Eleito por sócios e tirado do cargo pelos próprios sócios. Essa frase definiria bem a destituição de Paulo Carneiro do cargo de presidente do Vitória. Destituição esta que aconteceu em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã do último sábado (21), no Barradão.
Cerca de 150 sócios-torcedores se fizeram presentes no estádio rubro-negro e votaram pela destituição do ex-mandatário do Leão. Apenas uma abstenção foi contabilizada. O estatuto prevê a realização de novas eleições, mas isso apenas no final da temporada, em decorrência de Carneiro ter cumprido boa parte do mandato. Com o impeachment, o ex-mandatário fica impedido de concorrer a qualquer cargo político no clube até 2029.
Paulo pode ser tranquilamente considerado herói, mas ao mesmo tempo um vilão. A sua primeira passagem pela Toca, que teve início no ano de 1991 foi um verdadeiro salto de gestão. Carneiro investiu pesado na estrutura do Barradão e do centro de treinamento do clube e trouxe reforços como Túlio Maravilha e Dejan Petković. E também fez com que a década de 90 rubro-negra fosse primorosa: com um tricampeonato baiano, um bicampeonato da Copa do Nordeste, o vice-campeonato brasileiro de 1993, e a semifinal do Brasileiro de 1999. Mas, se o início foi primoroso, o final foi polêmico. Em 12 de setembro de 2005, chegava ao fim a primeira passagem de Paulo Carneiro pelo Vitória. E bem diferente de como começou. Com um rebaixamento para a Série C após um empate em 3 a 3 diante da Portuguesa, e acusações do goleiro Felipe de racismo.
Paulo Roberto de Souza Carneiro foi reeleito presidente do Vitória em 24 de abril de 2019, mas em 2 de setembro de 2021 foi afastado após o Conselho de Ética apontar gestão temerária e irregularidades como ausência de contrato com a empresa Magnum e adiantamento de remunerações.