bicampeã olímpica, Thaisa.
Mas, logo no inicio do seu trabalho, Nicola se deparou com muitas dificuldades. As contratações não renderam o esperado e a comparação com o time do ano anterior era inevitável. A primeira polêmica em que Nicola se envolveu foi a dispensa da ponteira Deja McClendon no meio da temporada. Para o seu lugar, a búlgara Dobriana Rabadzhieva. O time apresentou melhoras, mas veio a pandemia de COVID – 19 e a temporada foi paralisada e posteriormente cancelada.
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TRABALHO DANDO CERTO E COLHENDO RESULTADOS
Com um ano interrompido, Nicola foi mantido no cargo para provar seu trabalho. E ele o fez. Com um time mais bem estruturado e apostando em Danielle Cuttino como oposta e a experiente Megan Hodge na ponta, e mantendo a base com Macris, Gattaz e Thaisa, o time teve um inicio de Superliga ainda de ajustes. Mas, durante a competição, o time evoluiu. E com essa evolução, voltou a conquistar títulos: Mineiro, Copa Brasil, Superliga e Sul – americano.
No ano seguinte, Nicola foi mantido no cargo. Mais uma reconstrução – dessa vez menor, perdeu apenas Megan Hodge. Para seu lugar, uma turca: Neriman Özsoy. O time demorou para engrenar, enfrentou problemas como a internação de Neriman por COVID – 19, uma lesão de Thaísa que a impediu de jogar não apenas alguns jogos da Superliga mas também a semifinal do Mundial de Clubes. Viu o rival, Praia Clube, vencer Mineiro e Sul – Americano. Viu o Sesi Bauru vencer a Copa Brasil. E no final, venceu a Superliga bem como o Sul – Americano – que fora disputado no fim da temporda.
UNANIMIDADE DENTRO DE QUADRA, FORA DELA NEM TANTO
Se o seu trabalho pode até ser questionado pelos métodos mas não pelo resultado – que é melhor do que de Lavarini – não se pode dizer o mesmo do seu comportamento. Seu jeito explosivo e combativo não agrada muito. Nem parte da torcida minastenista, nem os adversários.
Nesses anos, Nicola coleciona episódios polêmicos: Foi criticado por colocar a mão da boca de Kasiely em uma discussão entre a ponteira e Carol Gattaz. Entrou em conflito com Luizomar de Moura, técnico da equipe de Osasco, após confronto entre as duas equipes. Até a central Walewska, do Praia Clube já confrontou o técnico minastenista.
Seu comportamento é sempre pauta nas redes sociais entre torcedores mineiros e rivais. Isso porque Nicola é explosivo e combativo não apenas com adversários, é também com a arbitragem, por vezes passando dos limites.
Controverso ou não, fato é que Nicola Negro faz um grande trabalho no Itambé Minas. Se Lavarini era querido e adorado pela torcida por sua simpatia acima de tudo, Nicola agrada pelo excelente trabalho e resultados dentro de quadra. Fora dela, a história é outra.