O técnico Abel Braga não fica mais no Fluminense. Na manhã desta quinta-feira, o clube e o treinador se reuniram com o elenco para comunicar a decisão. Desta maneira, o Esporte News Mundo levanta os principais motivos para Abelão entregar o cargo.
Abel Braga retornou ao Fluminense no início da temporada. Ele comandou o clube em 26 jogos, com 17 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Ao todo, a equipe marcou 35 gols e sofreu 15. Nesse período, o Tricolor conquistou a Taça Guanabara e voltou a vencer o Campeonato Carioca após 10 anos.
FALTA DE PROFUNDIDADE
Nas últimas partidas, o Fluminense até teve mais posse de bola, mas encarou dificuldades em chegar com perigo e agredir o adversário. A média total de finalizações do Fluminense na temporada é de 13,4 no total, usando números do “Footstats”. Dessas, 5,1 são no gol e 8,3 fora. O próprio Abel Braga reconheceu a falta de agressividade.
– Mas estamos criando muito pouco. Para a nossa equipe que temos, pode estar abatendo um pouco, mas o estado anímico não é o ideal. Vamos tentar jogo a jogo melhorar – disse o treinador em coletiva.
+ Fluminense não balança as redes no primeiro tempo há seis jogos seguidos
MUITAS MUDANÇAS
Por conta do calendário recheado de jogos, o técnico Abel Braga se viu obrigado a rodar o time. Ele não não repetiu uma vez a equipe titular após início do Brasileiro. Sempre alguma alteração. Isto, no entanto, acaba com o entrosamento do time titular. Muitas vezes, também alterou o esquema tático, que é o próximo motivo para saída o treinador das Laranjeiras.
ESQUEMA
Abel Braga optou por muitos momentos momentos colocar o time com três zagueiros, obrigando os alas a criarem as jogadas. O treinador fez testes com Marlon, Cris Silva e Pineida, pela esquerda, e Samuel Xavier, Calegari e Caio Paulista, pela direita, porém não teve sucesso. Não dando certo, Abel optava por alterar o esquema e voltar o time com dois zagueiros. Essas mudanças de jogo a jogo acabava com o padrão de jogo e os jogadores não conseguiam ter um rendimento regular.
ELIMINAÇÃO E JOGOS APÁTICOS
A eliminação da Copa Libertadores também pode ser colocado na lista, pois a diretoria apostou alto para estar na competição. Porém, o clube foi eliminado na terceira fase da competição após perder para o Olimpia nos pênaltis. O time poderia perder por um gol de diferença que avançaria, mas fez uma partida apática e saiu da disputa.
Partidas sonolentas também foram regulares no Fluminense, especialmente, nos últimos jogos. Apesar da posse de bola, o time não conseguia encaixar uma boa trama para balançar a rede. Contra o Vila Nova, principalmente, a equipe fez um primeiro tempo para esquecer, mas se recuperou na etapa final. Pelo Brasileiro, contra o Cuiabá, a mesma coisa. Paulão fez gol contra “salvador” para garantir a vitória tricolor.
Pela Copa Sul-Americana, o time precisa de um returno perfeito para ter chances de avançar para próxima fase na competição. A equipe ocupa a terceira colocação, com quatro pontos atrás de Unión e Junior Barranquilla. Os cariocas precisam vencer e ainda torcer por alguns resultados para ir às oitavas.
PRESSÃO DA TORCIDA
Junto a todos esses problemas, o técnico Abel Braga viu que a torcida do Fluminense não estava mais abraçando. Na última partida por exemplo, o treinador foi chamado de “burro” após tirar Ganso para colocar Nathan. Além disso, gritos de “time sem vergonha”. Não foi a primeira vez que aconteceu o protesto da torcida.