Na última sexta-feira (01), o Internacional confirmou o retorno de Paulo Autuori. Antes treinador, o experiente profissional do futebol retorna ao Colorado como Diretor Técnico. Diante deste cargo, novo no cube gaúcho, ele explicou, na coletiva de apresentação, o trabalho que realizará internamente.
– A terminologia (do cargo) não diz absolutamente nada, pois minha essência é o trabalho em equipe. Em dezembro completo 47 anos no futebol e passei por todas as atividades fim, que são ligadas diretamente ao campo, o que me dá segurança em relação aqui que é o nosso contexto. É uma função que já exerci no futebol brasileiro. Meu trabalho é simples, facilitar a vida do treinador, e a isso vou me dedicar. E que os dirigentes entendam as necessidades e ansiedades que todo treinador tem, e o contrário também – disse Paulo Autuori, na primeira entrevista coletiva neste retorno ao Internacional.
Além disso, Paulo Autuori fez questão de reforçar as medidas que terá. Para isso, inclusive, elogiou a comissão técnica do Internacional e, em especial, chamou de “extraordinária” uma característica do técnico Alexander Medina.
– O contato com os jogadores e a comissão técnica será diário. O Inter tem, hoje, uma comissão técnica de muito bom nível. O Medina tem uma coisa extraordinária que é saber ler o contexto. Por vezes, quando um profissional chega, ele apenas tenta repetir aquilo que fazia no seu país, mesmo com cultura, hábitos e costumes distintos. É de extrema importância se adaptar a isso, mas sem jamais ferir a sua ideia, de princípios e valores – argumentou Paulo Autuori, elogiando Alexander Medina.
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Após falar sobre a comissão técnica e o trabalho com os jogadores, Paulo Autuori entrou em outro tema muito debatido no Beira-Rio. Desde a queda para o Globo, do Rio Grande do Norte, na Copa do Brasil, a pressão interna é grande por uma reformulação do elenco. Diante deste cenário, o novo diretor técnico foi direto ao afirmar que é preciso conviver com as críticas.
– Por vezes temos ideias sobre jogadores e até rotulamos. Já tive casos em que, a pessoa ser exposta a situações distintas, gera um resultado positivo. Como também já vi não acontecer absolutamente nada. Depende de cada pessoa. Já conversamos com jogadores e comissão falando de momentos importantes. Sabemos o quanto de pressão se sofre. Quem entrar no futebol, e não se der conta de que tem que viver diariamente com ela, não vai ter vida longa. Há momentos em que é preciso tomar medidas impopulares. A prioridade tem de ser, sempre, suprir as necessidades. Dentre de um ambiente é fundamental ter crença naquilo que é pra fazer. É preciso criar estofo, um mecanismo para suportar as críticas – analisou Paulo Autuori.
Esse “estofo”, todavia, ajuda apenas em um aspecto que Paulo Autuori entende como essencial. Na visão do novo diretor técnico, são quatro os pilares para se avaliar um jogador de futebol, principalmente em competição.
– No futebol tudo tem haver com quatro pilares: A parte técnica, que diz respeito a qualidade individual do jogador; A parte tática, que tem a haver com metodologia de treino e de jogo em estratégia; A parte física; E aquela que, neste momento, é a mais importante, a parte mental. Mais que um jogador de futebol, ele é um competidor. Por vezes ele tem que entender que não é superior ao seu oponente tecnicamente, mas se ele for mais forte mentalmente ele vence. O futebol permite isso. Todos temos nossas debilidades, mas precisamos trabalhar isso de alguma maneira – finalizou Paulo Autuori.
Agora, já com a definição de Paulo Autuori, o Internacional segue no mercado atrás de um Diretor Executivo. O próprio diretor técnico confirmou isso, mas evitou apontar nomes. Todavia, William Thomas, que está no Avaí e já trabalhou com Autuori, é o principal nome para assumir o posto nesse momento.
